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19 Feb, 16:12


*Quarta-feira. O pecador não quer obedecer a Deus*

_A saeculo confregisti iugum meum, rupisti vincula mea, et discisti: non serviam_ - "Quebraste desde o princípio o meu jugo, rompeste os meus laços, e disseste: não servirei" (Jr 2, 20)

Sumário. _Grande Deus! Todas as criaturas obedecem a Deus, como a seu supremo Senhor; os céus, a terra, o mar, os elementos obedecem-lhe de pronto ao menor sinal. E o homem, mais amado e privilegiado de Deus do que todas essas criaturas, não quer obedecer-lhe, e cada vez que peca, diz por suas obras com inaudita temeridade a Deus: Senhor, não Vos quero servir - Confregisti iugum meum, dixisti: non serviam. Irmão meu, é isso o que tu também fizeste, se tiveste a desgraça de pecar._

I. Grande Deus! Todas as criaturas obedecem a Deus como ao seu soberano Senhor, os céus, a terra, o mar, os elementos obedecem-lhe de pronto ao menor sinal. E o homem, mais amado e privilegiado de Deus do que todas essas criaturas, não lhe quer obedecer, e cada vez que peca, diz, por suas obras, com inaudita temeridade a Deus: Senhor, não Vos quero servir. _Confregisti iugum meum, dixisti: non serviam - "Quebraste o meu jugo e disseste: não servirei"._

O Senhor lhe diz: não te vingues, e o homem responde: quero vingar-me; não te aposses dos bens alheios: quero apossar-me deles; abstém-te desse prazer desonesto: não quero abster-me. O pecador fala a Deus do mesmo modo que Faraó, quando Moisés lhe levou da parte de Deus a ordem de restituir o seu povo à liberdade. Aquele temerário respondeu: _Quem é esse Senhor, para que eu ouça a sua voz? Não conheço o Senhor_ (Ex 5, 2).

O pecador diz a mesma coisa: Senhor, não Vos conheço, quero fazer o que me agrada. Numa palavra, ultraja-o face a face, e volta-lhe as costas. No dizer de Santo Tomás, é isso exatamente o pecado mortal: o voltar as costas a Deus, o Bem incomutável. É disso também de que o Senhor se queixa: _Tu reliquisti me, dicit Dominus; retrorsum abiisti_ (1Rs 12, 28). Foste ingrato, assim fala Deus, porque me abandonaste ao passo que eu nunca te teria abandonado: _retrorsum abiisti_, voltaste-me as costas.

Deus declarou que odeia o pecado; portanto não pode deixar de odiar igualmente a quem o comete. E o homem, quando peca, ousa declarar-se inimigo de Deus e resiste-lhe na face: _Contra Omnipotentem roboratus est - "ele se fez forte contra o Todo-poderoso"_, diz Jó (Jó 15, 25). O mesmo santo varão acrescenta que levanta o colo, isto é, o orgulho, e corre para insultar a Deus: arma-se com uma testa dura, isto é, com ignorância, e diz: _Quid feci? Que é que fiz? Onde está o grande mal que fiz pecando? Deus é misericordioso; perdoa aos pecadores_. Que injúria! Que temeridade! Que insensatez!

II. Irmão meu, se nós também no passado quebramos o jugo suave do Senhor, e recusando-lhe a obediência tornamo-nos escravos do demônio, peçamos agora, humilhados e contritos, o perdão de nossos pecados; esforcemo-nos, com o nosso arrependimento, e com os nossos obséquios, em reparar um pouco as muitas ofensas que, particularmente nestes dias de carnaval, são feitas a nosso Pai celestial.

Eis aqui a vossos pés, meu Deus, o rebelde, o temerário, que tantas vezes teve a audácia de Vos injuriar no rosto e de Vos voltar as costas, mas que agora Vos pede misericórdia. Vós dissestes: _Clama ad me, et exaudiam te (Jr 33, 3) - "Clama a mim e eu te atenderei"_. Um inferno ainda é pouco para mim: confesso-o; mas sabeis que tenho mais dor por Vos haver ofendido, ó Bondade infinita, do que se houvesse perdido todos os meus bens e a vida. Ah! Meu Senhor; perdoai-me e não permitais que Vos torne a ofender. Vós por mim esperastes, a fim de que bendiga para sempre a vossa misericórdia, e Vos ame.

Sim, bendigo-Vos, amo-Vos e espero pelos merecimentos de Jesus Cristo, nunca mais separar-me do vosso amor. Foi o vosso amor que me livrou do inferno, esse mesmo amor deve livrar-me do pecado no futuro. Agradeço-Vos, meu Senhor, estas luzes e o desejo que me inspirais de sempre Vos amar.

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19 Feb, 16:12


Peço-Vos que tomeis plena posse de mim, de minha alma, de meu corpo, das minhas faculdades, dos meus sentidos, de minha vontade e da minha liberdade: _Tuus sum ego, salvum me fac (Sl 118, 94) - "Eu sou vosso; salvai-me"._

Vós que sois o único bem, o único amável, sede também o meu único amor. Dai-me fervor em Vos amar. Já Vos ofendi muito; portanto, não me posso contentar com amar-Vos simplesmente; quero amar-Vos muito para compensar as injúrias que Vos fiz. De Vós espero esta graça porque sois todo-poderoso; espero-a também, ó Maria, das vossas orações, que são todo-poderosas para com Deus.

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18 Feb, 15:54


*Terça-feira. Comemoração da agonia e oração de Jesus no Horto*

_Et factus in agonia prolixius orabat_ - "E, posto em agonia, orava (Jesus) com maior instância” (Lc 22, 43)

Sumário. _Imaginemos ver a Jesus, que, pela previsão dos tormentos e ignomínias que o esperavam, e muito mais da ingratidão com que os homens lhe haviam de pagar, cai em agonia no Horto e sua sangue; mas nem assim deixa de rogar a seu eterno Pai. É este o exemplo que devemos seguir, quando nos achamos em aflição e desolação. Unamos então as nossas penas às de Jesus; mas não deixemos de orar e de repetir com Ele: Pai, seja feita a vossa vontade._

I. O nosso amante Redentor, aproximando-se a hora da sua morte, dirigiu-se para o Horto de Getsêmani, onde, por si mesmo, deu princípio à sua amargosíssima Paixão, permitindo que o temor, o tédio e a tristeza viessem atormentá-Lo. _Coepit pavere et taedere... contristari et moestus esse_ (Mc 14, 33; Mt 26, 37). Mas como! Não era o mesmo Jesus que tanto tinha desejado sofrer e morrer pelos homens? E como teme agora tanto as penas e a morte? Por que está triste e aflito até ao ponto que a tristeza parece tirar-lhe a vida? (Mt 26, 38). Ah! Bem desejava Jesus morrer por nós; mas, para que não pensássemos que por virtude da sua divindade morria sem sofrer, suplicou a seu Pai que o livrasse, assim nos quis fazer conhecer que morria de morte tão angustiosa, que grandemente o aterrava.

Porém, o que propriamente afligiu o Coração de Jesus no horto, não foi tanto a previsão dos tormentos que teria de sofrer, como a previsão de nossos pecados. Jesus tinha vindo ao mundo para tirar os pecados. Mas vendo que apesar de sua Paixão se cometeriam no mundo tantos crimes, sofreu uma dor tão intensa, que antes de morrer o reduziu à agonia e o fez suar sangue vivo em tanta abundância, que chegou a ensopar a terra: _Et factus est sudor eius sicut guttae sanguinis decurrentis in terram_ (Lc 22, 44 3).

Sim, porque Jesus viu então diante de si todos os pecados que os homens tinham de cometer depois da sua morte, todos os ódios, desonestidades, furtos, blasfêmias e sacrilégios. Jesus então disse: É assim, ó homens, que recompensais o meu amor? Ah, se eu vos visse gratos para comigo, como iria contente morrer por vós. Mas, ver, depois de tantos sofrimentos meus, tantos pecados, depois de tanto amor meu, tamanha ingratidão, eis o que me faz suar sangue.

II. No meio de sua penosíssima agonia, que faz o Senhor? Dobra os joelhos, prostra-se com o rosto no chão, e roga a seu divino Pai, dizendo: _Pater, si possibile est, transeat a me calix iste; verumtamen non sicut ego volo, sed sicut tu - "Pai meu, se é possível, passe de mim este cálice; todavia não seja como eu quero, mas sim como tu queres"_ (Mt 26, 39). Como se dissesse: Meu Pai, Vós vedes que os tormentos que se me chegam a sofrer são horríveis; sabeis como o horror natural me impele a fugir deles e que por isso é grande a tristeza que me oprime. Vós sabeis tudo isso.

Sendo, pois possível que, sem embargo do decreto de vossa justiça, passe de mim este cálice amargoso, sem que eu o beba, rogo-Vos que me atendais o pedido. Mas, de nenhum modo se faça o que eu quero, senão o que Vós quereis; porquanto em todas as coisas prefiro a vossa santíssima vontade à minha: Ó oração sublime! Ó perfeitíssima resignação!

Eis aí o que nós também devemos fazer, pois que, como diz São Cipriano, Jesus quis, não somente com palavras, senão também com suas obras, ensinar-nos o verdadeiro modo de orar.

Em nossas aflições e desolações, unamos a nossa pena com a do Coração de Jesus no horto e digamos com Ele: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; faça-se, porém, não a minha vontade, senão a vossa. Se apesar disso, se prolongar a desolação, conformemo-nos com a vontade divina, e longe de nos relaxarmos em nossas orações, prolonguemo-las à imitação de Jesus Cristo mesmo que posto em agonia orou com mais instância: _Factus in agonia, prolixius orabat._

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18 Feb, 15:54


É assim, ó Senhor, que proponho fazer; Vós, porém, dai-me a graça de Vos ser fiel. "Ó meu Jesus, Vós que no Horto, com palavras e exemplo nos ensinastes a orar, para vencermos os perigos das tentações, concedei-me propício, que sempre aplicado à oração, mereça tirar dela fruto copioso" (Or. Eccl.). Fazei-o pelo amor de vossa e minha amada Mãe Maria.

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17 Feb, 10:51


*Segunda-feira. Para ser santo é preciso desejá-lo muito*

_Beati qui esuriunt et sitiunt iustitiam, quoniam ipsi saturabuntur_ - "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos" (Mt 5,6)

Sumário. _Quem quiser ser santo, deve desprender-se das criaturas, vencer as paixões, vencer-se a si próprio, amar as cruzes e sofrer muito. Ora, o santo desejo, ao passo que nos dá força para praticar tudo isso, torna-nos a pena mais leve. Pode-se dizer que já é quase vencedor quem possui um grande desejo de vencer. Irmão meu, lança um olhar sobre a tua alma, vê se tens grande desejo da perfeição, e roga a Jesus e Maria que o façam sempre mais crescer em ti._

I. Nenhum santo alcançou a perfeição sem um grande desejo de chegar à santidade. Assim como os pássaros precisam de asas para voar, assim às almas são necessários os santos desejos para caminharem à perfeição. Quem quer ser santo deve desprender-se das criaturas, vencer as paixões, vencer-se a si próprio, amar as cruzes, e para fazer tudo isso, requer-se grande força e é mister sofrer muito. Ora, o que faz o santo desejo? Responde São Lourenço Justiniano: "Subministra forças e faz julgar a pena mais leve". Razão porque o mesmo santo acrescenta que já é quase vencedor quem possui grande desejo de vencer: _Magna victoriae pars est vincendi desiderium_. Quem pretende subir ao cume de um alto monte, nunca chegará ali sem um grande desejo de chegar. Este dar-lhe-á coragem e força para aguentar as fadigas da subida; sem ele ficará prostrado na encosta desgostoso e desanimado.

São Bernardo afirma que cada um progredirá na perfeição à proporção do desejo que tiver. E Santa Teresa diz que Deus ama as almas generosas que têm grandes desejos. Por isso a santa dava a todos esta exortação: "Os nossos pensamentos devem ser grandes, porque deles virá o nosso bem. Não convém abaixar os desejos, mas confiar em Deus, que, esforçando-nos, pouco a pouco poderemos chegar até aonde, com a divina graça, chegaram os santos". É assim que os santos em breve tempo atingiram um alto grau de perfeição e fizeram grandes coisas para Deus: _Consummatus in brevi, explevit tempora multa (Sb 4, 13) - "Tendo vivido pouco tempo, encheu a carreira de uma larga vida"._

Assim São Luís Gonzaga chegou em poucos anos a tão alto grau de santidade, que Santa Maria Madalena de Pazzi, vendo-o num êxtase, no paraíso, disse se lhe afigurava de certo modo que não havia no céu outro santo que gozasse de mais glória do que São Luís. Ao mesmo tempo a santa compreendeu que São Luís subiu tão alto pelo grande desejo de amar a Deus tanto como o merece, e que o santo jovem, vendo que nunca poderia chegar a este ponto, sofreu na terra um martírio de amor.

II. São Bernardo, sendo já religioso, para afervorar-se, costumava perguntar a si mesmo: Bernardo, para que vieste? - _Bernarde, ad quid venisti?_ A mesma pergunta te dirijo a ti: Que vieste fazer na casa de Deus? Para que deixaste o mundo? Para te fazeres santo? E agora que fazes? Para que perdes o tempo? Dize-me: desejas fazer-te santo? Se não o desejas, é certo que nunca o serás. Se não tens este desejo, pede-o a Jesus Cristo, pede-o a Maria. E se o tens, reveste-te de coragem, diz o mesmo São Bernardo, porque muitos não se fazem santos por falta de coragem. Para que temeremos? De quem deveremos desconfiar? O mesmo Senhor que nos deu força para deixarmos o mundo, dar-nos-á também força para abraçarmos uma vida santa.

Eis-me aqui, meu Deus, eis-me aqui pronto para executar quanto de mim quiserdes. _Domine, quid me vis facere? (At 9, 6) - "Senhor, que quereis que eu faça?"_. Dizei-me, Senhor, o que de mim desejais, que em tudo Vos quero obedecer. Sinto ter perdido tanto tempo em que podia agradar-Vos e não o fiz. Agradeço-Vos que ainda me dais tempo para fazê-lo. Não o quero mais perder. Quero e desejo ser santo; não para receber de Vós mais glória, ou gozar mais: quero ser santo para mais Vos amar e dar-Vos mais gosto nesta vida e na outra.

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17 Feb, 10:51


Fazei, Senhor, que eu Vos ame e Vos compraza quanto Vós o desejais. Eis tudo o que Vos peço, ó meu Deus: quero amar-Vos, quero amar-Vos, e para Vos amar ofereço-me a sofrer qualquer desgosto, qualquer enfermidade, qualquer pena.

Senhor meu, aumentai sempre em mim este desejo e dai-me a graça de o pôr em obra, por mim mesmo nada posso; mas ajudado por Vós posso tudo. Ó Eterno Pai, por amor de Jesus Cristo, atendei-me. Jesus meu, pelos méritos da vossa Paixão, socorrei-me. Maria, minha esperança, por amor de Jesus, protegei-me.

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16 Feb, 20:56


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16 Feb, 17:45


Deixai-me antes morrer, do que tornar a ofender-Vos e perder o vosso amor. E Vós, ó Eterno Pai, _"ouvi clemente as minhas preces, a fim de que, sendo justamente punido por meus pecados, deles me livreis piedoso, para glória do vosso nome"_ (Or. Dom. curr.). Fazei-o pelo amor de Jesus Cristo, vosso Filho, e de minha amada mãe Maria.

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16 Feb, 17:45


_SEMANA DA SEPTUAGÉSIMA_

*Domingo. A parábola dos operários e a recompensa divina*

_Voca operarios et redde illis mercedem, incipiens a novissimis usque ad primus_ - "Chama os operários e paga-lhes o jornal, a começar dos últimos até os primeiros" (Mt 20, 8)

Sumário. _A vinha do Senhor são as nossas almas; e Jesus Cristo, que é o grande Pai de família, nos chama em qualquer hora do dia e da maneira mais variada, para as cultivarmos. Irmão meu, examina-te sobre como até agora respondeste à voz de Deus. Se achares que foste negligente, recupera os anos perdidos, trabalhando com zelo dobrado, pensando que Deus mede a recompensa de seus servos, não tanto pelo tempo durante o qual, mas pelo modo como foi servido._

I. _"O Reino dos Céus"_, diz Jesus Cristo, "é semelhante a um pai de família que ao romper da manhã saiu a contratar operários para a sua vinha. E, feito com eles o ajuste de um dinheiro por dia, mandou-os para a sua vinha. E, saindo perto da hora terceira, viu que estavam outros na praça ociosos, e disse-lhes: Ide vós também para a minha vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. Saiu novamente perto da sexta e da nona hora, e fez o mesmo. E quase à undécima hora saiu ainda e achou outros que lá estavam, e lhes disse: Por que estais aqui todo o dia ociosos? Eles responderam: Porque ninguém nos assalariou. Ele lhes disse: _Ide vós também para a minha vinha: Ite et vos in vineam meam"_.

Consideremos a significação desta parábola. A vinha do Senhor são as nossas almas. Jesus Cristo, o pai de família, depois de as ter resgatado da escravidão do demônio com o preço de seu divino sangue, no-las deu com o fim de as cultivarmos, por meio das boas obras, para poderem um dia ser admitidas na glória eterna, à qual nos convida continuamente. _Vocati nos undique Deus_, diz São Gregório. O Senhor nos chama da maneira mais variada; chama-nos por meio dos anjos da guarda e por meio dos seus ministros, *e chama-nos ainda hoje pela presente meditação.*

Coisa estranha, porém! Deus nada tem poupado e nada poupa para a salvação das nossas almas, e os cristãos, que creem tudo isso pela fé, vivem como se não cressem. Mas põem toda a sua atenção nos negócios da terra, e na alma nem sequer pensam, como se o negócio da salvação da alma não fosse o mais importante de todos. Ó infelizes! Bem reconhecerão a sua loucura quando não houver mais tempo para a remediar. Perdida a alma uma vez, perdeu-se para sempre.

II. No fim da tarde, assim continua o Evangelho, _"o senhor da vinha disse ao seu mordomo: Chama os operários, e paga-lhes o jornal, a começar dos últimos até os primeiros"_. Assim se fez, sendo preferidos os operários que vieram em último lugar, aos que vieram primeiro e trabalharam mais tempo. Com isso o Senhor nos quer dar a entender que na recompensa a dar a seus servos não olha para o tempo ou anos, mas tão somente para a diligência com que o serviram. Daí é que frequentes vezes os que foram os _primeiros_ no serviço de Deus, ficam sendo os _últimos_, e que os _últimos_ ficam sendo os _primeiros_.

Animemo-nos, meu irmão, e se no passado temos sido negligentes no cultivo da vinha que o Senhor nos confiou, redimamos o tempo perdido servindo a Deus com dobrado fervor: _Tempus redimentes_, exorta-nos São Paulo, _quoniam dies mali sunt "Recobrando o tempo, porque os dias são maus"_ (Ef 5, 16). Imitemos este Apóstolo, que, como observa São Jerônimo, embora fosse o último no apostolado, foi contudo o primeiro em merecimento, porque trabalhou mais do que os outros.

Ó meu Redentor, não quero mais perder o tempo que me concedeis em vossa misericórdia. Quero empregá-lo em chorar as ofensas que Vos fiz, a servir-Vos com fervor dobrado, a fim de Vos desagravar de minhas ingratidões. Jesus meu, perdoai-me, já que estou resolvido a Vos amar de hoje em diante sobre todas as coisas, e a perder antes tudo, mesmo a vida, do que a vossa amizade. Ajudai-me, Senhor, para que esta minha resolução não tenha a sorte dos meus propósitos anteriores, que não foram senão perfeitas traições.

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15 Feb, 15:44


Ânimo pois: _"Pelo amor de tua alma, não te envergonhes de dizer a verdade; há vergonha que conduz ao pecado; e há vergonha que traz consigo glória e graça" - Pro anima tua ne confundaris dicere verum_ (Eclo 4, 24). Vai prontamente, ovelha perdida, Jesus Cristo te espera; tem os braços abertos para te perdoar e te abraçar, desde o momento em que confesses o teu pecado. Asseguro-te que depois de uma confissão completa, sentirás uma alegria tão grande, por teres limpado a tua consciência e recuperado a graça de Deus, que sempre bendirás a hora em que fizeste uma boa confissão.

