๐ป Hoje, meus estimados amigos e amigas, trago a vocรชs um dos grandes problemas do mundo moderno, que, aparentemente, nรฃo tem soluรงรฃo. Este nรฃo รฉ apenas um problema, mas tambรฉm uma clara evidรชncia de que nรฃo podemos considerar que existam avanรงos em valores humanos (ou progresso moral). Muitos dos discursos que advogam em favor da empatia e da "psicoeducaรงรฃo", amplamente utilizados em campanhas de prevenรงรฃo ao suicรญdio ou de conscientizaรงรฃo sobre o respeito que devemos ter com pessoas que convivem com transtornos psicolรณgicos, permanecem apenas no campo da retรณrica. Na prรกtica, sรฃo ideias que muitas vezes nรฃo se concretizam.
As redes sociais se transformaram em um territรณrio pouco recomendรกvel para pessoas que estรฃo em situaรงรฃo de vulnerabilidade emocional. Nesse ambiente, muitas pessoas tornam-se completamente agressivas e irreconhecรญveis. Compartilho aqui uma experiรชncia pessoal como exemplo: a paz que muitos observam em meus perfis nas redes sociais foi conquistada ร base de "mecanismos de defesa" que desenvolvi consistentemente e conscientemente para lidar com comentรกrios extremamente agressivos. Esses comentรกrios, muitas vezes, vinham de pessoas consideradas atรฉ entรฃo como "amigos e amigas", que, por algum motivo, acreditavam que suas opiniรตes โ manifestadas sem que eu as solicitasse โ seriam interessantes ou relevantes para mim. No meu caso, pela graรงa de Deus, nรฃo padeรงo de nenhum transtorno.
O que torna essa problemรกtica ainda mais intrigante รฉ a facilidade com que as pessoas utilizam o anonimato para agredir umas ร s outras. Eu mesmo testemunhei a quantidade de "amigos e amigas" que se mostraram capazes de desrespeitar e desconsiderar a pessoa que sou. Muitos deles jรก nรฃo fazem parte do meu cรญrculo, pois pessoas que nรฃo conseguem respeitar ou considerar quem vocรช รฉ em sua totalidade tampouco merecem sua amizade ou atenรงรฃo.
Tambรฉm podemos observar outros fenรดmenos curiosos, como o efeito Dunning-Kruger, que parece se manifestar em situaรงรตes como essa. De onde surge essa necessidade de manifestar opiniรตes sem que tenham sido solicitadas? E de onde vem a coragem para comentar ou desenvolver anรกlises sem o menor conhecimento ou fundamento? Esse comportamento tem sido recorrente nas redes sociais, especialmente em perรญodos de grande polarizaรงรฃo, como durante as eleiรงรตes de 2018. Serรก que essas pessoas acreditam que precisamos de suas opiniรตes? Ou que somos emocionalmente ou afetivamente carentes? O que leva alguรฉm a formular anรกlises infundadas sobre temas dos quais nรฃo possui conhecimento, enquanto aqueles que possuem o saber se mantรชm em silรชncio?
Nรฃo se enganem: o crescente nรบmero de pessoas diagnosticadas com depressรฃo, ansiedade crรดnica e sรญndrome do pรขnico estรก diretamente relacionado ao estilo de vida contemporรขneo e ร superficialidade das relaรงรตes interpessoais na atualidade. Isso se agrava ainda mais com a forma como as relaรงรตes interpessoais virtuais sรฃo conduzidas. Essa realidade รฉ uma evidรชncia clara de como uma sociedade sem empatia, espiritualidade, consideraรงรฃo, respeito e atenรงรฃo pelo universo emocional do outro pode tornar o ambiente em que vivemos nocivo.
Hoje, falamos sobre o cuidado com a saรบde mental, mas, sem uma formaรงรฃo e educaรงรฃo psicolรณgica (psicoeducaรงรฃo), essas iniciativas podem ser apenas paliativos para uma "problemรกtica coletiva" que continua a crescer. A soluรงรฃo depende do desenvolvimento da consciรชncia individual de cada um. Um exemplo disso รฉ Bruna Marquezine, atriz que, ao longo de sua trajetรณria, conviveu com transtornos de imagem e depressรฃo, trazendo ร tona a importรขncia de discutirmos essas questรตes de maneira mais profunda e comprometida. Embora o vรญdeo dela seja "antigo", a problemรกtica apresentada continua sendo atual.
โญ๏ธโ
@saudemental