Apressa-te, pois, a procurar teu confessor, e não dês mais tempo ao demônio, para de novo te tentar, apressa-te, porque Jesus Cristo te está esperando. Qual bom pastor, deixa de novo as outras noventa e nove ovelhas, procura-te com ânsia e suspira pelo momento em que sobre os ombros te possa reconduzir ao aprisco e dizer aos anjos e santos do céu: _"Congratulai-vos comigo, porque achei a minha ovelha desgarrada"_ (Lc 15, 6). Ó Eterno Pai, fortalecei tantos pobres pecadores para vencerem o respeito humano e fazerem confissão sincera de todos os seus pecados. Vós também, ó grande Mãe de Deus, e Refúgio dos pecadores, ajudai-os.

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15 Feb, 15:44


_MEDITAÇÃO DE RESERVA_
*6ª Meditação. Do grande mal que fazem os que ocultam os pecados na confissão*

Pro anima tua ne confundaris dicere verum - "Não te envergonhes de falar a verdade, quando se trata da tua alma" (Eclo 4, 24)

Sumário. _O demônio, depois de obcecar tantas pobres ovelhas de Jesus Cristo, induzindo-as a pecar, faz como o lobo; apanha-as pelo pescoço, a fim de que não gritem por socorro, confessando-se sinceramente. E deste modo fazendo que cometam novo pecado, de ordinário mais grave que o primeiro, como é o sacrilégio, leva-as com segurança ao inferno. Oxalá que aquelas almas desgraçadas compreendessem o grande mal que causam a si mesmas, e o grande bem de que se privam pela maldita vergonha na confissão!_

I. Diz Santo Agostinho que o lobo, para que a ovelha lhe não escape, a apanha pelo pescoço, de modo que não possa gritar por auxílio balanldo, e assim a leva com segurança, e a devora. O mesmo pratica o demônio com tantas infelizes ovelhas de Jesus Cristo. Depois de obcecá-las, para que não vejam o mal que cometem ofendendo a Deus, apanha-as pelo pescoço, para que não se confessem. Deste modo fá-las cometer um pecado, de ordinário mais grave que o primeiro, como é o sacrilégio, e assim conduz a presa com segurança ao inferno. Oxalá que aqueles pecadores desgraçados compreendessem o grande mal que causam a si mesmos, e o grande bem de que se privam pela maldita vergonha!

Nos tribunais da terra se diz que o que confessa é condenado; mas no tribunal de Jesus Cristo acontece o contrário: o que confessa é que obtém o perdão. Mais, para quem cometeu um pecado grave, não há outro remédio de salvação, senão a confissão do pecado. _Ou confissão, ou condenação!_ Não basta que se arrependa de coração; não basta que vá ao deserto e pratique a penitência mais sincera: _Ou confissão, ou condenação!_

Que esperança de salvação pode ter aquele que vai confessar-se, e, calando o pecado, se serve da confissão para mais ofender a Deus, e constituir-se mais escravo do demônio? Que dirias do enfermo que tomasse uma taça de veneno, em vez do remédio que o médico lhe tinha ordenado? Ó céus! Que é a confissão para um pecador que cala os pecados, senão uma taça de veneno, que lhe agrava a consciência com a malícia do sacrilégio?

Quando o confessor absolve o penitente, ministra-lhe o Sangue de Jesus Cristo, visto que o absolve pelos merecimentos deste Sangue. Mas o que cala os pecados, calca aos pés o Sangue de Jesus, e, se além disso recebe a comunhão, atira em certo modo, como diz São João Crisóstomo, a hóstia consagrada aos esgotos. Daí provêm que tais sacrílegos já nesta terra sofrem um inferno antecipado; como se carregassem com tantas víboras, quantos são os sacrilégios que cometem.

Se ao menos os criminosos de tão nefandos excessos pudessem consolar-se com o pensamento: _Ninguém conhecerá jamais o meu pecado_. Não, porque o mesmo pecado que agora eles se recusam a confessar em segredo a um só homem, que tem compaixão e nunca dele poderá falar, a fé nos diz que, para maior confusão deles, o Senhor o manifestará no dia do juízo em presença dos anjos e de todos os homens. _Revelabo pudenda tua in facie - "Descobrirei tuas infâmias diante de tua própria face".

II. Ânimo, pois, meu irmão; se porventura tivesses cometido o erro de calar pecados por vergonha, escuta o que te aconselha Santo Ambrósio: O demônio tem preparado o processo de todos os teus pecados, para deles te acusar no tribunal de Deus. Queres fugir a esta acusação? Toma a dianteira a teu acusador, diz o santo, acusa-te tu mesmo a um confessor: _Praeveni accusatorem tuum_. Basta que lhe digas: "Meu pai, tenho um escrúpulo sobre a vida passada, mas tenho vergonha de o dizer". Basta que digas isso, porque será dever do confessor tirar-te do coração a serpente que te rói a consciência.

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14 Feb, 20:08


*Sexta-feira. A pena mais grave do Menino Jesus*

_Quae utilitas in saguine meo, dum descendo in corruptionem?_ - "Que proveito há no meu sangue, se desço à corrupção?" (Sl 29, 10)

Sumário. _Quando Jesus estava ainda no seio de Maria Santíssima, já previa a dureza de coração dos homens, que pela maior parte havia de pisar o seu sangue aos pés e de desprezar a graça que com seu sangue lhes havia merecido. Foi esta a pena que mais O afligiu. Se nós também temos sido do número desses ingratos, não desesperemos, contanto que estejamos resolvidos a converter-nos; porque o divino Menino veio a oferecer a paz a todos os homens de boa vontade. Arrependamo-nos, pois, de nossos pecados e façamos o propósito de amar doravante o nosso bom Deus, e estejamos certos de que acharemos a paz, isto é, a amizade divina._

I. Revelou Jesus Cristo à Venerável Águeda da Cruz, que, quando estava no seio de Maria, o que entre todas as penas mais o afligia, foi a previsão da dureza do coração dos homens, que, depois da Redenção feita haviam de desprezar as graças que ele viera derramar sobre a terra. Jesus exprimiu o mesmo sentimento já pela boca de Davi nas palavras citadas, na explicação comum dos Santos Padres: _Quae utilitas in sanguine meo, dum descendo in corruptionem?_ Interpreta Santo Isidoro as palavras: _"se desço na corrupção"_, assim: se desço a tomar a natureza humana toda corrompida pelos vícios e pecados.

"Meu Pai", assim parece dizer o Verbo divino, "eu vou tomar um corpo humano e depois derramarei todo o meu sangue pelos homens; mas _quae utilitas in sanguine meo? - que proveito terá o meu sangue?_ A maior parte dos homens nem sequer se lembrarão deste meu sangue e continuarão a ofender-me, como se nada por amor deles tivesse feito".

Esta pena foi o cálice de amargura, do qual Jesus pediu que o Pai Eterno O livrasse, dizendo: _Transeat a me calix iste (Mt 26, 39) - "Мeu Pai, passe este cálice longe de mim"_. Que cálice? A vista de tamanho desprezo de seu amor. Foi ela que ainda na cruz O fez exclamar: _Deus meu, Deus meu, porque me abandonastes?_ (Mt 27, 46).

Revelou o Senhor a Santa Catarina de Sena, que o abandono de que se queixou foi exatamente o ver que seu Pai permitiria que a sua paixão e o seu amor fossem em seguida desprezados por tantos homens, pelos quais devia morrer. Ora, esta mesma pena atormentou ao Menino Jesus no seio de Maria: o ver desde então tanto empenho de dores, de ignomínias, de sangue e de uma morte cruel e vergonhosa, e tão pouco fruto. Desde então o santo Menino viu como, no dizer do Apóstolo, muitos, quiçá a maior parte, pisariam o seu sangue aos pés e desprezariam a graça que com seu sangue lhes havia merecido: _Filium Dei conculcantes, et spiritui gratiae contumeliam facientes_ (Hb 10, 29).

II. Se nós também temos sido do número daqueles ingratos que sempre afligiram o Senhor com as suas culpas, não desesperemos. No seu nascimento, Jesus veio oferecer a paz aos homens de boa vontade como os anjos cantaram: _Et in terra pax hominibus bonae voluntatis (Lc 2, 14) - E na terra paz aos homens de boa vontade"_. Mudemos a nossa vontade, arrependamo-nos de nossos pecados, tomemos a resolução de amar o nosso bom Deus, e acharemos a paz, isto é, a amizade divina.

Ó meu amabilíssimo Jesus, quanto Vos tenho feito sofrer durante a vossa vida! Vós derramastes por mim o vosso sangue com tantos sofrimentos e com tamanho amor, e quais são os frutos que até agora Vos tenho produzido? Só desprezos, desgostos e injúrias! Mas, ó meu Redentor, espero que no futuro a vossa paixão há de produzir frutos pela vossa graça, que ainda não me desamparou. Sofrestes e morrestes por meu amor, para serdes amado por mim. Quero amar-Vos sobre todas as coisas, e se for de vosso agrado, pronto estou a dar mil vezes a vida.

Ó Pai Eterno, eu não devia animar-me a comparecer em vossa presença, a fim de Vos pedir perdão e graças, mas vosso Filho me diz que, qualquer que seja a graça que Vos pedir em seu nome, Vós ma concede-reis: _Si quid petieritis Patrem in nomine meo, dabit vobis_ (Jo 16, 23).

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14 Feb, 20:08


Ofereço-Vos, pois, os merecimentos de Jesus Cristo e em nome de Jesus Cristo peço-Vos primeiro o perdão completo de todos os meus pecados, peço-Vos a santa perseverança até a morte e sobretudo Vos peço o dom do vosso santo amor, que me faça viver sempre em obediência à vossa santa vontade.

Quanto à minha vontade, antes prefiro mil vezes a morte a ofender-Vos, e quero amar-Vos de todo o meu coração procurando em tudo o vosso agrado. Para isso, porém, Vos peço a graça de o executar e espero obtê-la de Vós. Maria, minha Mãe, se vós rogais por mim, estou seguro. Rogai, rogai, e não deixeis de rogar enquanto não me virdes mudado e transformado como Deus quer que eu seja.

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13 Feb, 16:20


*Quinta-feira. Amor que Deus mostrou aos homens no mistério da Encarnação*

_Apparuit gratia Dei Salvatoris nostri omnibus hominibus_ - "A graça de Deus nosso Salvador apareceu a todos os homens" (Tt 2, 11)

Sumário. _Embora a graça, isto é, o amor de Deus para com os homens, tenha sempre sido o mesmo, todavia não se manifestou sempre de igual maneira. Apareceu em toda a sua grandeza na obra da Encarnação, quando o Verbo Eterno se fez criança, gemendo e tremendo de frio, começando assim a satisfazer pelas penas que nós tínhamos merecido. Mas se este amor tão excessivo do Filho de Deus se manifestou a todos os homens, como é que nem todos o querem reconhecer e preferem as trevas do pecado à luz da graça celeste?_

I. Considera que pela graça, da qual aqui se diz que apareceu, se entende o amor excessivo de Jesus Cristo para com os homens: amor imerecido da nossa parte e por isso chamado _graça_. Em Deus este amor foi sempre o mesmo, mas não se manifestou sempre de igual maneira. Primeiro foi prometido em diversas profecias e debuxado em muitas figuras. Mas bem apareceu e se manifestou o amor divino no nascimento do Redentor, quando o Verbo Eterno se mostrou aos homens feito criança sobre um pouco de palha, chorando e tremendo de frio, começando desde então a satisfazer pelas penas que nós tínhamos merecido, e patenteando o afeto que nos tinha, pelo sacrifício de sua vida: _In hoc cognovimus caritatem Dei, quoniam ille animam suam pro nobis posuit (1Jo 3, 16) - “Nisto conhecemos o amor de Deus, em que Ele deu a sua vida por nós"._

Apareceu, pois, o amor de nosso Deus, e apareceu a todos os homens: _omnibus hominibus_. Mas por que é que nem todos conheceram, e ainda hoje em dia há tantos que não o conhecem? Eis aqui a razão: _Lux venit in mundum, et dilexerunt homines magis tenebras quam lucem_ (Jo 3, 19). Não o conheceram nem o conhecem, porque não o querem conhecer: amam mais as trevas do pecado do que a luz da graça.

Não sejamos nós do número daqueles infelizes. Se antigamente fechamos os olhos à luz, pensando pouco no amor de Jesus Cristo, esforcemo-nos nos dias de vida que ainda nos restam, por termos continuamente diante dos olhos os sofrimentos e a morte de nosso Redentor, a fim de amarmos àqueles que tanto nos amou.

Desta forma, teremos, segundo as promessas divinas, direito de esperarmos o paraíso que Jesus Cristo nos adquiriu com o seu sangue. Nesta sua primeira vinda, veio Jesus como criança pobre e desprezada, envolta em pobres mantilhas e deitada sobre a palha; mas na segunda vinda virá sobre um trono de majestade. _Videbunt Filium hominis venientem in nubibus, cum virtute multa et maiestate (Mt 24, 30) - "Eles verão ao Filho do homem que virá sobre as nuvens com grande poder e majestade"_. Feliz então de quem tiver amado a Jesus, e ai de quem não o tiver amado!

II. Ó meu santo Menino, agora Vos vejo sobre a palha pobre, aflito e abandonado; mas sei que um dia haveis de vir a julgar-me, sobre um trono de luz e acompanhado dos anjos. Rogo-Vos que me perdoeis antes de virdes como juiz. Então devereis ser um juiz justo; mas agora sois para mim um Redentor e um Pai de misericórdia. Por minha ingratidão fui um daqueles que não Vos conheceram, porque não Vos quis conhecer. Por isso, em vez de pensar em amar-Vos, considerando o amor que me haveis tido, só pensei em minhas próprias satisfações com desprezo da vossa graça e do vosso amor. Deposito agora em vossas santas mãos a minha alma, que eu por culpa minha tinha perdido; salvai-a e guardai-a: _In manus tuas comendo spiritum meum_ (Sl 30, 6). Em Vós ponho toda a minha esperança; porquanto sei que para resgatá-la do inferno, destes o vosso sangue e a vossa vida: _Redemisti me, Domine, Deus veritatis_.

Ó Senhor, não me deixastes morrer quando estava em pecado e me aguardastes com tanta paciência, a fim de que, vindo à resipiscência, me arrependa de Vos ter ofendido e comece a amar-Vos, e assim possa ser por Vós perdoado e salvo. Sim, ó meu Jesus, quero agradar-Vos; arrependo-me, acima de tudo, dos desgostos que Vos causei; arrependo-me e Vos amo.

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13 Feb, 16:20


† _Jesus, meu Deus, amo-Vos sobre todas as coisas_. Salvai-me pela vossa misericórdia, e consista a minha salvação em amar-Vos sempre nesta vida e na eternidade. Minha amada Mãe Maria, recomendai-me a vosso Filho. Dizei-Lhe que sou vosso servo e que em vós eu pus a minha esperança. Ele vos atende e não vos nega nada.

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12 Feb, 18:40


Arrependo-me, ó Bondade infinita, de Vos ter causado tantos desgostos. Amo-Vos, soberano Bem, porque mo ordenais; amo-Vos, porque sois digno de todo o amor. Suplico-Vos, meu Redentor, pelos méritos do vosso Sangue, que Vos façais amar por um pecador, que tanto tendes amado e que tantos anos sofrestes com paciência. Tudo espero da vossa misericórdia. Espero amar-vos sempre no futuro, até a morte e por toda a eternidade: _Misericordias Domini in aeternum cantabo_ (Sl 88, 2). Eternamente louvarei a vossa bondade, ó Jesus meu. Eternamente louvarei também a vossa misericórdia, ó Maria, que tantas graças me haveis alcançado; reconheço que as devo todas à vossa intercessão. Continuai a assistir-me, ó Senhora minha, e obtende-me a santa perseverança.

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12 Feb, 18:40


*Quarta-feira. O pecador abandonado por Deus*

_Curavimus Babylonem, et non est sanata; derelinquamus eam_ - "Medicamos a Babilônia, e ela não sarou; deixemo-la" (Jr 51, 9)

Sumário. _Não há maior castigo do que Deus fingir que não vê a iniquidade. Permite que os pecadores prosperem e amontoem pecados sobre pecados. É sinal de que Deus os reserva para os entregar à sua justiça na vida eterna, onde terão tantos infernos a padecer, quantos foram os pecados cometidos. Desgraçados dos pecadores que prosperam nesta vida. Tal misericórdia é mais terrível do que qualquer castigo._

I. Deus espera o pecador a fim de que se corrija. Quando vê, porém, que o tempo que lhe é dado para chorar os pecados, só serve para os multiplicar, esse mesmo tempo será chamado a depor contra ele (Lm 1, 15), isto é, o tempo concedido e as misericórdias recebidas servirão para fazer castigar o pecador com mais rigor e para o entregar mais cedo ao abandono. _Curavimus Babyloniam, et non est sanata; derelinquamus eam - "Medicamos a Babilonia, e ela não sarou; deixemo-la"_. E como é que Deus o abandona? Ou lhe envia a morte e o faz morrer no pecado, ou o priva das graças abundantes e só lhe deixa a graça suficiente, com que o pecador se poderia salvar, mas não se salvará.

O espírito obcecado, o coração endurecido, o mau hábito contraído, tornar-lhe-ão a salvação moralmente impossível, e assim ficará, senão absolutamente, ao menos moralmente abandonado.

_Auferam sepem eius, et erit in direptionem (Is 5, 5) - "Arrancar-lhe-ei a sebe e ficará exposta a ser roubada"_. Que castigo! Quando o dono de uma vinha arranca a sebe e deixa entrar nela a todos os homens e animais, que significa isto? Significa que a abandona. Pois, é o que faz Deus quando abandona uma alma: tira-lhe a sebe do temor de Deus, dos remorsos da consciência e deixa-a nas trevas.

Então, entram na alma todos os monstros dos vícios. E o pecador, entregue a esta escuridão, desprezará tudo, graça de Deus, paraíso, exortações, censuras, e até escarnecerá da sua própria condenação. _Impius, cum in profundum venerit peccatorum, contemnet (Pr 18, 3) - “O ímpio, depois de haver chegado ao profundo dos pecados, desprezará tudo"_.

Numa palavra, Deus deixá-lo-á nesta vida sem castigo; mas esta condescendência será para ele o maior dos castigos: _Misereamur impio, et non discet iustitiam (Is 26, 10) - "Compadeçamo-nos do ímpio, e ele não aprenderá justiça". Ah! Senhor, assim Vos direi com São Bernardo, não quero semelhante misericórdia, porque é mais terrível do que qualquer castigo.

II. Desgraçados dos pecadores que prosperam nesta vida! É sinal de que Deus os reserva para os entregar como vítimas à sua justiça na vida eterna. Pergunta o profeta Jeremias: _Quare via impiorum prosperatur? (Jr 12, 1) - "Por que é prosperado o caminho dos ímpios?". E responde: _Congregas eos quasi gregem ad victimam - "Ajunta-os como rebanho para o matadouro"_. Não há maior castigo do que deixar Deus ao pecador amontoar pecados sobre pecados. Fora melhor para o desgraçado que o Senhor o tivesse feito morrer em seguida ao primeiro pecado; porque, morrendo mais tarde, terá tantos infernos a padecer, quantos foram os pecados cometidos.

Meu Deus, no miserável estado em que me acho, reconheço que mereci ser privado da vossa graça e da vossa luz; mas vendo as luzes que agora me concedeis e ouvindo que me chamais à penitência, estou certo que não me abandonastes ainda. Já que não me haveis abandonado, Senhor, multiplicai as vossas misericórdias sobre a minha alma, aumentai a luz e aumentai em mim o desejo de Vos servir e amar. Transformai-me, ó Deus onipotente, e de traidor e rebelde, como tenho sido, fazei de mim um verdadeiro amante da vossa bondade, a fim de que chegue um dia ao céu a louvar eternamente as vossas misericórdias. Vós quereis perdoar-me e eu nada mais desejo senão o perdão e o vosso amor.

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11 Feb, 23:45


Sim, meu Salvador, espero que me recebereis por filho. Não sou digno de ser chamado assim, porque Vos ultrajei tantas vezes na vossa presença. _Pater, peccavi in coelum et coram te; non sum dignus vocari filius tuus (Lc 15, 18) - "Pai, pequei contra o céu e diante de ti, já não sou digno de ser chamado teu filho"_. Sei, porém, que andais em procura das ovelhas tresmalhadas, e que é para Vós uma consolação abraçar os filhos perdidos.

Meu querido Pai, arrependo-me de Vos ter ofendido: prostro-me diante de Vós, abraço os vossos pés, e não me levantarei, enquanto não me concederdes o perdão e a vossa bênção: _Non dimittam te, nisi benedixeris mihi (Gn 32, 26)_. Abençoai-me, meu Pai, e que a vossa bênção me inspire uma grande dor de meus pecados e um grande amor por Vós. Ó Maria, se Deus é meu Pai, sois vós minha Mãe. Abençoai-me também vós e obtende-me a santa perseverança.

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11 Feb, 23:45


*Terça-feira. Loucura dos pecadores*

_Sapientia enin huius mundi stultitia est apud Deum - "A sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus" (1Cor 3, 19)

Sumário. _Quem crê na vida futura e apesar disso vive no pecado e longe de Deus, merece ser metido num hospício de doidos. Com efeito, que loucura, renunciar ao paraíso e merecer o inferno por um vil interesse, por um pouco de fumo, por um prazer vergonhoso! O pior porém é que o número de semelhantes loucos é infinito, e no mesmo tempo que são tão loucos, eles se têm por homens sábios e prudentes. Irmão meu, serás tu porventura do número desses infelizes?_

I. O Bem-aventurado João de Ávila quisera dividir o mundo em duas prisões, uma para os que não creem na vida futura, e outra para os que creem, mas vivem no pecado e longe de Deus. Acrescentava que estes deviam ser metidos num hospital de doidos. A maior miséria e desgraça destes infelizes é que se julgam sábios e prudentes e são os mais cegos e loucos que pode haver. E o pior é que o seu número é infinito: _Et stultorum infinitus est numerus_ (Ecl 1, 15).

São loucos, uns pelas honras, outros pelos prazeres, outros pelas criaturas abjetas desta terra. Atrevem-se a apodar de doidos os santos que desprezam os bens do mundo para obter a salvação eterna e o verdadeiro bem, que é Deus. Chamam loucura sofrer os desprezos e perdoar as injúrias: loucura o privar-se dos prazeres dos sentidos, o praticar as mortificações; loucura renunciar as honras e riquezas; amar a solidão, a vida humilde e oculta. Mas não veem que Deus chama a sabedoria deles loucura: _Sapientia enin huius mundi stultitia est apud Deum - "A sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus”._

I. Ah! Um dia reconhecerão evidentemente a sua loucura. Quando, porém? Quando já não houver mais tempo e então exclamarão com desespero: _Nos insensati!_ Ah! Como havemos sido insensatos! Considerávamos loucura a vida dos santos, mas hoje reconhecemos que fomos nós os insensatos. _Ecce quomodo computati sunt inter filios Dei - "Vede como são agora admitidos no número dos felizes filhos de Deus"_, e têm a sua felicidade entre os santos, felicidade que será eterna e que os tornará para sempre bem-aventurados; ao passo que nós ficamos no número dos escravos do demônio, a arder neste abismo de tormentos por toda a eternidade. _Ergo erravimus - "Enganamo-nos"_: tal será a conclusão de seus lamentos. Enganamo-nos, querendo fechar os olhos à luz divina, e o que nos faz ainda mais infelizes, é sabermos que nosso erro é e será sempre sem remédio, enquanto Deus for Deus!

II. Que loucura não é perder a graça de Deus por um vil interesse, por um pouco de fumo, por um prazer efêmero. O que não faz um vassalo para ganhar as boas graças de seu soberano? E então por uma miserável satisfação perderemos o bem supremo que é Deus, perderemos o paraíso, perderemos até a paz neste mundo deixando entrar na alma o pecado, que a atormentará incessantemente com os remorsos, e condenar-nos-emos voluntariamente a uma desgraça eterna? Provarias qualquer prazer proibido, se houvesses de ficar com a mão queimada ou encerrado num túmulo por um ano? Cometerias tal pecado, se houvesses de perder por ele cem escudos? Não há dúvida que crês e sabes que pecando perdes o paraíso e a Deus e que para sempre serás condenado ao fogo, e apesar de tudo te atreves a pecar?

Ó Deus de minha alma, que seria de mim nesta hora, se não me tivesseis feito tão contínuas misericórdias? Estaria no inferno entre os insensatos, do número dos quais tenho sido. Agradeço-Vos, Senhor, e rogo-Vos que não me abandoneis na minha cegueira. Merecia ser privado de vossa luz, mas vejo que a vossa graça ainda não me abandonou. Ouço que ela me chama com ternura, e me convida a pedir-Vos perdão e a esperar de Vós grandes coisas, apesar das graves ofensas que Vos fiz.

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09 Feb, 17:21


_QUINTA SEMANA DEPOIS DA EPIFANIA_

*Domingo. A parábola do joio e a conduta de Deus para com os pecadores*

_Colligite primum zizania, et alligate ea in fasciculos ad comburendum_ - "Colhei primeiro o joio, e atai-o em feixes para o queimar" (Mt 13, 30)

Sumário. _O joio que cresce no meio do bom trigo é figura dos pecadores, que pela benignidade divina vivem juntamente com os justos no campo da Igreja Católica. Mas ai daqueles, se continuarem obstinados no pecado e deixarem passar o tempo de misericórdia! Chegará o dia da colheita, isto é, do juízo, e então os anjos separarão os maus dos bons, para levarem a estes ao paraíso e lançarem aqueles no fogo do inferno, onde serão atormentados por toda a eternidade._

I. "O Reino dos céus", diz Jesus Cristo no Evangelho deste dia, "é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. Mas, quando dormiam os homens, veio o seu inimigo e sobressemeou o joio no meio do trigo, e foi-se. Tendo, porém, crescido a erva e dado fruto, então apareceu também o joio. E chegando-se os servos do pai de família, disseram-lhe: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde, pois, lhe veio o joio? Disse-lhes ele: Um homem inimigo fez isso. E os servos disseram-lhe: Queres que vamos e o apanhemos? Ele disse: Não! Não seja que apanhando o joio arranqueis juntamente com ele o trigo. Deixai crescer um e outro até a ceifa, e no tempo direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio, e atai-o em molhos para o fogo; mas o trigo recolhei-o no meu celeiro".

Nesta parábola, vê-se de um lado a paciência do Senhor para com os pecadores, e por outro o seu rigor para com os obstinados. Diz Santo Tomás que todas as criaturas, por natural instinto, quereriam castigar o pecador e assim vingar as injúrias feitas ao Criador. _Vis imus et colligimus ea? - "Queres que vamos e o apanhemos?"_. Deus, porém, pela sua misericórdia, as impede. E assim faz, não só pelo amor dos justos, aos quais não quer tirar a ocasião para praticarem a virtude, suportando os maus; senão também, e muito mais, pela sua longanimidade para com os próprios pecadores, a quem quer dar tempo para se converterem.

_Propterea expectat Deus, ut misereatur vestri_ (Is 30, 18) - “Por isso o Senhor espera, para ter misericórdia de vós".

Mais ai deles se continuarem obstinados em seu pecado e deixarem passar o tempo da divina misericórdia. Chegará o dia da colheita, isto é, assim como Jesus mesmo explica, o fim do mundo e o juízo universal. Então ordenará aos ceifeiros, a saber, aos anjos, que separem os maus dos justos a fim de fazerem estes entrar no eterno gozo do paraíso e lançarem aqueles no fogo do inferno, onde serão atormentados por toda a eternidade.

II. Eis aí, cristão, aonde irão parar aqueles pecadores que se obstinam em seus pecados e _que abusam do tempo de penitência, que Deu lhes concede, para se tornarem mais soberbos_ (Jó 24, 23) - irão queimar para sempre, alma e corpo, no fogo do inferno, sem esperança de saírem em tempo algum: _Et mittent eos in caminum ignis (Mt 13, 42) - "E lançá-los-ão na fornalha de fogo"_. Com razão; porquanto não merece mais a misericórdia divina aquele que, enormemente ingrato, se prevalece da mesma misericórdia para ofender o Senhor mais gravemente. O que ofende a justiça, diz Afonso Tostato, pode recorrer à misericórdia, mas a quem poderá recorrer o que ofende a própria misericórdia?

Ó meu amabilíssimo Jesus! Eis-me aqui; eu fui um daqueles que continuam a ofender-Vos, porque éreis bom para mim. Esperai, Senhor, não me abandoneis agora, já que pela vossa graça espero nunca mais dar-Vos motivo para que me abandoneis. Pesa-me, ó Bondade infinita, ter-Vos ofendido, e ter abusado tanto de vossa paciência. Agradeço-Vos por me terdes esperado até agora. De hoje em diante não Vos quero mais trair, como no passado tenho feito.

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09 Feb, 17:21


Vós, ó Senhor, me aturastes tão longo tempo, a fim de me verdes um dia cativo amante da vossa bondade. † _Jesus, meu Deus, amo-Vas sobre todas as coisas_; e estimo a vossa graça mais que todos os reinos do mundo; antes quero perder mil vezes a vida que perder a vossa afeição. Vós, porém, ó Redentor meu, dai-me a santa perseverança. Pelo sangue que por mim derramastes, Vos rogo: "_guardai-me, ó Senhor, com vosso auxílio contínuo, para que, esperando só na graça celeste, seja sempre munido com a vossa proteção”_ (Or. Dom. curr.). † _Doce Coração de Maria, sede a minha salvação._

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08 Feb, 22:29


Mas sabeis por quê? Porque não praticam a plena confiança no Senhor e o perfeito abandono à sua bondade paterna"._

À imitação dos santos, ponhamos toda a nossa esperança, depois de Deus, na Bem-aventurada Virgem, que no livro do Eclesiástico é chamada Mãe da santa esperança; e repitamos muitas vezes a saudação da Igreja Católica: _Spes nostra salve!_ - Esperança nossa, salve!

"Salve Rainha, Mãe de misericórdia; vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos os degradados filhos de Eva. A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, Advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei. E depois deste desterro nos mostrai a Jesus, bendito fruto de vosso ventre. Ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria".

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08 Feb, 22:29


*Sábado. Maria Santíssima, modelo de esperança*

_Mihi autem adhaerere Deo bonum est; ponere in Domino meo spem meam_ - "Para mim é bom unir-me a Deus; pôr no Senhor Deus a minha esperança" (Sl 72, 28)

Sumário. _Se da fé nasce a esperança, Maria Santíssima, que teve uma fé singular, possuiu também uma esperança exímia. Disso deu contínuas provas em todo o curso de sua vida moral, porquanto viveu sempre em desapego completo de qualquer criatura e em inteiro abandono à divina Providência, que dela dispunha à vontade. Se quisermos ser filhos dignos de tão excelsa Mãe, esforcemo-nos por imitá-la, esperando tudo da bondade divina. E, depois de Deus, ponhamos a nossa confiança em Maria, que é chamada Mãe da santa esperança._

I. Da fé nasce a esperança, porquanto para nenhum outro fim Deus nos fez conhecer pela fé a sua bondade e as suas promessas, senão para que depois pela esperança nos elevemos ao desejo de o possuir. Sendo, pois, certo que Maria teve a virtude de uma fé excelente, teve igualmente a virtude de uma excelente esperança, que a fazia dizer com Davi: _Mihi autem adhaerere Deo bonum est; ponere in Domino Deo spem meam - "Para mim é bom unir-me a Deus; pôr no Senhor Deus a minha esperança"._

E bem demonstrou a Santíssima Virgem quanto era grande esta sua confiança em Deus, quando pressentiu que seu esposo, por ignorar o modo de sua prodigiosa gravidez, estava agitado e com ideia de a deixar. Parecia então necessário que ela descobrisse a seu esposo o oculto mistério. Mas não, ela não quis manifestar a graça recebida; preferiu entregar-se à divina Providência, confiando, como diz Cornélio a Lápide, que Deus mesmo defenderia a sua inocência e reputação. Demonstrou, além disso, a confiança em Deus, quando, próxima ao parto, se viu expulsa em Belém, também dos hospícios dos pobres, e reduzida a dar à luz em uma gruta.

A divina Mãe fez igualmente conhecer quanto confiava na Providência de Deus, quando, avisada por São José que devia fugir para o Egito, na mesma noite se pôs a caminho para tão longa viagem a um país estrangeiro e desconhecido, sem provisão, sem dinheiro, sem outro acompanhamento além do Menino Jesus e de seu pobre esposo.

Muito mais Maria demonstrou esta sua confiança, quando pediu ao Filho a graça do vinho para os esposos de Caná, porque, depois da resposta de Jesus Cristo, pela qual parecia claro que o pedido lhe seria recusado, ela confiada na divina bondade ordenou à gente da casa que fizessem o que lhes dissesse o Filho, visto que a graça era certa: _Quodcunque dixerit vobis, facite_ (Jo 2, 5). De fato, Jesus Cristo fez encher os vasos de água e depois a converteu em vinho.

II. Maria foi aquela fiel Esposa do divino Espírito, da qual se disse: _Quae est ista, quae ascendit de deserto, deliciis afluens, innixa super dilectum suum_ (Ct 8, 5) "Quem é esta, que sobe do deserto, inundada de delícias, apoiada sobre o seu amado?". Pois que ela, sempre toda desapegada dos afetos do mundo, que reputava um deserto, e por isso nada confiando nem nas criaturas nem nos próprios merecimentos, e apoiando-se toda na graça divina, se adiantou sempre no amor do seu Deus.

Se, pois, quisermos ser dignos filhos de Maria, aprendamos dela a confiar como se deve, principalmente no grande negócio da salvação eterna. Para esta, posto que seja necessária também a nossa cooperação, contudo, só de Deus devemos esperar a graça para a conseguir, desconfiando absolutamente das nossas próprias forças e dizendo cada um com o Apóstolo: _Omnia possum in eo qui me confortat_ (Fl 4, 13) - "Tudo posso naquele que me fortalece".

Dignas de ponderação são a este respeito as exortações de São Francisco de Sales: _"Em todas as vossas necessidades e empresas, ponde toda a vossa confiança em Deus, e persuadi-vos de que o êxito será sempre o que for melhor para vós. Quanto mais verdadeira e perfeita for a nossa confiança em Deus, tanto mais fará brilhar a sua providência sobre nós. Muitos há"_, acrescenta o santo Doutor, _"que aspiram à perfeição, e poucos são os que a ela chegam.

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06 Feb, 21:46


Anónimo - Perdi o meu trabalho e actualmente está a ser muito difícil arranjar um novo. Estou animicamente muito em baixo. Orem por mim por favor.

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06 Feb, 14:15


*Quinta-feira. Devemos esperar tudo pelos merecimentos de Jesus Cristo*

_Proprio filio suo non pepercit, sed pro nobis omnibus tradidit illum_ - "(Deus) não poupou a seu próprio Filho, mas entregou-O por nós todos" (Rm 8, 32)

Sumário. _A satisfação que o Filho de Deus ofereceu ao Pai Eterno é infinitamente maior do que a dívida que com os nossos pecados tínhamos contraído. Por isso não seria justo que perecesse o pecador que se arrepende de seus pecados e oferece a Deus os merecimentos do Redentor. Por outro lado, Jesus Cristo lá no céu intercede continuamente por nós e o Pai divino não pode negar nada a um Filho tão querido. Agradeçamos, pois, ao Senhor, e imploremos com confiança qualquer graça, valendo-nos sempre desses merecimentos infinitos._

I. Considera que, tendo-nos dado o Pai Eterno seu próprio Filho por medianeiro, por advogado junto a si, e por vítima em satisfação dos nossos pecados, não nos é mais lícito duvidar que não obtenhamos qualquer graça que pedirmos, valendo-nos da mediação de semelhante Redentor. _Quomodo non etiam cum illo omnia nobis donavit?_ (Rm 8, 32). Que é que Deus nos recusará, diz o Apóstolo, depois que não nos negou o próprio Filho? Todas as nossas súplicas não merecem que o Senhor as atenda, ou somente para elas olhe, porquanto o que nós merecemos não é graça, senão castigo pelos nossos pecados. Digno, porém, de ser atendido é Jesus Cristo que intercede por nós e oferece a seu Pai todos os sofrimentos da sua vida, o seu sangue e a sua morte. O Pai não pode recusar nada a um Filho tão querido, que Lhe oferece um preço de valor infinito. Sendo Ele inocente, todo o preço que pagou à divina justiça é aplicado tão somente em satisfação de nossas dívidas e esta satisfação excede infinitamente os pecados dos homens. Não seria de justiça que viesse a perder-se um pecador que se arrepende dos pecados e oferece a Deus os merecimentos de Jesus Cristo, cujas satisfações foram superabundantes. Demos, pois, graças a Deus e esperemos tudo pelos merecimentos de Jesus Cristo.

II. Meu Deus e meu Pai, não posso mais desconfiar da vossa misericórdia; não posso temer que me recuseis o perdão de todas as faltas cometidas contra Vós, ou não me queirais dar todas as graças precisas para minha salvação, visto que me destes vosso Filho, a fim de que Vo-lo ofereça por mim. É exatamente para me perdoar e fazer-me digno de vossas graças, que me destes Jesus Cristo e me ordenais que Vo-lo ofereça e pelos seus merecimentos espere de Vós a minha salvação. Sim, meu Deus, quero obedecer-Vos e Vos dou graças. Ofereço-Vos os merecimentos de vosso Filho e por eles espero a graça que remedeie a minha fraqueza e todos os danos que os meus pecados me causaram.

Pesa-me, ó Bondade infinita, de Vos ter ofendido, amo-Vos sobre todas as coisas e de hoje em diante não quero amar senão a Vós. Esta minha promessa, porém, de nada servirá, se não me auxiliardes. Pelo amor de Jesus Cristo, dai-me a santa perseverança e o vosso amor, dai-me luz e força para em todas as coisas cumprir a vossa santa vontade. Confiado nos merecimentos de Jesus Cristo, espero que me atendereis. Maria, Mãe e esperança minha, rogo-vos também, pelo amor de Jesus Cristo, que me alcanceis estas graças. Minha Mãe, atendei-me.

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05 Feb, 21:21


*Quarta-feira. Qual será o gozo dos bem-aventurados no Paraíso*

_Videmus nunc per speculum in aenigmate; tunc autem facie ad faciem_ - "Vemos agora (a Deus) como por um espelho, em enigma; porém então face a face" (1Cor 13, 12)

Sumário. _O bem-aventurado, conhecendo no céu a amabilidade infinita de Deus, e vendo todas as disposições admiráveis para sua salvação, amá-Lo-á de todo o coração, regozijar-se-á pela felicidade de Deus mais do que pela sua própria, e não terá outro desejo senão o de amá-Lo e de ser amado por Ele. É nisto que consistirá a sua eterna beatitude. Portanto, se nós amarmos a Deus, sem termos tanto em vista o nosso interesse como a satisfação pela felicidade de Deus, desde a vida presente começaríamos a gozar da beatitude do Reino celestial._

I. Quando a alma entrar na pátria bem-aventurada e for corrido o reposteiro que lhe impedia a vista, verá a descoberto e sem véu a beleza infinita do seu Deus, e é nisto que consistirá o gozo do bem-aventurado. Todas as coisas que ele contemplará em Deus, enchê-lo-ão de alegria. Verá a retidão dos juízos divinos, a harmonia nas suas disposições relativas a cada alma e todas ordenadas para a glória de Deus e o bem de si mesmo.

Com relação a si própria, a alma verá o amor imenso que Deus lhe mostrou em fazer-se homem e em sacrificar por amor dela a vida na Cruz.

Conhecerá o excesso de amor encerrado no mistério da Cruz: ver um Deus feito servo e morto supliciado num infame patíbulo! Conhecerá o amor excessivo encerrado no mistério da Eucaristia: ver um Deus posto presente sob a espécie de pão e feito alimento de suas criaturas! Verá distintamente todas as graças que Deus lhe dispensou e que até então lhe estiveram ocultas. Verá toda a misericórdia de que Deus usou para com ela, esperando-a e perdoando-lhe todas as ingratidões. Verá os muitos convites, as luzes e os auxílios que tão abundantemente lhe foram prodigalizados. Verá que as tribulações, as doenças, a perda de bens ou de parentes, que chamara castigos, não foram castigos, senão manifestações da bondade divina para atrair a alma ao seu amor perfeito.

Numa palavra, tudo o que ela vir, lhe fará conhecer a bondade infinita de seu Deus, e o amor infinito que merece. Donde provém que logo que chegada for ao céu, não terá mais outro desejo senão o de vê-Lo feliz e contente. Compreendendo ao mesmo tempo, que a felicidade de Deus é suprema, infinita e eterna, sentirá uma satisfação, já não digo infinita, visto que a criatura não é suscetível de coisas infinitas, mas uma satisfação imensa e plena, que a encherá de gozo, e do mesmo gozo que é próprio a Deus. Assim se verificará nela a palavra de Jesus: _Intra in gaudium Domini tui_ (Mt 25, 23) - "Entra no gozo de teu Senhor".

II. O bem-aventurado é feliz, não tanto pelo gozo que experimenta em si próprio, como pela felicidade de que Deus goza, porque ama a Deus imensamente mais do que a si mesmo. O amor que tem a Deus, faz com que ache imensamente mais satisfação na bem-aventurança divina do que na sua própria. O amor a faz esquecida de si mesma, e o que ela almeja, será unicamente agradar ao Bem-Amado. É esta a santa e desejável embriaguez pela qual os bem-aventurados se esquecerão completamente de si, e só pensarão em louvar e amar o querido objeto de todo o seu amor, isto é, Deus. _Inebriabuntur ab ubertate domus tuae (Sl 35, 9) - "Embriagar-se-ão da abundância da tua casa"_. Perfeitamente felizes desde o primeiro instante da sua entrada no céu, ficam como que perdidos, ou, por assim dizer, submergidos no mar infinito da bondade divina.

Daí é que o bem-aventurado perderá todo e qualquer desejo, só lhe restando o de amar a Deus e ser amado por Ele. A segurança de sempre amá-Lo e de sempre ser amado, será a beatitude do escolhido, a qual o encherá de alegria e de contentamento eterno, de maneira que nada mais desejará. Em resumo: o paraíso dos bem-aventurados é gozar do gozo de Deus. Quem, portanto, na vida presente se compraz na beatitude de que Deus goza e gozará eternamente, pode dizer que desde agora entra no gozo de Deus e começa a gozar o paraíso.

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05 Feb, 21:21


Entretanto, ó meu doce Salvador e Amor de minha alma, vejo-me ainda desterrado neste vale de lágrimas, cercado de inimigos que me querem separar de Vós. Meu amado Senhor, não permitais que Vos perca; fazei com que Vos ame sempre nesta vida e na outra e depois disponde de mim segundo o vosso agrado. Ó Rainha do paraíso, se rogardes por mim, certamente estarei toda a eternidade em vossa companhia, a louvar-vos no paraíso.

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04 Feb, 16:03


*Terça-feira. Do fogo do inferno*

_Quis poterit habitare de vobis cum igne devorante?... Cum ardoribus sempitermis?_ - "Qual de vós poderá habitar com o fogo devorador?... Com os ardores sempiternos?" (Is 33, 14)

Sumário. _Na terra, a pena do fogo é a maior de todas; mas há tamanha diferença entre o nosso fogo e o do inferno, que o nosso parece apenas um fogo pintado, ou antes, frieza. Como então, irmão meu, poderás habitar com esses ardores sempiternos, se por desgraça tua te condenares? Tu que não podes caminhar pelo ardor do sol, nem ficar com um braseiro num quarto fechado, nem aturar uma fagulha que se desprende de uma vela?_

I. A pena que mais atormenta os sentidos do condenado é o fogo do inferno, que afeta o tato. Por isso o Senhor faz dele menção especial no juízo: _Discedite a me, maledicti, in ignem aeternum (Mt 25, 41) - "Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno"_. Até na terra a pena do fogo é a maior de todas, mas há tamanha diferença entre o nosso fogo e o do inferno, que o nosso, no dizer de Santo Agostinho, parece apenas um fogo pintado. E São Vicente Ferrer acrescenta que, comparado àquele, o nosso fogo é frio. A razão é que o nosso fogo foi criado para nossa utilidade, ao passo que o do inferno foi criado por Deus expressamente para atormentar. Além de que, como diz Jeremias, aquele fogo é um fogo vingador aceso pela cólera de Deus (Jr 15, 14). Por isso é que Isaías chama o fogo do inferno: espírito de ardor. _Si abluerit Dominus sordes... in spiritu ardoris (Is 4,4) - O Senhor lavará as manchas... com o espírito de ardor"._

O condenado será enviado não só ao fogo, mas para dentro do fogo: _Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno_. De maneira que o desgraçado será envolvido pelo fogo como a lenha na fornalha. O réprobo terá um abismo de fogo abaixo de si, outro abismo acima de si, outro por todos os lados. Quando apalpar, quando vir, quando respirar, não apalpará, não verá, não respirará senão fogo. Estará no fogo como o peixe na água. Não só este fogo cercará o condenado, mas penetrar-lhe-á todos os membros para mais o atormentar. Todo o seu corpo será uma fogueira. As vísceras arderão no ventre, o coração dentro do peito, o cérebro na cabeça, o sangue nas veias, a medula nos ossos. Em uma palavra, cada réprobo tornar-se-á uma fornalha ardente: _Pones eos ut clibanum ignis_ (Sl 20, 10) - "Vós os poreis como um forno aceso".

II. Quantos há que não podem caminhar pelo ardor do sol, nem ficar com um braseiro num quarto fechado, nem aturar uma fagulha que se desprende de uma vela, e contudo não temem o fogo do inferno, o fogo devorador, como o chama o Profeta: _Quis poterit habitare de vobis cum igne devorante?_ - "Qual de vós poderá habitar com o fogo devorador?". Assim como o animal feroz devora o cabritinho, assim o fogo do inferno devora o condenado: devora-o, mas sem o fazer morrer. São Jerônimo acrescenta que esse fogo trará consigo todos os tormentos e todas as dores que sofremos na terra; dores de peito, de cabeça, de ventre, de nervos e mesmo de frio. Finalmente assevera São Crisóstomo que todos os sofrimentos deste mundo não passam de uma sombra das penas do inferno.

Ó meu Jesus, o vosso sangue e a vossa morte são a minha esperança. Morrestes para me salvar da morte eterna. Quem é, Senhor, que recebeu maior parte dos frutos de vossa Paixão do que este miserável, que tantas vezes mereceu o inferno? Ah! Não continue a viver ingrato às inúmeras graças que me fizestes. Livrastes-me do fogo do inferno, porque não quereis que eu arda nesse fogo vingador, mas sim que seja abrasado no doce fogo do vosso amor. Ajudai-me a satisfazer o vosso desejo. Se estivesse no inferno, nunca mais poderia amar-Vos, mas, já que ainda posso amar-Vos, quero fazê-lo.

Amo-Vos, Bondade infinita, amo-Vos, meu Redentor, que tanto me tendes amado. † Jesus meu Deus, amo-Vos sobre todas as coisas²¹. No futuro espero consagrar-Vos a vida que me resta. Renuncio a tudo. Só quero pensar em Vos servir e agradar. Recordai-me sem cessar o inferno que mereci e as graças que me tendes feito.

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04 Feb, 16:03


Não permitais que eu torne a voltar-Vos as costas e a condenar-me por minha própria culpa, a esse abismo de tormentos. Ó Mãe de Deus, rogai por mim, pobre pecador. A vossa intercessão livrou-me do inferno. Ó minha Mãe, livre-me também do pecado, que só me pode condenar de novo ao inferno.

21) Indulgência de 50 dias cada vez.

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04 Feb, 00:11


*Segunda-feira. Incerteza da hora da morte*

_Videte, vigilate et orate: nescitis enim quando tempus sit_ - "Estai de sobreaviso, vigiai e orai; porque não sabeis quando seja o tempo" (Mc 13, 33)

Sumário. _Irmão meu, já está fixado o ano, o mês, o dia, a hora e o momento em que devemos deixar a terra e entrar na eternidade; esse tempo é nos, porém, desconhecido, Jesus Cristo no-lo oculta a fim de estarmos sempre preparados para morrer. Ora, dize-me: se a morte te viesse colher neste instante, achar-se-ia a tua consciência em bom estado? Ó, quantos já morreram, e morrem cada dia subitamente!_

I. Meu irmão, já está fixado o ano, o mês, o dia, a hora e o momento, em que tu e eu devemos deixar a terra e entrar na eternidade; esse tempo é nos, porém, desconhecido. A fim de estarmos sempre preparados, Jesus Cristo ora nos avisa que a morte virá como um salteador de noite e às escondidas: _Sicut fur in nocte, ita veniet_ (1Ts 5, 2); ora nos recomenda que estejamos vigilantes, pois no momento em que menos o pensarmos, Ele próprio virá para nos julgar: _Qua hora non putatis, Filius hominis veniet_ (Lc 12, 40). Diz São Gregório que Deus, para nosso bem, nos oculta a hora da morte, para que estejamos sempre prontos para morrer. Visto, pois, que a morte nos pode tirar a vida a todo o tempo e em qualquer lugar, se quisermos morrer bem e salvar-nos, é preciso, diz São Bernardo, que a todo o tempo e em todo o lugar estejamos esperando pela morte.

Cada um sabe que deve morrer, mas o mal está em muitos verem a morte tão de longe, que quase a perdem de vista. Os velhos mais decrépitos e as pessoas mais doentias ainda se gabam de ter mais três ou quatro anos de vida. Mas eu, ao contrário, digo: quantos não temos conhecido que em nossos dias morreram repentinamente, uns estando sentados, outros no meio do caminho, outros dormindo em seu leito! É certo que nenhum deles julgava morrer tão subitamente, ou naquele dia em que morreu. Digo mais: de todos que neste ano passaram a outra vida, morrendo no próprio leito, nenhum imaginava que devia terminar os seus dias este ano. Poucas são as mortes que não chegam inesperadas!

II. Irmão meu, quando o demônio te tenta para pecar, dizendo que amanhã poderás confessar-te, responde-lhe: Quem sabe se o dia de hoje não é o último de minha vida? Se a hora, o momento em que voltasse as costas a Deus, fosse o último para mim, de modo que já não me restasse tempo para reparar a falta, que seria de mim na eternidade? A quantos míseros pecadores não sucedeu serem surpreendidos pela morte e precipitados no inferno a arderem eternamente no mesmo momento em que saboreavam algum manjar envenenado!

_Infernus domus mea est (Jó 17, 13) - "A minha casa é o inferno"_. Assim é, ó Senhor: o lugar em que me devia achar agora, não é este onde estou, mas sim o inferno que tantas vezes mereci pelos meus pecados. Vós, porém, tivestes tanta paciência comigo e me esperastes, porque não quereis que eu me perca, senão que eu me arrependa! Eis, ó meu Deus, que volto para Vós; a vossos pés me lanço e Vos peço perdão. _Miserere mei, Deus, secundum magnam misericordiam tuam (Sl 50, 1) "Tende piedade de mim, é Deus, segundo a vossa grande misericórdia"._

Senhor, para me perdoardes, é preciso uma grande e extraordinária misericórdia, porque Vos ofendi com pleno conhecimento. Outros pecadores também Vos ofenderam, mas não tinham as luzes que me destes. Apesar de tudo isto, ordenais-me ainda que me arrependa de meus pecados, e que espere o perdão. Sim, meu amado Redentor, de todo o coração me arrependo de Vos ter ofendido e espero o perdão pelos merecimentos da vossa Paixão.

Ó Padre Eterno, perdoai-me pelo amor de Jesus Cristo; escutai as suas súplicas, já que intercede por mim e se faz meu advogado. O perdão, porém, não me basta, ó Deus digno de infinito amor, quero ainda a graça de Vos amar. Amo-Vos, soberano Bem, e para sempre Vos ofereço o meu corpo, a alma, a vontade, a liberdade, todo o meu ser. Ó Maria, grande Mãe de Deus, impetrai-me a santa perseverança.

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02 Feb, 08:25


31 DE JANEIRO – SÃO JOÃO BOSCO

No dia dessa grande Santo, colocamos um link para todos os post publicados aqui no blog.

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30 Jan, 19:20


*Quinta-feira. Jesus na casa de Nazaré*

_Descendit (lesus) cum eis, et venit Nazareth, et erat subditus illis_ - "Desceu (Jesus) com eles, e veio para Nazaré e lhes estava sujeito" (Lc 2, 51)

Sumário. _De volta do Egito, São José foi para a Galileia e fixou a sua morada na pobre casa de Nazaré. Foi portanto ali que o Filho de Deus passou na obscuridade e no desprezo o resto de sua infância e mocidade, até a idade de trinta anos, a fim de nos ensinar a vida humilde, recolhida e oculta. E apesar disso há tantos cristãos tão orgulhosos, que só ambicionam ser vistos e honrados! Examinemo-nos, se porventura somos do número desses ambiciosos._

I. Quando São José voltou para a Palestina, soube que Arquelau reinava na Judeia, no lugar de seu pai Herodes. Teve, pois, medo de ir para lá, e avisado em sonho, retirou-se para Nazaré, cidade da Galileia, onde fixou sua morada numa pobre casa. Ó ditosa casa de Nazaré, eu te saúdo e te venero! Há de chegar um tempo em que serás visitada pelas primeiras grandezas da terra. Quando os romeiros se virem dentro de ti, não se saciarão de derramar lágrimas de ternura, lembrando-se que é dentro das tuas pobres paredes que o Rei do céu passou quase toda a sua vida.

É naquela casa que o Verbo Encarnado viveu o resto de sua infância e da sua mocidade. E como viveu? Viveu pobre e desprezado pelos homens, qual simples oficial e obedecendo a Maria e José: _et erat subditus illis - "e lhes estava sujeito"_. Ó Deus! Que ternura se experimenta em pensar que naquela pobre casa o Filho de Deus faz o ofício de criado! Ora vai buscar água, ora abre ou fecha a loja, ora varre a casa, ora ajunta as achas para o fogo, ora afadiga-se ajudando José em seus trabalhos. Ó assombro! Ver um Deus que varre a casa! Um Deus que faz o ofício de servente! O pensamento que devia abrasar a todos em santo amor para com um Redentor que tanto se abaixou para se fazer amar por nós!

Adoremos todas essas ações humildes de Jesus, porquanto foram todas divinas. Adoremos sobretudo a vida oculta e desprezada que Jesus Cristo levou na casa de Nazaré. Ó homens orgulhosos, como podeis ter a ambição de serdes vistos e honrados vendo o vosso Deus que passa trinta anos de sua vida em pobreza, oculto e ignorado, para vos ensinar o recolhimento e a vida humilde e oculta?

II. Ó Menino adorado! Eu Vos vejo, qual humilde operário, trabalhar e suar numa pobre oficina. Já entendo: é para mim que Vos abateis e fatigais de tal sorte. Assim como empregastes toda a vossa vida por amor de mim, fazei, ó meu amado Senhor, que eu empregue também por vosso amor o que ainda me resta de vida. Não considereis a minha vida passada, que tanto para mim como para Vós tem sido uma vida de dor e de lágrimas, uma vida desregrada, uma vida de pecados. Permiti, ó Jesus, que a Vós me associe nos dias que ainda me restam, deixai-me trabalhar e sofrer convosco na oficina de Nazaré e depois morrer convosco no Calvário, abraçando a morte que me destinastes.

Ó meu amadíssimo Jesus, meu amor, não permitais que eu Vos deixe e Vos abandone novamente, como fiz outrora. Vós, ó meu Deus, vivestes oculto, ignorado e desprezado, e sofrestes numa oficina em tão grande pobreza, e eu, verme desprezível, andei atrás das honras e prazeres, e por eles me separei de Vós, Bem supremo! Agora, porém, ó meu Jesus, eu Vos amo; e porque Vos amo, não quero mais viver longe de Vós. Renuncio a tudo o mais para unir-me a Vós, ó meu Redentor, oculto e humilhado por mim. Com a vossa graça me dais mais contentamento do que jamais me têm dado todas as vaidades e prazeres da terra, pelos quais tive a desgraça de Vos deixar.

Ó Virgem Santíssima, que ditosa sois por haverdes acompanhado vosso Filho na sua vida pobre e oculta, e vos terdes assim feito semelhante ao vosso Jesus. Minha Mãe, fazei que eu também, ao menos pelo pouco tempo de vida que me resta, me torne semelhante a vós e a meu Redentor.

♰ MEDITAÇÕES CATÓLICAS TRADICIONAIS DIÁRIAS ♰

30 Jan, 19:20


"E Vós, ó Pai Eterno, que pelo mistério da Encarnação do Verbo consagrastes misericordiosamente a casa da Bem-aventurada Virgem Maria, e a colocastes maravilhosamente no seio da vossa Igreja, concedei-nos que, afastados dos tabernáculos dos pecadores, mereçamos habitar em vossa santa Casa, pelo mesmo nosso Senhor Jesus Cristo" (Or. Eccl.).

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30 Jan, 00:46


Pai, foste cavaleiro.
Hoje a vigília é nossa.
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!
Dá, contra a hora em que, errada,
Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como bênção!
s.d.

Mensagem. Fernando Pessoa. Lisboa: Parceria António Maria Pereira, 1934 (Lisboa: Ática, 10ª ed. 1972). - 30.

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30 Jan, 00:44


S.E.R. Mons. Williamson faleceu. R.I.P.

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28 Jan, 15:39


Considera agora, meu irmão: o que será de ti nesse dia? Quão grande será a tua confusão se por desgraça te perderes? Que desculpas poderás alegar? Eia, pois, faze penitência, muda de vida, dá-te inteiramente a Deus e começa a amá-Lo deveras.

Sim, meu Jesus, já Vos ofendi bastante; não quero empregar a vida que ainda me resta, em dar-Vos novos desgostos. Não é isso o que Vós mereceis. Quero empregá-la somente em amar-Vos e em chorar os meus pecados, que agora detesto de todo o meu coração.

† Ó dulcíssimo Jesus, não sejais meu juiz, senão meu Salvador¹⁸. E vós, ó minha Mãe Maria, rogai a vosso divino Filho por mim.

18) Indulgência de 50 dias cada vez

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28 Jan, 15:39


*Terça-feira. Vinda do Juiz divino e exame no Juízo Final*

_Videbunt Filium hominis venientem in nubibus coeli, cum virtute multa et maiestate - "Eles verão o Filho do homem, que virá sobre as nuvens do céu com grande poder e majestade" (Mt 24, 30)

Sumário. _Eis que se abrem os céus e os anjos vêm assistir ao juízo trazendo as insígnias da Paixão de Jesus Cristo, e especialmente a Cruz. Vêm depois os santos apóstolos e todos os seus imitadores; vem a Rainha dos santos, Maria Santíssima, e por fim o eterno Juiz mesmo, que, sentado num trono de majestade e de luz, procederá ao exame. Reflitamos aqui: O que será de nós nesse dia? Que desculpas poderemos alegar, se porventura formos condenados?_

I. Considera como a divina Justiça julgará todos os povos no vale de Josafá, quando, no fim do mundo, ressuscitarem os corpos para receberem, juntamente com a alma, a recompensa ou o castigo, segundo as suas obras. Eis que já se abrem os céus, e os anjos vêm assistir ao juízo, trazendo as insígnias da Paixão de Jesus Cristo, segundo Santo Tomás. Aparecerá sobretudo a Cruz: _E então aparecerá o sinal do Filho do homem, e todos os povos da terra se lastimarão em pranto_ (Mt 24, 30). Diz Cornélio a Lápide: Ao verem a Cruz, como chorarão nesse dia os pecadores, que em vida não cuidaram da sua salvação eterna, que tanto custou ao Filho de Deus! Assistirão também, na qualidade de assessores, os santos apóstolos e todos os seus imitadores, que juntamente com Jesus Cristo julgarão as nações. _Fulgebunt iusti, indicabunt nationes (Sb 3, 7) - "Os justos refulgirão e julgarão as nações"_. Virá assistir igualmente a Rainha dos santos e dos anjos, Maria Santíssima.

Aparecerá enfim o eterno Juiz, num trono de majestade e de glória: _Et videbunt Filium hominis venientem in nubibus coeli, cum virtute multa et maiestate - Eles verão o Filho do Homem, que virá sobre as nuvens do céu com grande poder e majestade". A vista de Jesus regozijará os eleitos, mas para os réprobos será maior tormento que o inferno mesmo, diz São Jerônimo. Por isso exclamava Santa Teresa: Meu Jesus, infligi-me qualquer outro castigo, mas não me deixeis ver nesse dia a vossa face indignada contra mim. E São Basílio acrescenta: _Superat omnem poenam confusio ista_: esta vista será o mais horrível de todos os tormentos. Então cumprir-se-á a profecia de São João: os condenados rogarão às montanhas que caiam sobre eles e os livrem da vista do Juiz irritado. _Abscondite nos a facie sedentis super thronum et ab ira Agni (Ap 6, 16)._

II. Principia o julgamento. Manuseiam-se os processos, isto é, põe-se a descoberto a consciência de cada um: _Indicium sedit et libri aperti sunt (Dn 7,10) - "Assentou-se o juízo e abriram-se os livros"_. As primeiras testemunhas chamadas a depor contra os réprobos, serão os demônios, que segundo Santo Agostinho dirão: "Deus de justiça, mandai que seja nosso aquele que de nenhum modo quis ser vosso". Testemunhas serão em segundo lugar as próprias consciências: _dando-lhes testemunho a própria consciência_ (Rm 2, 15). Outras testemunhas, a clamarem vingança, serão as paredes da casa onde Deus foi ofendido pelos pecadores: _Lapis de pariete clamabit_ (Hab 2, 11).

Virá afinal o testemunho do próprio Juiz, que esteve presente a todas as ofensas que lhe foram feitas. Diz São Paulo que então o Senhor _manifestará o que se acha escondido nas trevas_ (1Cor 4, 5); isto é, descobrirá então aos olhos de todos os homens os mais reconditos e vergonhosos pecados dos réprobos, que eles em vida ocultaram aos próprios confessores: _Revelabo pudenda tua in facie tua_ (Na 3, 5). Os pecados dos eleitos, segundo o Mestre das Sentenças e outros teólogos, não serão manifestados, mas ficarão encobertos, conforme estas palavras de Davi: _Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas e cujos pecados são encobertos_ (Sl 31, 1). Pelo contrário, os dos réprobos, diz São Basílio, serão vistos de todo o mundo num relance de olhos, como num quadro.

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26 Jan, 17:24


_TERCEIRA SEMANA DEPOIS DA EPIFANIA_

*Domingo. O Centurião e os homens de meia fé*

_Amen dico vobis: non inveni tantam fidem in Israel_ - "Em verdade vos digo: não achei tamanha fé em Israel" (Mt 8, 10)

Sumário. _Prouvera a Deus que todos os cristãos imitassem a fé do Centurião! Então o Senhor não terá de dirigir-lhes também a eles a queixa: "Não achei tamanha fé em Israel". Mas infelizmente é demasiadamente grande o número dos homens de meia fé, dos que creem nos dogmas do Evangelho sem se importar com a observância das suas máximas. Os infelizes! Tal fé repartida servir-lhes-á de maior condenação perante o tribunal de Jesus Cristo._

I. Tendo Jesus Cristo entrado em Cafarnaum, saiu-lhe ao encontro um centurião, para lhe suplicar que restituísse a saúde a um seu criado paralítico. Respondeu-lhe o Redentor: Eu mesmo irei e o curarei. Não, Senhor, replicou o Centurião; eu não sou digno de que entreis em minha casa; basta que digais uma só palavra, e o meu criado estará salvo. Jesus Cristo, ao ouvir tal palavra, admirou-se; consolou o Centurião dando no mesmo momento saúde ao criado e, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que não achei tamanha fé em Israel.

Ah! Prouvera a Deus que todos os cristãos imitassem a fé daquele centurião; então o Senhor não teria de dirigir-lhes também a eles a queixa: _Non inveni tantam fidem in Israel - "Não achei tamanha fé em Israel"_. Mas é excessivamente grande o número de cristãos de meia fé somente. Quero dizer que há católicos que creem nas verdades especulativas da fé, que dizem respeito à inteligência, e não creem, ou ao menos não mostram que creem, também nas verdades práticas, que dizem respeito à vontade e aos costumes.

Com efeito, como se pode dizer que creem no Evangelho aqueles que julgam desonrar-se quando perdoam, que não pensam senão em ter vida de delícias, que julgam infeliz o que se abstém dos prazeres terrestres e mortifica a sua carne? Como se pode dizer que creem no Evangelho aqueles que por humano respeito e para não se exporem aos escárnios dos outros, deixam as suas devoções, deixam a frequência dos sacramentos, deixam o recolhimento de espírito, e se dissipam em confabulações, em banquetes, quiça em coisas piores? Ah! Desses tais deve dizer-se, ou que não têm mais fé, ou que creem somente em parte: _Non inveni tantam fidem in Israel -0 "Não achei tamanha fé em Israel"._

II. Irmão meu, suplico-te pela salvação de tua alma, examina com diligência qual é a vida que levas. Se por desgraça não a achares de todo conforme a religião que professas, faze um firme propósito de emendá-la, a principiar de hoje mesmo. Reflete que essa meia fé, esse crer nos dogmas do Evangelho sem a observância das suas máximas, não te será de nenhum proveito perante o tribunal do juiz eterno; ou antes, servir-te-á para tua maior condenação.

Eis aí exatamente o que Jesus Cristo diz no Evangelho de hoje: _"Eu vos digo que muitos virão do Oriente e do Ocidente e se sentarão à mesa com Abraão, Isaac e Jacó, no Reino dos céus. Os filhos do reino, porém, serão lançados nas trevas, onde haverá pranto e ranger de dentes"_. Com estas palavras, nos quis dizer que muitos dos que nasceram entre os infiéis se salvarão com os santos, ao passo que muitos nascidos no grêmio da Igreja irão ao inferno, onde o verme roedor da consciência, com os seus remorsos, os fará chorar amargamente por toda a eternidade, lembrando-lhes sempre que, se é insensato quem não crê no Evangelho, muito mais insensatos foram os que nele creram somente pela metade.

Ó meu amabilíssimo Jesus, eu também há muito tempo mereci ser contado no número daqueles insensatos, porque não tomei sempre a vossa Lei por norma das minhas ações, e Vos ofendi, ó bondade infinita. Senhor, não me atreveria a recorrer a Vós para obter misericórdia; mas: _Ad quem ibimus: A quem iremos?_ Assim Vos direi com São Pedro: _Verba vitae aeternae habes (Jo 6, 69) "Vós tendes as palavras da vida eterna"_, Dizei portanto uma destas palavras e a minha alma será salva de todas as enfermidades espirituais, que lhe causei com os

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26 Jan, 17:24


meus pecados.

Quanto ao futuro, renovo agora a minha fé em todas as verdades reveladas no Evangelho, mas somente nas especulativas, senão também nas práticas, e protesto que antes quero morrer do que tornar a transgredi-las. E Vós, _"Deus onipotente e eterno, olhai propício para a minha fraqueza e estendei em minha defesa a mão poderosa da vossa majestade”_ (Or. Dom. curr.); fortalecei-me com a vossa graça a fim de que não Vos torne a trair. Peço-o também a vós, ó grande Mãe de Deus e minha Mãe, Maria.

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26 Jan, 00:07


*Sábado. Santo Afonso, modelo de devoção a Maria Santíssima*

_Hanc amavi et exquisivi a iuventute mea, et quaesivi sponsam mihi eam assumere_ - "A esta eu amei e requestei desde a minha mocidade, e procurei tomá-la para mim por esposa" (Sb 8, 2)

Sumário. _Foi indizível a devoção que Santo Afonso nutria para com a Santíssima Virgem. Durante a sua vida toda deu disso contínuas e variadas provas nos diversos obséquios praticados em honra dela. E a divina Mãe, que nunca se deixa vencer em amor, como soube, tanto na vida como na morte, retribuir o afeto desse seu dileto filho! Se queremos que também para nós a santa Virgem seja verdadeira Mãe, imitemos Santo Afonso e mostremo-nos em nossas obras seus dignos filhos._

I. A grande Mãe de Deus é a mais excelsa criatura do universo e o Senhor decretou que todas as graças que quer dispensar aos homens passem pelas mãos de Maria. Na convicção desta verdade, Santo Afonso começou desde criança a amar a Santa Virgem e a honrá-la com obséquios especiais. Quando, porém, já desenganado do mundo e em sinal de que o abandonava para sempre, se declarou cavalheiro da Rainha do céu, depositando a espada sobre seu altar, então o seu amor à Virgem não teve mais limites e foi aumentando cada vez mais durante toda a sua vida.

De manhã e à noite, com o rosto em terra, punha toda a sua pessoa, e particularmente a sua pureza, sob proteção de Maria, beijava-lhe humildemente a mão e pedia-lhe a bênção como um filho à sua mãe, ao toque do Angelus, ajoelhava-se logo, onde quer que se achasse, para saudar afetuosamente a sua Senhora; repetia a saudação angélica cada vez que ouvia o relógio dar horas, e fizera promessa de nunca negar coisa alguma que lhe fosse pedida por amor de Maria. No seu quarto quis sempre ter diante dos olhos uma imagem da Mãe do Bom Conselho, à qual recorria logo em todas as necessidades, dando-lhe os títulos mais afetuosos.

Ao pescoço trazia sempre o escapulário e ao lado trazia o Rosário, mesmo quando bispo; e nunca deixou de rezá-lo, mesmo mais de uma vez por dia. Além disso, preparava-se para as festas da Virgem com devotas Novenas, jejuava na véspera, bem como todos os sábados, e desejava ser, depois de Deus, o primeiro no amor a Maria, tanto na terra como no céu.

Finalmente, desejando ver os outros também amarem à Virgem, mandou a seus missionários pregassem sempre sobre a misericórdia de Maria. Ele mesmo escreveu o importante livro das Glórias de Maria, com o único intuito de continuar sempre, ainda depois de morto, a promover a glória desta grande Rainha e a fazer que todos a amem. Já que te glorias de ser filho e devoto de Santo Afonso, examina-te acerca da tua devoção a Maria Santíssima, compara-a com a de teu santo Pai, e lembra-te de que o caráter distintivo dos filhos verdadeiros do grande Doutor é exatamente a devoção especial à Mãe de Deus.

II. Maria Santíssima não pode deixar de amar a quem a ama. Mais, no dizer de um devoto escritor, ela nunca se deixa vencer em amor pelos seus devotos: _Semper cum amantibus est amantior._ Por isso, a grande Rainha retribuiu e venceu o afeto de seu amado filho Afonso, impetrando-lhe graças inumeráveis. Em primeiro lugar, tomou a Congregação por ele fundada sob a sua proteção especial, defendeu-a contra os ataques infernais, e, ainda em vida de Santo Afonso, deu-lhe um insigne propagador na pessoa de São Clemente Maria. Além disso, sempre abençoou e continua a abençoar os trabalhos apostólicos do santo e de seus filhos, e obteve-lhe da Sabedoria incriada, ciência tão perfeita, que a Igreja o declarou o seu Doutor universal.

Finalmente, para não falar do mais, a divina Mãe consolou e animou Afonso em todas as dificuldades que lhe ocorreram em toda a sua longa vida. Assim como piamente se crê, apareceu-lhe e consolou-o na suprema agonia, e ainda depois da morte do santo, uniu a devoção para com este à que os fiéis lhe dedicam a ela, de tal modo que, onde se fala, em qualquer parte do mundo, sobre Maria debaixo do título de Mãe do Perpétuo Socorro, fala-se igualmente de Afonso.

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26 Jan, 00:07


Oh! Quantas graças a grande Rainha nos teria também preparado se nós nos mostrássemos seus dignos filhos! Seja, pois, o fruto desta meditação imitar a devoção de Afonso para com a Mãe de Deus, e para este fim imploremos o auxílio do santo mesmo.

Ó fidelíssimo servo de Maria, Santo Afonso, vós que sabeis quanto Maria é digna de ser honrada, servida e amada, alcançai-me que eu também compreenda um pouco a sublimidade das suas virtudes para as imitar e seus eminentes privilégios para os admirar, louvar e amar. Meu santo protetor, eu também quisera honrá-la como vós a honrastes, amá-la como vós a amastes, louvá-la como vós a louvastes, para ser por ela amado como vós o fostes. Mas estes meus desejos são superiores às minhas forças; meu coração está demasiadamente apegado às criaturas para se elevar tão alto. Por isso a vós recorro, ó Protetor poderoso; alcançai-me a graça de honrar, servir e amar a Maria com todas as minhas forças e de invocá-la sempre com o título consolador de _Mãe do Perpétuo Socorro._

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25 Jan, 06:32


Aceitação da morte

Meu Deus e meu Pai, Senhor da vida e da morte, que, para justo castigo das nossas culpas, com um decreto imutável determinastes que todos os homens haviam de morrer, olhai para mim, aqui prostrado diante de Vós. Detesto de todo o coração as minhas culpas passadas, pelas quais mereci mil vezes a morte, que aceito agora como o fim de expiá-las e para obedecer à vossa amável vontade. De bom grado morrerei, Senhor, no momento, no lugar e do modo que Vós quiserdes, e aproveitarei até esse instante os dias que me restem de vida para lutar contra os meus defeitos e aumentar o meu amor por Vós, para quebrar os laços que atam o meu coração às criaturas e preparar a minha alma para comparecer à vossa presença; e desde agora me abandono sem reservas nos braços da vossa paternal Providência.

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25 Jan, 05:20


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24 Jan, 18:15


Repito, pois, ó meu Jesus, livrai-me do inferno, porque no inferno não Vos poderia amar. Ó Maria, minha Mãe, ouço que todos dizem e publicam que aqueles que vos amam e em vós confiam, não irão ao inferno, contanto que se queiram emendar. Amo-vos, Senhora minha, e confio em vós; quero emendar-me; ó Maria, encarregai-vos de livrar-me do inferno.

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24 Jan, 18:15


*Sexta-feira. Volta de Jesus do Egito*

_Consurgens (Ioseph), accepit puerum et matrem eius, et venit in terram Israel_ - "José, levantando-se, tomou o Menino e sua Mãe e veio para a terra de Israel" (Mt 2, 21)

Sumário. _Depois de um exílio de sete anos, a Sagrada Família recebeu afinal ordem de voltar para a Palestina. José toma a ferramenta de seu ofício, Maria a trouxa de roupa e se põem prestes em caminho com Jesus, ora carregando-O alternadamente nos braços, ora conduzindo-O pela mão. Quanto não devem ter sofrido os santos viajantes naquela jornada! Unamo-nos com eles na viagem que estamos fazendo para a eternidade._

I. Depois da morte de Herodes e depois de um exílio de sete anos, que na opinião de Santa Madalena de Pazzi Jesus passou no Egito, aparece novamente o Anjo a São José e manda-lhe que tome o santo Menino e a Mãe, e volte para a Palestina. Com grande satisfação pela notícia recebida, São José vai comunicá-la a Maria. Antes de partirem, os santos esposos vão levar as despedidas aos amigos que tinham granjeado naquela terra. Depois, José ajunta de novo a pouca ferramenta do seu ofício, Maria faz uma trouxa da roupa que possui e tomando o divino Menino pela mão, empreendem, com Jesus no meio, a viagem da volta.

Reflete São Boaventura que esta viagem foi mais penosa para Jesus do que a da fuga; porquanto já estava mais crescido, pelo que Maria e José não podiam carregá-Lo longo tempo nos braços; por outro lado, o santo Menino pela sua idade não podia ainda fazer tão grande viagem a pé; de sorte que Jesus se via obrigado muitas vezes a parar e a descansar por falta de forças. Mas, quer caminhem, quer descansem, José e Maria têm sempre os olhos e os pensamentos fitos no Menino amado, que era todo o objeto do seu amor. Ah, com que recolhimento anda por esta vida a alma feliz que tem sempre diante dos olhos o amor e os exemplos de Jesus Cristo!

Na viagem, os santos peregrinos quebram de quando em vez o silêncio com alguma conversação santa; mas com quem e de que é que falam? Não falam senão com Jesus e de Jesus. Quem tem Jesus no coração, não fala senão com Jesus, nem de outra coisa senão de Jesus.

II. Pondera ainda São Boaventura a pena que sofreu, durante a viagem, o nosso pequeno Salvador, quando, de noite, não tinha mais o colo de Maria para descansar, como na ida, mas sim a terra nua. Para alimentação também não tinha mais leite, mas um bocado de pão duro, duro demais para a sua tenra idade. É bem provável que sofresse também sede naquele deserto onde os hebreus experimentaram tamanha penúria de água, que foi preciso um milagre de Deus para a remediar. Contemplemos e adoremos com amor todos esses sofrimentos de Jesus Menino.

Meu amado e adorado Redentor, voltais para vossa pátria; mas, ó Deus, para onde voltais? Ides ao lugar onde vossos conterrâneos vos preparam desprezos durante a vossa vida e depois açoites, espinhos, ignomínias e a cruz para a vossa morte. Tudo isso, ó meu Jesus, estava presente aos vossos olhos divinos, e Vós de boa vontade ides de encontro à paixão que os homens vos preparam. Mas, Senhor meu, se Vós não tivésseis vindo a morrer por mim, eu não poderia ir amar-Vos nos paraíso e deveria estar para sempre longe de Vós. A vossa morte é a minha salvação. Como foi possível, ó Senhor, que eu pelo desprezo de vossa graça me condenasse outra vez ao inferno, mesmo depois da vossa morte por meio da qual me haveis libertado dele? Reconheço que um inferno é pouco para mim.

Todavia, Vós me esperastes para me perdoar. Graças Vos sejam dadas, meu Redentor, e arrependido como estou, detesto todos os desgostos que Vos tenho dado. Por piedade, ó Senhor, livrai-me do inferno. Se por minha desgraça tivesse um dia de condenar-me, o meu inferno mais doloroso seria o remorso de ter conhecido em vida o amor que me tendes havido. Não tanto o fogo infernal, como a falta de vosso amor, ó Jesus meu, seria o meu inferno. Vós viestes ao mundo a fim de acender o fogo de vosso amor, é neste fogo que quero abrasar-me e não naquele que me havia de separar para sempre de Vós.

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20 Jan, 21:12


*Segunda-feira. O amor vence tudo*

_Fortis est ut mors dilectio_ - "O amor é forte como a morte" (Ct 8, 6)

Sumário. _Assim como a morte nos desprende de todos os bens terrestres, das riquezas, das dignidades, dos parentes e amigos e de todos os prazeres do mundo; assim o amor de Deus, quando reina num coração, desprende-o do afeto a todos os bens caducos. Queremos, pois, saber se amamos a Deus e se somos inteiramente d'Ele? Examinemos se estamos desapegados de todas as coisas terrestres. Vejamos sobretudo se já estamos desapegados de nós mesmos, pela morte do maldito amor-próprio, que quer intrometer-se mesmo nas ações mais santas._

I. Assim como a morte nos desprende de todos os bens terrestres, das riquezas, das dignidades, dos parentes e amigos e de todos os prazeres mundanos: assim o amor de Deus, quando reina num coração, desprende-o do afeto a todos estes bens terrestres. Por isso vemos os santos desfazerem-se de tudo quanto o mundo lhes oferecia, renunciarem às suas posses, às mais altas dignidades e retirarem-se para os desertos ou claustros, para pensarem somente em amar o seu Deus. A alma não pode deixar de amar, ou seu Criador, ou as criaturas. Desfaça-se uma alma de todo o afeto terrestre e achá-la-eis cheia do amor divino. Queremos saber se pertencemos inteiramente a Deus? Examinemo-nos se estamos desapegados de todas as coisas da terra.

Queixam-se alguns de que em todas as suas devoções, orações, comunhões, visitas ao Santíssimo Sacramento não acham Deus. Responde-lhes Santa Teresa: desprende o coração das criaturas e então busca Deus e achá-Lo-ás. Não acharás sempre doçuras espirituais, mas o Senhor te fará gozar aquela paz interior que sobrepuja todas as delícias sensitivas. Que delícia maior pode experimentar uma alma abrasada no amor divino do que em dizer: _Deus meus et omnia - "Meu Deus e meu tudo"_?

_Fortis ut mors dilectio - "O amor é forte como a morte"_. Enquanto virmos um moribundo interessado por alguma coisa terrestre, teremos a prova mais certa de que não está ainda morto, visto que a morte nos tira tudo. Quem quiser ser todo de Deus deve deixar tudo: a reserva feita de qualquer coisa prova que o amor de Deus não é perfeito, mas fraco. O amor divino, diz o Pe. Segneri Júnior, é um amável ladrão que nos tira todas as coisas terrestres. A outro servo de Deus, que tinha distribuído todos os seus bens entre os pobres, perguntou-se o que o reduzira a tal estado de pobreza. Tirou da algibeira o livro dos Evangelhos e disse: Eis aí quem me despojou de tudo. Em uma palavra, Jesus Cristo quer possuir o nosso coração todo inteiro e não sofre competidores.

II. Diz São Francisco de Sales que o puro amor divino consome tudo quanto não é Deus. Portanto, quando nasce em nosso coração qualquer afeto a alguma coisa que não seja Deus nem por Deus, preciso é arrancá-lo logo, dizendo: _Vai-te, pois para ti não há aqui lugar_. É nisto que consiste a renúncia completa, que o Salvador nos recomenda tão instantemente, se quisermos ser d'Ele sem reserva; digo renúncia completa, isto é, de qualquer coisa, e especialmente de parentes e amigos. Quantos, para agradar aos homens, deixam de fazer-se santos!

Mas sobretudo devemos renunciar a nós mesmos, triunfando do amor-próprio. Maldito amor-próprio que quer intrometer-se em tudo, até nas obras mais santas, deslumbrando-nos com a própria glória ou a própria satisfação. Quantos pregadores e escritores perdem assim todo o merecimento das suas fadigas! Muitas vezes mesmo em nossas meditações ou leituras espirituais ou mesmo em nossas santas comunhões se mistura alguma intenção menos pura, quer de sermos vistos, quer de experimentarmos as doçuras espirituais.

Devemo-nos portanto esforçar por vencer este inimigo que nos faz perder o fruto das nossas mais belas obras. Devemo-nos privar, quanto possível, daquilo que mais nos agrada: privar-nos de tal ou qual divertimento, exatamente porque nos diverte; obsequiar uma pessoa ingrata, exatamente porque é amargosa. O amor-próprio faz com que nenhuma coisa se nos afigure boa em que ele não acha a sua satisfação.

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20 Jan, 21:12


Mas quem quiser ser todo de Deus, quando se trata de coisas do seu agrado, faça-se violência e diga: _Perca-se tudo, contanto que se dê gosto a Deus._

Pelo mais, não há no mundo pessoa mais contente do que aquela que despreza todos os bens do mundo. Quem mais se priva de semelhantes bens, mais rico se torna de graças divinas. É assim que o Senhor soe galardoar aos que o amam fielmente.

Ó meu Jesus, Vós conheceis a minha fraqueza: prometestes socorrer a quem confia em Vós. Senhor, amo-Vos, espero em Vós, dai-me força e fazei-me todo vosso. Em vós também confio, ó minha doce Advogada, Maria.

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19 Jan, 16:32


_SEGUNDA SEMANA DEPOIS DA EPIFANIA_

*Domingo. Desejo que Jesus teve de sofrer por nós*

_Baptismo habeo baptizari, et quomodo coarctor, usquedum perficiatur_ - "Tenho de ser batizado com um batismo; e quão grande não é a minha ansiedade até que ele se cumpra" (Lc 12, 50)

Sumário. _Podia Jesus salvar-nos sem sofrer. Mas não; por nosso amor quis abraçar uma vida de dores e de desprezos, sem qualquer consolação terrena. Mais, durante toda a sua vida suspirava continuamente pela hora de sua morte, a fim de ser batizado com o seu próprio sangue e limpar-nos das imundícies dos nossos pecados. Em vista de tudo isso, como poderemos deixar de amá-Lo de todo o nosso coração, e recusar-nos a sofrer alguma coisa por seu amor?_

I. Podia Jesus salvar-nos sem sofrer; mas não, quis abraçar uma vida de dores e de desprezos, sem qualquer consolação terrestre, e uma morte toda amargosa e desolada, unicamente para nos fazer compreender o amor que nos tinha e o seu desejo de ser amado por nós. Durante toda a sua vida Jesus suspirava pela hora da morte, que Ele desejava oferecer a Deus a fim de obter para nós a salvação eterna. É este o desejo que o fazia dizer: _Baptismo habeo baptizari, et quomodo coarctor, usquedum perficiatur - "Tenho de ser batizado com um batismo; e quão grande não é a minha ansiedade até que ele se cumpra!"_. Jesus desejava ser batizado com o seu próprio sangue, para expiar, não os pecados próprios, senão os nossos. Ó amor infinito! Infeliz de quem não Vos conhece e não Vos ama.

Foi esse mesmo desejo que na véspera de sua morte Lhe inspirou estas palavras: _Desiderio desideravi hoc Pascha manducare vobiscum (Lc 22, 15) "Tenho desejado ansiosamente comer esta Páscoa convosco"_. Falando assim, demonstrou que em toda a sua vida não tivera outro desejo, a não ser o de ver chegado o tempo de sua paixão e morte, a fim de patentear ao homem o amor imenso que lhe tinha. É, pois, verdade, ó meu Jesus, almejais o nosso amor com tamanha veemência, que para o ganhardes não recusastes a morte! Como poderei negar alguma coisa a um Deus que por meu amor deu o seu sangue e a sua vida?

II. Diz São Boaventura que causa pasmo ver um Deus padecer por amor dos homens; mas que mais pasmo causa ver homens que contemplam um Deus que sofre por amor deles, que se fez criança e está tiritando de frio numa gruta, que vive como pobre oficial numa humilde loja e afinal morre como um réu, sobre a cruz, e todavia não ardem de amor para com um Deus tão amante, ou mesmo chegam a desprezar o amor divino por amor dos vis prazeres da terra: como é possível que um Deus ame tanto os homens, e que estes, tão gratos aliás para com seus semelhantes, sejam tão ingratos para com Deus?

Ah! Jesus meu, eu também tenho sido do número destes ingratos. Dizei-me: como pudestes aceitar tantos sofrimentos por meu amor, apesar da previsão das injúrias que Vos havia de fazer? Mas já que me tendes suportado e me quereis ver salvo, dai-me uma grande dor dos meus pecados, uma dor proporcionada à minha ingratidão. Abomino e detesto sinceramente todos os desgostos que Vos tenho causado. Se em tempos passados desprezei a vossa graça, agora estimo-a acima de todos os reinos da terra.

Amo-Vos de toda a minha alma, ó Deus de infinito amor, e desejo viver unicamente para Vos amar. Abrasai-me mais, e dai-me mais amor. Lembrai-me sempre o amor que me tendes dedicado, a fim de que o meu coração esteja sempre abrasado em vosso amor, assim como o vosso ardia no meu amor. Ó Coração amante de Maria, acendei em meu pobre coração o fogo do santo amor.

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18 Jan, 15:42


Vós, que sois a Sede da sabedoria, iluminai os espíritos tristemente envoltos nas trevas da ignorância e do pecado, a fim de que reconheçam claramente que a santa Igreja católica, apostólica, romana é a única verdadeira Igreja de Jesus Cristo, fora da qual não há santidade nem salvação. Completai a sua conversão impetrando-lhes a graça de abraçar qualquer verdade da santa fé, e de submeter-se ao Sumo Pontífice Romano, Vigário de Jesus Cristo na terra, a fim de que, estando em breve todos unidos conosco pelos doces laços do divino amor, haja um só rebanho, debaixo do mesmo único Pastor, e possamos todos, ó Virgem gloriosa, cantar com alegria na eternidade: _Gaude, Maria Virgo, cunctas haereses sola interemisti in universo mundo - "Alegrai-vos, ó Virgem Maria, porque vós só derrotastes todas as heresias no mundo universo”¹⁴._

14) Indulgência de 300 dias para quem reza esta oração, acrescentando-lhes três Ave-Marias.

♰ LITURGIA TRADICIONAL -- MEDITAÇÕES DIÁRIAS ♰

18 Jan, 15:42


*Sábado. Maria Santíssima, modelo de fé*

_Beata quae credidisti, quoniam perficientur ea, quae dicta sunt tibi a Domino_ - "Bem-aventurada és tu, que creste, porque se hão de cumprir as coisas que te foram ditas da parte do Senhor" (Lc 1, 15)

Sumário. _Maria Santíssima teve fé tão viva, que excedeu a de todos os homens e de todos os anjos, porquanto viu Jesus Cristo sujeito a todas as misérias humanas e sempre o reconheceu por seu Deus verdadeiro. Se quisermos ser dignos filhos da divina Mãe, imitemo-la nesta virtude como em todas as demais. Exercitemo-nos em fazer contínuos atos de fé e vivamos segundo as verdades da nossa fé: porque a fé sem as obras é morta._

I. Assim como a Bem-aventurada Virgem é modelo de amor e de esperança, assim também é modelo de fé, pois que, diz Santo Irineu, aquele dano que Eva fez com a sua incredulidade, Maria o reparou com a sua fé. Com efeito, Eva, porque quis dar crédito à serpente contra aquilo que Deus tinha dito, trouxe a morte; mas a nossa Rainha, dando crédito às palavras do anjo, que ela, ficando Virgem, devia fazer-se Mãe do Senhor, trouxe ao mundo a salvação. Exatamente por causa da sua fé é chamada bem-aventurada por Santa Isabel: _Beata quae credidisti - "Bem-aventurada és tu porque creste"._

Diz o Padre Suárez, que a Santíssima Virgem teve mais fé que todos os homens e todos os anjos. Via o seu Filho no presépio de Belém e cria que Ele era o Criador do mundo. Via-O fugir de Herodes e não deixava de crer que era o Rei dos reis. Via-O nascer, e O cria eterno. Via-O pobre e necessitado de alimento, e O cria Senhor do universo; deitado sobre a palha, e O cria onipotente. Observava que não falava e cria que era a Sabedoria infinita. Ouvia-O chorar e cria que era a alegria do paraíso, Via-O, finalmente, na morte vilipendiado e crucificado e bem que nos outros vacilasse a fé, Maria estava firme em crer que Ele era Deus. É por esta razão, diz Santo Antônio, que no Ofício das Trevas só se deixa uma vela acesa e São Leão, a este propósito, aplica à Virgem esta passagem: _Non extinguetur in nocte lucerna eius (Pr 31, 18) - “A sua lâmpada não se apagará de noite"._

Maria Santíssima, pela sua grande fé, mereceu ser feita a Luz de todos os fiéis, como é chamada por São Metódio: _Fidelium fax_. E São Cirilo de Alexandria a chama Rainha da verdadeira fé: _Sceptrum orthodoxae fidei_. A mesma Igreja atribui à Virgem, pelo merecimento de sua fé, a derrota de todas as heresias: _Gaude, Maria Virgo, cunctas haereses sola interemisti in universo mundo_ (Off. B. M. V.).

II. Exorta-nos Santo Ildefonso: _Imitamini signaculum fidei Mariae - "Imitai a fé insigne de Maria"_. Mas como havemos de imitá-la? A fé é ao mesmo tempo dom e virtude. É dom de Deus, enquanto é uma luz, que Deus infunde na alma. É virtude, quanto ao exercício que dela faz a alma. Por isso a fé não só nos há de servir de regra para crer, mas também para obrar, porquanto, como diz São Gregório: Crê verdadeiramente aquele que põe em prática as verdades que a fé lhe ensina. É isto ter uma fé viva, o viver segundo se crê, assim como, no dizer do Apóstolo, cada justo deve viver: _Iustus autem meus ex fide vivit (Hb 10, 38) - "O meu justo vive pela fé"._

Assim viveu a Santíssima Virgem e assim nós também, à imitação dela, devemos viver, com diferença daqueles que não vivem segundo aquilo que creem, cuja fé é morta, como diz São Tiago (Tg 2, 26). E por isso roguemos à divina Mãe, que pelo merecimento de sua fé nos alcance uma fé viva: _Domina, adauge nobis fidem "Senhora, aumentai-nos a fé"_. Ao mesmo tempo, exercitemo-nos em fazermos frequentes atos de fé, unindo-os aos da Santa Virgem. Roguemos também por tantos nossos irmãos infelizes, que vivem fora da Igreja Católica.

"Ó Maria, Mãe de misericórdia e Refúgio dos pecadores, súplices vos rogamos que lanceis um olhar benigno sobre os povos hereges e cismáticos.

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16 Jan, 11:52


*Quinta-feira. Exemplos que nos dá Jesus Menino*

_Erunt oculi tui videntes praeceptorem tuum_ - "Os teus olhos estarão vendo o teu mestre" (Is 30, 20)

Sumário. _Quantos belos exemplos nos dá Jesus Cristo durante todo o tempo da sua infância! Exemplos de submissão à vontade divina, de pobreza, de humildade, de mansidão, de obediência; exemplos de mortificação, de amor à cruz, de recolhimento e de oração; uma palavra, exemplos de todas as mais belas virtudes. Esforcemo-nos por imitá-Lo, custe o que custar e imaginemos que lá de cima, da Gruta de Belém, o Pai Eterno nos diz: Se não vos fizerdes semelhantes a este meu amado Filho, feito menino por vosso amor, não entrareis no Reino dos céus._

I. Tendo o Pai Eterno decretado que o Verbo divino se fizesse homem para operar a nossa Redenção, podia Jesus Cristo tomar um corpo glorioso, ou de homem perfeito, como Adão, sem que ficasse sujeito a todas as fraquezas e misérias próprias da infância. Não obstante isso, para nosso ensinamento e maior proveito, quis nascer criança como nós, a fim de que, vendo-O em tudo nosso semelhante, nos sintamos com mais estímulo de imitá-Lo e fazer-nos semelhantes a Ele.

Oh! Que exemplos tão numerosos de virtudes nos deu o divino Menino durante toda a sua infância, se quisermos aproveitá-los! Exemplos de amor para com seu Pai e de submissão à vontade divina. Vede, como Jesus, apenas nascido e, conforme diz o Apóstolo, no seu primeiro ingresso no mundo, inclina humildemente a cabeça, adora respeitosamente a Deus Pai e protesta que está pronto a fazer-Lhe em tudo a santíssima vontade: _Ecce venio, ut faciam, Deus, voluntatem tuam (Hb 10, 9) - "Eis que venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade"._

Exemplos de pobreza e de castidade: escolhendo para mãe uma virgem; para guarda, um homem castíssimo; para sua corte, uns pastores inocentes. Quer que tudo ao redor d'Ele seja indigência e miséria: _Propter vos egemus factus est (2Cor 8, 9) "Para vós Ele se fez pobre"._ Exemplos de mansidão, de humildade e de obediência. Podia castigar instantaneamente ao ímpio Herodes, que o persegue à morte, mas demora o castigo, e entretanto subtrai-se à sanha do rei por meio de uma fuga humilhante para o Egito, onde vive obediente a qualquer aceno de José e Maria: _Et erat subditus illis (Lc 2, 51) - "E estava-lhes sujeito"._

Finalmente Jesus nos dá exemplos de _mortificação_, de _abnegação_ própria, de _amor de cruz_, e sobretudo de _recolhimento_ e de _oração_. Passa todos os seus dias nas mais duras privações e santifica o trabalho pelo silêncio e pela oração. De sorte que desde então se Lhe pode aplicar o que depois disse o Evangelista: _Erat pernoctans in oratione (Lc 6, 12) - "Passava as noites em oração"._ Felizes de nós se soubermos imitar os exemplos do santo Menino Jesus!

II. Imaginemos que Deus Pai lá de cima da Gruta de Belém nos diz o que Jesus Cristo mesmo disse mais tarde a seus discípulos: _Nisi efficiamini sicut parvulus iste, non intrabitis in regnum coelorum (Mt 18, 3) - "Se não vos fizerdes como este menino, não entrarei no Reino dos céus"._ Se não vos fizerdes semelhantes a este meu Filho, feito criança por vosso amor, não entrareis no Reino dos céus. Examinemos, pois, a nossa consciência, e se infelizmente acharmos que nos tempos passados pouco ou nada temos imitado os exemplos do santo Menino, tomemos uma resolução firme de fazê-lo ao menos para o futuro.

"Ó dulcíssimo Jesus, como estou envergonhado de me ver tão diferente de Vós! Mas já que acolheis os maiores pecadores, quando se convertem, fazei que de hoje em diante não seja mais assim. Dai-me, ó Senhor, assim como fizestes para com todos os pecadores arrependidos, um coração semelhante ao vosso. Dai-me um coração humilde, amante da vida oculta e desprezada, ainda no meio das honras terrestres; um coração paciente, resignado em todas as contrariedades, por mais penosas que sejam; um coração pacífico, que guarde sempre uma inalterável paz com o próximo e consigo mesmo.

♰ LITURGIA TRADICIONAL -- MEDITAÇÕES DIÁRIAS ♰

16 Jan, 11:52


Dai-me um coração amante da oração, que goste de entregar-se frequentemente a este santo exercício; e tenha só um desejo, o de ver Deus conhecido, amado e louvado de todas as criaturas; um coração no qual nada desagrade, senão ver Deus ofendido; que nada odeie senão o pecado; que não tenha outro desejo no mundo senão o de promover a glória de Deus e a salvação do próximo. Dai-me um coração reconhecido, que nunca se esqueça dos benefícios divinos e saiba sempre estimá-los devidamente; um coração forte e corajoso, que não tenha medo de mal algum e suporte tudo por amor do seu Deus; um coração benéfico para com todos os necessitados e cheio de compaixão das almas do purgatório; finalmente um coração perfeitamente regrado, cujas alegrias e tristezas, repugnâncias e desejos, movimentos e aspirações sejam todas conformes com a vontade divina. Numa palavra, dai-me, ó meu Jesus, um coração todo semelhante ao vosso. Fazei-o pelo amor de vossa e minha querida Mãe Maria santíssima" (Oração de São Clemente Maria Hofbauer, C.Ss.R.).

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13 Jan, 19:23


*Segunda-feira. Fim do homem*

_Deum time, et mandata eins observa: hoc est enim omnis homo_ - “Teme a Deus e observa os seus mandamentos; porque isto é o tudo do homem" (Ecl 12, 13)

Sumário. _Não temos nascido, nem devemos viver para gozarmos, para nos fazermos ricos e potentes, senão unicamente para amarmos a Deus e nos salvarmos para sempre. Todavia, este grande fim da nossa existência é o mais descuidado pelos homens, que em tudo pensam exceto na salvação da alma. Nós ao menos não sejamos tão insensatos e consideremos seriamente que tudo que se faz, se diz ou se pensa contra a vontade de Deus, é perdido e perdido para sempre._

I. Considera, minha alma, que o teu ser é um dom de Deus, que sem mérito algum da tua parte te criou à sua imagem. No santo Batismo adotou-te por filho; amou-te com um amor mais que paternal, e deu-te a existência, a fim de que O ames e sirvas nesta terra, para depois gozares com Ele no paraíso. Portanto, não nasceste, nem deves viver para gozares, para te fazeres rico e poderoso, para comeres, beberes e dormires, como os irracionais; mas unicamente para amares o teu Deus e te salvares para sempre. O Senhor deu-te o uso das coisas criadas, a fim de que te sirvam para atingir o teu grande fim. Ai de mim, que em tudo tenho pensado exceto no meu fim! Ó meu Pai celestial, pelo amor de Jesus Cristo, fazei que eu comece uma vida nova, toda santa e toda conforme a vossa divina vontade.

Considera também que na hora da morte terás veementes remorsos, por não te teres aplicado ao serviço de Deus. Qual será a tua aflição se no fim de teus dias perceberes que nessa hora não te resta de todas as riquezas, dignidades, glórias e prazeres senão um punhado de pó. Pasmarás que por coisas vãs e por ninharias perdeste a graça de Deus e a tua alma, sem poderes reparar o mal feito. Não haverá mais tempo para entrares no bom caminho. Ó desespero! Ó tormento! Verás então quanto vale o tempo, mas será tarde. Quererás comprá-lo pelo preço do teu sangue, mas ser-te-á impossível. Ó dia de amargura para quem não serviu e amou o seu Deus.

II. Considera quanto é descurado o último fim do homem. Pensa-se em aumento de riquezas, em banquetes, em festas, em passatempos. E ninguém se importa com o serviço de Deus, nem com a salvação da alma! O destino eterno é tido por uma bagatela e assim a maior parte dos Cristãos vai a caminho do inferno banqueteando-se, cantando e dormindo! Oxalá compreendessem o que quer dizer: inferno!

Ó homem, afadigas-te tanto para tua condenação e nada queres fazer para a tua salvação. Estava para morrer o secretário de um rei de Inglaterra e ao expirar disse: Desgraçado de mim! Tenho enchido tanto papel para escrever as cartas do meu senhor e não enchi uma única folha para me lembrar dos meus pecados e fazer uma boa confissão! Filipe III, rei de Espanha, disse na hora de sua morte: Ah! Antes houvera servido a Deus num deserto, do que sido rei! 

Mas para que servirão naquela hora os gemidos e as lamentações? Servirão para maior desesperação. Aprende ao menos à custa de outros, a viveres solícito de tua salvação, se não quiseres cair no mesmo desespero. E lembra-te de que tudo o que fizeres, pensares ou disseres contrário à vontade de Deus, está perdido para a tua alma. Ânimo! Já é tempo de mudares de vida. Ou queres porventura a hora da morte para te desiludir? Quando estiveres às portas da eternidade, como que suspenso sobre o abismo do inferno, quando não houver mais tempo para reparar o erro? Ó meu Deus, perdoai-me. Amo-Vos sobre todas as coisas. Detesto os meus pecados mais do que qualquer outro mal. Maria, minha esperança, rogai a Jesus por mim.

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12 Jan, 14:53


_PRIMEIRA SEMANA DEPOIS DA EPIFANIA_

*Domingo depois da Epifania. Perda de Jesus no Templo*

_Remansit puer lesus in Ierusalem, et non cognoverunt parentes eius - "O Menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais se apercebessem"_ (Lc 2, 43)

Sumário. _Quando Jesus chegou à idade de doze anos, José e Maria levaram-No consigo a Jerusalém na solenidade de Páscoa. Por ocasião da volta, porém, Jesus ficou no Templo, sem que seus pais se apercebessem, e só foi achado ao fim de três dias de busca e de lágrimas. Aprendamos deste mistério que devemos deixar tudo, parentes e amigos, quando se trata de promover a glória de Deus._

I. Escreve São Lucas que Maria e José iam todos os anos à Jerusalém na solenidade de Páscoa, e levavam consigo o Menino Jesus. Era costume entre os Israelitas, conforme diz o venerável Beda, que durante a viagem ao templo (ao menos na volta) os homens andassem separados das mulheres, ao passo que os meninos acompanhavam à vontade o pai ou a mãe. O Redentor, que então tinha doze anos, depois da solenidade, ficou três dias em Jerusalém. A Virgem-Mãe pensava que Jesus estava com José e este julgava-O na companhia de Maria. O santo Menino empregou aqueles três dias em promover a glória de seu Eterno Pai com jejuns, vigílias e orações e em assistir aos sacrifícios que eram outras tantas figuras do seu próprio sacrifício da Cruz. Para ter algum alimento, diz São Bernardo, foi-lhe mister pedi-lo por esmola, e para descansar não tinha outro leito senão a terra nua.

Quando, à noite, Maria e José se encontraram na pousada, não achavam o seu Jesus, e com suma aflição se puseram a procurá-Lo entre os parentes e amigos. Voltando depois a Jerusalém, acharam-No finalmente, ao terceiro dia, no Templo, disputando entre os doutores, que pasmados admiravam as perguntas e respostas daquele menino extraordinário. Nesta terra não há pena que se possa comparar àquela que uma alma, desejosa de amar a Jesus, experimenta quando teme que por qualquer culpa d'Ele se tenha afastado. Foi esta a dor exatamente de Maria e José naqueles dias, porquanto a sua humildade, diz o devoto Lanspergio, fazia-lhes crer que se tornaram indignos de ter sob sua guarda um tão grande tesouro. É por isso que Maria, encontrando o Filho, a fim de Lhe exprimir a sua dor, disse: “Filho, porque fizeste assim conosco? Sabe que teu pai e eu te andamos buscando cheios de aflição". E Jesus respondeu: "Por que é que me buscáveis? Não sabeis que importa ocupar-me das coisas de meu Pai?".

Tiremos do presente mistério dois ensinos. Primeiro, que devemos abandonar tudo, parentes e amigos, quando se trata de promover a glória de Deus. Segundo, que Deus se deixa achar por quem o busca. _Bonus est Dominus animae quaerenti illum (Lm 3, 25) - "O Senhor é bom para a alma que o busca"._

II. Ó Maria, vós chorais por terdes perdido vosso Filho uns poucos dias. Afastou-se Ele da vossa vida, mas não do vosso coração. Não vos lembrais que o amor tão puro com que O amais, O faz estreitamente unido convosco? Vós bem sabeis que quem ama a Deus, não pode deixar de ser amado de Deus, que diz: _Ego diligentes me diligo (Pr 8, 17) - "Eu amo os que me amam"_. Por que, pois, temeis? Por que chorais? Deixai que eu chore, que tantas vezes e por minha culpa tenho perdido meu Deus, expulsando-O da minha alma.

Ah! Meu Jesus, como pude ofender-Vos de olhos abertos, sabendo que pelo pecado Vos ia perder? Mas não quereis que o coração que Vos busca desespere, senão que se regozije: _Laetetur cor quaerentium Dominum_ (Sl 104, 3). Se em outros tempos Vos abandonei, ó Amor meu, agora Vos busco, e não quero senão a Vós. Para possuir a vossa graça, renuncio a todos os bens e prazeres da terra, renuncio até a própria vida. Vós dissestes que amais a quem Vos ama: amo-Vos, e amai-me Vós também. Estimo mais a posse do vosso amor, do que o domínio sobre o mundo inteiro. Jesus meu, não quero mais perder-Vos; mas não posso confiar em mim mesmo; confio tão somente em Vós. Por piedade, uni-me estreitamente convosco e não permitais que ainda venha separar-me de Vós.

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12 Jan, 14:53


Ó Maria, vós me fizestes achar meu Deus, que tinha perdido há tempos; obtende-me agora a santa perseverança.

"E Vós, Pai Eterno, que fizestes reluzir sabedoria celestial na humilde puerícia de vosso divino Filho, concedei-nos que nós também, cheios do espírito de prudência, mereçamos, pela sincera humildade, a vossa complacência. Fazei-o pelos merecimentos de Jesus Cristo" (Or. Eccl).

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11 Jan, 17:21


*Sábado da oitava da Epifania. Solicitude maternal de Maria para com Jesus Cristo*

_Numquid oblivisci potest mulier infantem suum, ut non misereatur filio uteri sui?_ - "Pode acaso uma mulher esquecer-se de seu filhinho, de sorte que não tenha compaixão do filho de suas entranhas?" (Is 49, 15)

Sumário. _Se em geral são indizíveis as solicitudes de uma mãe para com seus filhos, o que dizer das que a Santíssima Virgem teve para com Jesus Cristo, seu Filho e juntamente seu Criador? Se quisermos imitar a divina Mãe, nós também podemos ter as mesmas solicitudes para com nosso Senhor, não somente na pessoa do próximo que o represente, senão para com Ele mesmo, visto que está realmente presente no Santíssimo Sacramento da Eucaristia. Visitemo-Lo amiudadas vezes e recebamo-Lo em nossos corações._

I. Se em geral são indizíveis as solicitudes de uma mãe qualquer para com seu filho, o que dizer então das que Maria teve para com o Menino Jesus, visto que em seu coração se uniu o amor natural mais perfeito ao supremo amor sobrenatural? Tanto que viu Jesus nascido na gruta de Belém, abraçou-O com ternura maternal, tomou-O nos braços, cobriu-O de beijos, e, segundo a revelação feita a Santa Brígida, procurou aquecê-Lo com o calor do seu rosto e do seu peito. Em seguida, como refere São Lucas, _envolveu-O em paninhos_ (Lc 2, 7). Ó Deus, que grande estima devia a Santa Virgem conceber da pobreza, da humildade, da obediência, ao contemplar o Filho de Deus que estendia as suas mãozinhas para se deixar enfaixar! 

Depois de O ter enfaixado, a divina Mãe chega o santo Menino a seu peito virginal para O alimentar com o seu leite. Enquanto assim O alimentava, repetia consigo, cheia de assombro: Ó caridade, ó amor incompreensível de um Deus para com os homens! Que terão dito os anjos do paraíso vendo o Filho do Pai Eterno feito por nosso amor tão débil, que precisa de um pouco de leite para conservar a vida?

A pobre Virgem não possui penas nem lã a fim de preparar uma caminha para seu Filho. Por isso ajunta um pouco de palha numa manjedoura, onde O deitou. Apesar da dureza da cama e do rigor do frio, Jesus adormece no meio de tantas incomodidades, porque a necessidade vence a natureza. Mas nem por isso Maria descansa. Prostra-se diante daquele rude berço, contempla o rosto do divino Menino, adora-O, e não deixa de fazer continuamente atos de amor a seu Filho. Unamos o nosso amor e as nossas adorações com o amor e as adorações do coração de Maria. Se nos tempos passados imitáramos o cruel Herodes, perseguindo até a morte o divino Filho e afligindo sua santíssima Mãe, peçamos humildemente a ambos que nos queiram perdoar.

II. As solicitudes maternais de Maria não se limitaram à infância de Jesus; continuaram, ou antes, iam aumentando na sua adolescência e idade viril. Com efeito, quanta aflição, quanta fadiga não sofreu a pobre Mãe durante a longa demora de Jesus no Egito, na volta para a Galileia, na perda do Filho no templo, e durante os três anos do seu apostolado!

Considerando essas solicitudes maternais, sentis o vosso coração abrasado de amor a Jesus; experimentais uma santa inveja a São José, que foi o companheiro fiel da divina Mãe, e dizeis convosco: Oxalá tivesse a ventura de servir a meu bom Redentor! Consolai-vos; podeis ter a ventura de servir a Jesus, praticando a caridade para com o próximo, porquanto Jesus Cristo disse: _Quandiu fecistis uni ex his fratribus meis minimis, mihi fecistis_ (Mt 25, 40) - _"Tudo que fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes"_.

Além disso, a fé ensina-vos que Jesus Cristo mora pessoalmente em nossas igrejas, dentro do Sacrário. Mostrai-vos, pois, solícitos para com o Santíssimo Sacramento, ornando os altares, visitando-O amiudadas vezes, propagando tão bela devoção e, sobretudo, recebendo-O dentro de vosso peito com digna preparação e ação de graças.

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11 Jan, 17:21


Para este fim, cada vez que receberdes a santa Comunhão, e muito mais, se sois sacerdote, quando subirdes ao altar para celebrar a santa Missa, imaginai que a divina Mãe vos diz o que certo dia o Bem-aventurado João de Ávila disse a uma pessoa pouco devota: Por piedade, tratai melhor a Jesus Cristo, porque é filho de um bom Pai.

O Maria, agradeço-vos, tanto em meu nome como no de todo o gênero humano, toda a solicitude que tivestes para com o nosso divino Redentor Jesus e proponho seguir sempre os vossos santos exemplos. Pelo amor do mesmo Jesus Cristo, concedei-me a graça de vos ser fiel.

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11 Jan, 09:19


VIDA POBRE QUE JESUS COMEÇOU A LEVAR DESDE O SEU NASCIMENTO

Propter vos egenus factus est, cum esset dives, ut illius inopia vos divites essetis — “Sendo rico, se fez pobre por vosso amor, a fim de que vós fosseis ricos pela sua pobreza” (2 Cor. 8, 9).

Sumário. Se Jesus tivesse nascido em Nazaré, teria nascido pobre, sim; mas ao menos num quarto asseado e sem humidade, com um pouco de lume, paninhos aquecidos e um bercinho mais cômodo. Mas não; Jesus quis nascer naquela gruta fria e sem lume; quis que uma manjedoura lhe servisse de berço e um pouco de palha Lhe fosse colchão, a fim de padecer mais e ensinar-nos a santa pobreza. Aproveitemo-nos da lição e lembremo-nos de que, quem ama as comodidades, nunca será santo.

Leia essa Meditação completa de Sto Afonso aqui: http://catolicosribeiraopreto.com/vida-pobre-que-jesus-comecou-a-levar-desde-o-seu-nascimento/

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11 Jan, 01:18


*Dia 10 de janeiro. Vida pobre que Jesus começou a levar desde o seu nascimento*

_Propter vos egenus factus est, cum esset dives, ut illius inopia vos divites essetis_ - "Sendo rico, se fez pobre por vosso amor, a fim de que vós fosseis ricos pela sua pobreza" (2Cor 8, 9)

Sumário. _Se Jesus tivesse nascido em Nazaré, teria nascido pobre, sim; mas ao menos num quarto asseado e sem umidade, com um pouco de lume, paninhos aquecidos e um bercinho mais cômodo. Mas não; Jesus quis nascer naquela gruta fria e sem lume; quis que uma manjedoura lhe servisse de berço e um pouco de palha Lhe fosse colchão, a fim de padecer mais e ensinar-nos a santa pobreza. Aproveitemo-nos da lição e lembremo-nos de que, quem ama as comodidades, nunca será santo._

I. Deus dispôs que no tempo em que seu Filho devia nascer na terra, fosse lançada a ordem do imperador, que cada um fosse alistar-se na cidade da sua origem. E assim aconteceu que, de conformidade com o édito de César, São José tivesse de ir, com a sua santa Esposa, a Belém para ser alistado. Chegou então a hora do parto de Maria, que, por não achar acolhida em nenhuma outra casa, nem mesmo na hospedaria comum dos pobres, viu-se obrigada a passar a noite em uma gruta, e ali deu à luz o Rei do céu. Se Jesus tivesse nascido em Nazaré, teria nascido pobre, sim; mas ao menos teria tido um quarto asseado e sem umidade, um pouco de lume, paninhos aquecidos e um bercinho mais cômodo. Quis, porém, nascer naquela gruta fria e sem lume; quis que uma manjedoura lhe servisse de berço e um pouco de palha dura lhe fosse colchão.

Entremos na lapinha de Belém, mas entremos com fé. Se entrarmos sem fé, acharemos apenas uma criança pobre, que excita a nossa compaixão pela sua formosura amável, que está tiritando e chorando por causa do frio e da palha pungente. Se, ao contrário, entrarmos com fé e pensarmos que aquele Menino é o Filho de Deus, que por nosso amor veio à terra e sofre tanto para satisfazer pelos nossos pecados, como poderemos deixar de Lhe agradecer e de O amar?

II. Ó meu dulcíssimo Menino Jesus, como é possível, que, sabendo o que por meu amor padecestes, Vos tenha sido tão ingrato e causado tão graves desgostos? As lágrimas que derramastes e a pobreza que por meu amor escolhestes, me fazem esperar o perdão das injúrias que Vos tenho feito. Pesa-me, ó Jesus meu, de Vos ter virado as costas tantas vezes e amo-Vos sobre todas as coisas. _Deus meus et omnia - "Meu Deus e meu tudo"_. Meu Jesus, se em outros tempos meu coração se afeiçoou aos bens da terra, de hoje em diante Vós sereis o meu único tesouro. Ó Deus de minha alma, Vós sois um bem infinitamente mais estimável que qualquer outro bem. Vós sois digno de um amor infinito: amo-Vos e estimo-Vos mais do que todas as outras coisas, mais do que a mim mesmo. Vós sois o único objeto de todo o meu amor. Não desejo mais nada deste mundo; mas se pudesse ter um desejo, seria o de possuir todos os tesouros e todos os reinos da terra, a fim de me abdicar e me privar deles por vosso amor.

Vinde, ó meu Amor, vinde destruir em mim todos os afetos que não são para Vós. Fazei para o futuro que não olhe senão para Vós, não pense senão em Vós, não suspire senão por Vós. Tomara eu que o amor, que Vos levou a fazer-Vos criança e a morrer por mim, me faça morrer a todas as minhas inclinações, para não amar senão a vossa bondade infinita e para não desejar senão a vossa graça e o vosso amor. Meu amado Redentor, quando serei todo vosso, assim como Vós sois todo meu se eu o quero? Eu nem sequer sei como me dar convenientemente a Vós; por piedade, apoderai-Vos de mim, e fazei que eu viva tão somente para agradar-Vos. Espero tudo pelos merecimentos de vosso sangue, ó Jesus, e da vossa intercessão, ó minha querida Mãe Maria. 

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09 Jan, 16:13


*Dia 09 de janeiro. Misericórdia de Deus em baixar do céu para nos salvar com a sua morte*

_Benignitas et humanitas apparuit Salvatoris nostri Dei_ - "Apareceu a benignidade e o amor de Deus nosso Salvador" (Tt 3, 4)

Sumário. _Antes da vinda de Jesus Cristo, manifestou-se o poder de Deus na criação do mundo, a sabedoria divina manifestou-se na sua conservação; a misericórdia, porém, manifestou-se particularmente, quando Jesus tomou a natureza humana a fim de salvar, pelos seus padecimentos e morte, os homens perdidos. Com efeito, de que misericórdia maior podia o Filho de Deus usar para conosco do que tomando sobre si os castigos por nós merecidos? E, apesar disso, quantos pecadores há que não voltam a Deus por desconfiança da sua bondade!_

I. Quando o Filho de Deus apareceu sobre a terra, viu-se quão grande é a bondade de Deus para conosco. Escreve São Bernardo, que primeiro se manifestou o poder de Deus em criar o mundo, a sua sabedoria em conservá-lo; mas a sua misericórdia manifestou-se, particularmente, quando o Filho de Deus tomou a natureza humana, a fim de salvar, pelos seus padecimentos e morte, os homens perdidos. Com efeito, que maior misericórdia podia o Filho de Deus mostrar-nos do que tomando sobre si os castigos por nós merecidos? Ei-lo nascido como criança, fraco e envolto em panos, deitado numa manjedoura, como que impossibilitado de mover-se e alimentar-se. É mister que Maria lhe dê um pouco de leite para lhe sustentar a vida. Vede-o depois no pretório de Pilatos, onde é preso a uma coluna com cordas, de que não podia livrar-se e açoitado da cabeça aos pés. Vede-o no caminho ao Calvário, onde pela extrema fraqueza e pelo peso da cruz que carrega, cai repetidas vezes por terra. Vede-o, finalmente, pregado no infame lenho, sobre o qual termina a vida à força de sofrimentos.

Pelo amor que nos teve, Jesus Cristo quer ganhar todo o amor dos nossos corações. Por isso, não quer enviar um anjo para nos remir, senão quer vir Ele mesmo para nos salvar com a sua Paixão. Se um anjo houvera sido nosso Redentor, o homem deveria dividir o seu coração, amando a Deus como seu Criador, e ao anjo como seu Redentor. Mas Deus, que quis possuir o coração do homem todo inteiro, assim como já era Criador do homem, quis também ser seu Redentor.

II. Ó meu amado Redentor! Onde estaria eu neste momento, se não me tivésseis suportado com tamanha paciência, e se me tivésseis deixado morrer quando me achava em estado de pecado? Já que me esperastes até agora, ó meu Jesus, perdoai-me, antes que me surpreenda a morte, réu qual sou de tantas ofensas que Vos tenho feito. Ah! Meu Deus, ai de mim, se para o futuro não Vos fosse fiel e, depois de tantas luzes recebidas, tornasse a trair-Vos! Estas luzes são o penhor de que quereis perdoar-me. Pesa-me, ó meu Bem supremo, de Vos ter injuriado tantas vezes e de Vos ter ofendido, a Vós que sois a bondade infinita. Confio em vosso Sangue para obter o perdão, e espero com segurança obtê-lo. Mas se tornasse a virar-Vos as costas, mereceria um inferno feito especialmente para mim.

Todavia, é isto o que me faz temer, ó Deus de minha alma. Posso tornar a perder a vossa graça. Sei que repetidas vezes Vos tenho prometido fidelidade, e cada vez me revoltei novamente contra Vós. Ah! Senhor, não o permitais, não me deixeis cair na grande desgraça de me fazer outra vez vosso inimigo. Enviai-me qualquer castigo que quiserdes, mas não este: _"Não permitais que me afaste de Vós" - Ne permittas me separari a te_. Se virdes que jamais tenha ainda de ofender-Vos, deixai-me antes morrer. De boa vontade aceito a morte mais dolorosa, antes que ter de lamentar a miséria de mais uma vez me ver privado de vossa graça!

_Ne permittas me separari a te - "Não permitais que me afaste de Vós"_. Repito-o, ó meu Deus, e fazei que o repita sempre: Não permitais que me afaste de Vós. Amo-Vos, ó meu amado Redentor; não quero mais separar-me de Vós. Pelos merecimentos da vossa morte, dai-me um grande amor, que me una tão fortemente a Vós, que eu não possa mais separar-me do vosso Coração.

♰ LITURGIA TRADICIONAL -- MEDITAÇÕES DIÁRIAS ♰

09 Jan, 16:13


Ó Maria, minha Mãe, se eu tornar ainda a ofender meu Deus, temo que vós também me hajais de abandonar. Ajudai-me, pois, com as vossas orações; alcançai-me a santa perseverança e o amor de Jesus Cristo.

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09 Jan, 09:23


♰ LITURGIA TRADICIONAL -- MEDITAÇÕES DIÁRIAS ♰ pinned «Salve Maria. Eu sou o novo adm mencionado e mantenho as mensagens de meditações diárias. Estou um pouco cansado e quase esquecendo de postar todo dia a leitura que faço no livro. Não parece, mas leva um tempo pra transcrever todos os dias. Acho que vou continuar…»

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08 Jan, 19:49


Salve Maria. Eu sou o novo adm mencionado e mantenho as mensagens de meditações diárias. Estou um pouco cansado e quase esquecendo de postar todo dia a leitura que faço no livro. Não parece, mas leva um tempo pra transcrever todos os dias. Acho que vou continuar postando, enquanto eu lembrar, mas considerem comprar o livro. Eu não ganho nada por essa indicação. A edição que eu uso é a seguinte:

Afonso Maria de Ligório, Santo, 1696-1787.
Meditações para todos os dias e festas do ano: tomo único / Santo Afonso Maria de Ligório; organizador Pe. Thiago Maria Cristina, C.Ss.R.; versão portuguesa Pe. João de Jong, C.Ss.R. - 2.ed. - Anápolis, GO: Ed. Magnificat e Ed. Realeza, 2023.
1150 p. : 14x21 cm

Título original: Opere Ascetiche di Sant'Alfonso Maria de Liguori

ISBN 978-65-80449-71-2

♰ LITURGIA TRADICIONAL -- MEDITAÇÕES DIÁRIAS ♰

08 Jan, 19:45


*Dia 08 de janeiro. Da vida humilde e desprezada que Jesus levou desde a meninice*

_Et hoc vobis signum: invenietis infantem, pannis involutum, et positum in praesepio_ - "E este é o sinal que vo-lo fará conhecer: achareis um menino envolto em panos e posto em uma manjedoura" (Lc 2, 12)

Sumário. _Todos os sinais que o Anjo deu aos pastores para acharem o Messias nascido foram sinais de humildade. O sinal pelo qual o reconhecereis, disse-lhes, é que achareis um menino, envolto em pobres paninhos, numa estrebaria, e deitado sobre a palha numa manjedoura de animais. Assim quis nascer o Rei do céu, porque veio para destruir o orgulho, a causa da perdição do homem. E apesar disso o homem continua orgulhoso e ambicioso._

I. Todos os sinais que o Anjo deu aos pastores para acharem o Salvador já nascido foram sinais de humildade. _Et hoc vobis signum: invenietis infantem, pannis involutum et positum in praesepio._ Eis o sinal para reconhecer o Messias nascido, disse o Anjo: achareis uma criança, envolta em pobres paninhos, numa estrebaria e deitada sobre a palha numa manjedoura de animais. Foi assim que quis nascer o Rei do céu, o Filho de Deus, porque vinha destruir o orgulho, que fora a causa da perdição do homem.

Os profetas já tinham predito que o nosso Redentor devia ser saciado de opróbrios e tratado como o homem mais vil do mundo. Quantos desprezos não teve Jesus de sofrer da parte dos homens! Foi qualificado de ébrio, de mágico, de blasfemo e de herege. E depois quantas ignomínias sofreu na sua Paixão! Foi abandonado por seus próprios discípulos, dos quais um O vendeu por trinta dinheiros, outro negou tê-Lo jamais conhecido. Foi levado pelas ruas preso e amarrado como um malfeitor, açoitado como um escravo, qualificado de insensato e de rei de burla; foi esbofeteado, coberto de escarros, e finalmente fizeram-No morrer suspenso numa cruz, em meio de dois ladrões, como se fosse o mais celerado dos homens. Assim, diz São Bernardo, o mais nobre de todos foi tratado como se fosse o mais vil de todos. Acrescenta, porém, o santo: _Quanto mihi vilior, tanto mihi carior_ - Ó meu Jesus, quanto mais humilhado e desprezado Vos vejo, tanto mais amável Vos fazeis amado.

II. Se quereis ser santo, esforçai-vos por imitar a vida humilde e desprezada de Jesus Cristo. Habituai-vos a antever de manhã tudo o que durante o dia possa contrariar o vosso amor-próprio, e disponde-vos a sofrê-lo em paz por amor de Jesus Cristo, que tem sofrido coisas mais graves por vosso amor. Seria de grande proveito praticardes o excelente conselho que o Pe. Torres dava a seus penitentes: _"Rezai todos os dias um Pai-Nosso e uma Ave-Maria em louvor da vida desprezada de Jesus Cristo, e oferecei-vos a sofrer não somente em paz, senão também com alegria, por amor d'Ele, todos os desprezos e contrariedades que vos queira enviar, pedindo ao mesmo tempo o auxílio para Lhe serdes fiel"._

Ó meu dulcíssimo Salvador, por meu amor abraçastes tantos desprezos, e eu não pude sofrer uma palavra injuriosa sem pensar logo em vingança! Eu que tantas vezes tenho merecido ser pisado aos pés dos demônios no inferno. Estou envergonhado de comparecer à vossa presença, pecador e orgulhoso como sou. Senhor, não me repilais da vossa presença, como tanto merecia. Dissestes que não desprezais um coração contrito e humilhado. Arrependo-me de todos os desgostos que Vos tenho causado. Perdoai-me, ó meu Jesus; não Vos quero mais ofender. Vós por meu amor sofrestes tantas injúrias, por amor de Vós quero também sofrer todas as injúrias que me serão feitas. Amo-Vos, ó meu Jesus, desprezado por minha causa, amo-Vos, meu Bem, acima de todo outro Bem. Ajudai-me a amar-Vos sempre e a sofrer todas as afrontas por vosso amor. Ó Maria, recomendai-me a vosso Filho, rogai a Jesus por mim.

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07 Jan, 22:42


*Dia 07 de janeiro. Jesus chora*

_Et lacrymatus est lesus_ - "E Jesus chorou" (Jo 11, 35)

Sumário. _O Menino Jesus chorava por duas razões. Em primeiro lugar chorava de compaixão para com os homens, que eram réus de morte eterna, e oferecia as suas lágrimas ao Eterno Pai, a fim de obter para eles o perdão. Chorava em segundo lugar de dor, vendo que, mesmo depois da Redenção tão grande número de pecadores continuariam a desprezar sua graça. Ah! Não agravemos mais as penas desse amabilíssimo Coração e consolemo-Lo, misturando as nossas lágrimas com as suas._

I. As lágrimas do Menino Jesus foram muito diferentes das que as outras crianças derramam quando nascem. Estas choram de dor, diz São Bernardo, mas Jesus não chora de dor, mas sim de compaixão para conosco, e de amor: _Illi ex passione lugent, Christus ex compassione_. Chorar alguém é sinal de grande amor. Por esta razão os judeus, ao verem o Salvador chorar a morte de Lázaro, diziam: _"Vede como o amava"_ - _Ecce quomodo amabat eum_ (Jo 11, 36). Da mesma forma os anjos, vendo as lágrimas de Jesus Menino, podiam dizer: Vede como nosso Deus ama os homens, pois por amor deles vemo-lo feito homem, feito criança, vemo-lo chorar.

Jesus chorava e oferecia as suas lágrimas ao Pai Eterno, para obter para nós o perdão dos nossos pecados. Aquelas lágrimas lavaram os meus crimes, dizia Santo Ambrósio - _Lacrymae illae mea delicta lavarunt._ Com seus vagidos e gemidos Jesus suplicava misericórdia por nós, que estávamos condenados à morte eterna, e aplacava a indignação de seu Pai. Quanto intercederam a nosso favor as lágrimas do divino Menino! Como aceitas foram de Deus! Foi então que Deus Pai mandou anunciar pelos anjos que já queria fazer a paz com os homens e recebê-los em sua graça. _Et in terra pax hominibus bonae voluntatis_ (Lc 2, 14) - _"Paz na terra ans homens de boa vontade"._

Jesus chora de amor, mas chora também de dor à vista de tão grande número de pecadores que, apesar de tantas lágrimas e de tanto sangue derramado para a salvação deles, não deixariam de desprezar a sua graça. Quem será tão cruel que, vendo um Deus Menino chorar as nossas culpas, não chore também e não deteste os pecados que tanto têm feito chorar o nosso amantíssimo Senhor? Ah! Não agravemos mais os padecimentos deste inocente Menino, mas consolemo-Lo misturando as nossas lágrimas com as suas. Ofereçamos a Deus as lágrimas de seu Filho, e roguemos-Lhe que pelos merecimentos delas nos perdoe.

II. Ó meu amado Menino Jesus, quando estáveis chorando na gruta de Belém, pensáveis em mim, porquanto o que Vos fazia chorar era a previsão dos meus pecados. É verdade, pois, ó meu Jesus, que, em vez de Vos consolar com o meu amor e a minha gratidão ao ver quanto tendes padecido pela minha salvação, agravei a vossa dor e a causa das vossas lágrimas. Se eu tivesse cometido menos pecados, teríeis chorado menos. Chorai, ó Jesus, chorai; reconheço que tendes motivo para chorar prevendo a grande ingratidão dos homens, depois do tão grande amor vosso. Mas, já que chorais, chorai também por mim; as vossas lágrimas são a minha esperança. Eu também choro os desgostos que Vos tenho dado, ó Redentor meu; abomino-os, detesto-os e deles me arrependo de todo o meu coração.

Deploro todos os dias e todas as noites infelizes que passei em vossa inimizade e privado da vossa graça; porém, ó meu Jesus, para que serviriam as minhas lágrimas sem as vossas?

Pai Eterno, ofereço-Vos as lágrimas de Jesus Menino; perdoai-me por amor delas. E Vós, ó meu amado Salvador, oferecei a vosso Pai todas as lágrimas que em vossa vida derramastes por mim, e fazei com que me seja propício. Peço-Vos também, Amor meu, que enterneçais com as vossas lágrimas o meu coração e o abraseis no vosso santo amor. Quem me dera que de hoje em diante Vos consolasse tanto com o meu amor, quanto Vos fiz sofrer com os meus pecados! Concedei-me, ó Senhor, que os dias de vida que ainda me restam, não sirvam mais para Vos dar novos desgostos, senão para chorar todos os que Vos tenho dado e para amar-Vos com todo o afeto da minha alma.

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07 Jan, 22:42


Ó Maria, rogo-vos pela terna compaixão que sentistes ao ver o Menino Jesus chorando, que me impetreis uma dor contínua das ofensas que eu ingrato tenho feito.

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05 Jan, 17:49


Fazei que eu me esqueça de todas as coisas, a fim de só pensar em Vós, que sempre pensastes em mim e na minha salvação. Fazei que Vos ame sempre nesta vida, a fim de que a minha alma, expirando unida convosco e em vossos braços, possa repousar eternamente em Vós sem receio de jamais Vos perder. Ó Maria, assisti-me na minha vida, assisti-me na hora da minha morte, para que Jesus sempre repouse em mim, e eu repouse sempre em Jesus.

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05 Jan, 17:49


*Dia 05 de janeiro. O sono de Jesus Menino*

_Ego dormio, et cor meum vigilat_ - "Eu durmo, e o meu coração vela" (Ct 5, 2)

Sumário. _O sono do Menino Jesus era muito diferente do das outras crianças. Enquanto dormia, seu Corpo, a Alma, unida à Pessoa do Verbo, velava. Desde então pensava nas penas que devia depois sofrer por nosso amor. Roguemos ao Santo Menino, pelo merecimento daquele bendito sono, que nos livre do sono mortal dos pecadores e, em vez disso, nos conceda o sono dos justos, pelo qual a alma perde a lembrança de todas as coisas terrestres._

I. O sono do Menino Jesus foi demasiadamente breve e doloroso. Servia-Lhe de berço uma manjedoura, a palha de colchão e de travesseiro. Assim o sono de Jesus foi muitas vezes interrompido pela dureza daquela caminha excessivamente dura e molesta, e pelo rigor do frio que reinava na gruta. De vez em quando, porém, a natureza sucumbia à necessidade e o Menino querido adormecia. Mas o sono de Jesus foi muito diferente do das outras crianças. O sono destas é útil à conservação da vida; não, porém, quanto às operações da alma, porque esta, privada do uso dos sentidos, fica reduzida à inatividade. Não foi assim o sono de Jesus Cristo: _Ego dormio et cor meum vigilat_. O Corpo repousava; velava, porém, a alma, que em Jesus era unida à Pessoa do Verbo, que não podia dormir nem ficar sopitada pela inatividade dos sentidos.

Dormia, pois, o santo Menino, mas enquanto dormia, pensava em todos os padecimentos que teria de sofrer por nosso amor, no correr de toda a sua vida e na hora da sua morte. Pensava nos trabalhos pelos quais havia de passar no Egito e em Nazaré, levando uma vida extremamente pobre e desprezada. Pensava particularmente nos açoites, nos espinhos, nas injúrias, na agonia e na morte desolada, que afinal devia padecer sobre a Cruz. Tudo isso Jesus oferecia ao Pai Eterno enquanto estava dormindo, a fim de obter para nós o perdão e a salvação. Assim nosso Salvador, durante o sono, estava merecendo por nós, reconciliava conosco seu Pai e alcançava-nos graças.

Roguemos agora a Jesus que, pelos merecimentos de seu beato sono, livre-nos do sono mortal dos pecadores, que dormem miseravelmente na morte do pecado, esquecidos de Deus e do seu amor. Peçamos-Lhe que nos dê, ao contrário, o sono feliz da sagrada Esposa, da qual dizia: Eu vos conjuro... que não perturbeis à minha amada o seu descanso, nem a façais despertar, até que ela mesma queira (Ct 2, 7). É este o sono que Deus dá às almas suas diletas, e que, no dizer de São Basílio, não é senão o supremo olvido de todas as coisas - _summa rerum omnium oblivio_. Então a alma olvida todas as coisas terrestres, para só pensar em Deus e nos interesses da glória divina.

II. Ó meu querido e santo Menino, Vós estais dormindo, mas esse vosso sono como me abrasa em amor! Para nós o sono é figura da morte; mas em Vós é símbolo de vida eterna, porque, enquanto repousais, estais merecendo para mim a eterna salvação. Estais dormindo, porém o vosso coração não dorme, senão pensa em padecer e morrer por mim. Durante o vosso sono rogais por mim e me impetrais de Deus o descanso eterno do Paraíso. Mas enquanto não me levardes, como espero, para repousar junto de Vós no Céu, quero que repouseis sempre em minha alma.

Houve um tempo, ó meu Deus, em que Vos expulsei da minha alma. Vós, porém, tanto batestes à porta do meu coração, ora por meio do temor, ora com luzes especiais, ora com convites amorosos, que tenho a esperança de que já entrastes nele. Assim espero, digo, porque sinto em mim uma grande confiança de que já me perdoastes. Sinto também uma grande aversão e arrependimento das ofensas que Vos tenho feito; um arrependimento que me causa grande dor, mas uma dor pacífica, uma dor que me consola e me faz esperar que a vossa bondade já me perdoou. Graças Vos dou, ó meu Jesus, e peço-Vos que não Vos aparteis mais da minha alma. Sei que Vós não Vos apartareis enquanto eu não Vos repulsar. É esta exatamente a graça que Vos peço e que, com vosso auxílio, espero pedir-Vos sempre: não permitais que torne a expulsar-Vos de meu coração.

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04 Jan, 16:58


Meu amado Redentor, concedei-me, Vo-lo peço, uma terna devoção à vossa santa infância, como a concedestes a tantas almas que com pensarem em Vós, ó Deus-Menino, se esqueciam de todas as coisas e, ao que parece, não pensavam em mais nada senão em Vos amar. Verdade é que elas são inocentes, e eu sou pecador; mas Vós Vos fizestes menino para Vos fazerdes amar também pelos pecadores. Pecador tenho sido; mas agora amo-Vos de todo o meu coração e nada mais desejo senão vosso amor. Ó Maria, concedei-me uma parte dessa ternura com que alimentastes a Jesus Menino.

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04 Jan, 16:58


*Dia 04 de janeiro. Jesus é alimentado*

_Quis mihi det te fratrem meum, sugentem ubera matris meae?_ - "Quem te dará a mim por irmão, que tomara o leite da minha mãe?" (Ct 8, 1)

Sumário. _Quando o Menino Jesus foi envolto em paninhos, suspirou pelo alimento da Virgem Maria, e tomando-o já pensava em como havia de mudá-lo naquele sangue com que deveria um dia resgatar as almas sobre a cruz e alimentar nelas a vida da graça pela Comunhão. Roguemos à divina Mãe que nos alimente com o leite de uma devoção terna e amorosa à Infância de Jesus._

I. Depois que o Menino Jesus foi envolto nas faixas, pediu por vagidos a alimentação de Maria. A esposa dos Cânticos desejava ver seu irmãozinho tomando o alimento maternal - _Quis mihi det te fratrem meum, sugentem ubera matris meae?_ Aquela esposa desejava-o, mas não foi atendida. Nós, ao contrário, temos a ventura de ver o Filho de Deus, feito homem e nosso irmãozinho, pedir a Maria o alimento próprio da sua idade. Que espetáculo era para o Paraíso ver o Verbo divino feito criança, nutrir-se com o leite que lhe oferecia uma virgenzinha, sua criatura! Aquele que nutre todos os homens e todos os animais da terra, ei-lo reduzido a tal estado de fraqueza e de pobreza, que precisa de um pouco de leite para sustentar a vida. Sóror Paula Camaldulense, ao contemplar uma imagem de Jesus tomando leite, sentia cada vez o coração abrasado de terníssimo amor para com Deus.

Jesus, porém, alimentava-se poucas vezes por dia, e cada vez em pequena quantidade. Foi revelado à Sóror Mariana, da ordem franciscana, que Maria Santíssima alimentava o Filho só três vezes cada dia. Ah! Como foi precioso para nós aquele leite que nas veias de Jesus Cristo devia mudar-se em sangue e assim preparar um banho salutar, no qual pudéssemos lavar as nossas almas! Ponderemos ainda que Jesus tomava o leite a fim de nutrir este corpo que queria deixar-nos como nosso alimento na santa Comunhão. O meu pequenino Redentor, enquanto tomais alimento, estais pensando em mim; pensais em como aquele leite se transformará no sangue que um dia derramareis antes de morrer, a fim de resgatar por tão alto preço a minha alma e alimentá-la com o Santíssimo Sacramento, que é o leite salutar por meio do qual o Senhor conserva as nossas almas na vida da graça. _Lac vestrum Christus est_, diz Santo Agostinho, _o vosso leite é Jesus Cristo_.

Ó meu amado Menino, ó Jesus meu, permiti que eu também exclame com a mulher do Evangelho: _Beatus venter qui te portavit, et ubera quae suxisti_ (Lc 11,27) - _"Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos a que foste criado"_. Bem-aventurada sois vós, ó divina Mãe por terdes tido a sorte feliz de alimentardes o Verbo encarnado. Por piedade: admiti-me, em companhia do vosso divino Filho, a receber de vós o leite de uma devoção terna e amorosa à infância de Jesus e a vós, minha amadíssima Mãe.

II. Ó dulcíssimo e amabilíssimo Jesus Menino! Vós sois o Pão do céu, que sustenta aos anjos; Vós dispensais alimentos a todas as criaturas. Como é, pois, que estais reduzido à necessidade de pedir a uma virgenzinha um pouco de leite para sustentardes a vida? Ó amor divino! Como pudestes reduzir um Deus a tal estado de pobreza, que precisa pedir algum alimento? Mas já Vos entendo, ó meu Jesus: nessa gruta aceitais o leite de Maria a fim de mudá-lo em vosso sangue, e oferecê-lo um dia a Deus como sacrifício em satisfação pelos nossos pecados. Ó Maria, continuai a alimentar o vosso Filho, porque cada gota desse leite servirá para limpar a minha alma das suas culpas, e a nutri-la depois na santa Comunhão. Ó meu Redentor, como poderá deixar de Vos amar aquele que crê tudo que tendes feito e padecido pela nossa salvação? E eu, como me foi possível saber tudo isso e ser-Vos tão ingrato?

Mas, a vossa bondade é a minha esperança, porque me ensina que basta querer a vossa graça para obtê-la. Pesa-me, ó meu supremo Bem, de Vos ter ofendido e amo-Vos sobre todas as coisas. Ou, para dizer melhor, não amo nada senão a Vós, e só a Vós quero amar. Vós sois e sereis sempre o meu único bem, o meu único amor.

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03 Jan, 21:11


Ó meu Salvador, para pagar o que eu estava devendo, quisestes não somente Vos deixar enfaixar por Maria, mas também permitistes que os algozes Vos ligassem como a um réu, e assim ligado Vos levassem pelas ruas de Jerusalém, para ser conduzido à morte, como um cordeiro que vai ao matadouro; quisestes ser pregado na cruz, e não a deixastes senão depois de deixardes de viver! Não permitais que ainda me separe de Vós, e assim fique outra vez privado da vossa graça e do vosso amor.

Ó Maria, vós que um dia ligastes com as faixas vosso Filho inocente, ligai-me agora a vosso Jesus, a mim pecador, a fim de que não me afaste mais de seus pés, e um dia chegue a ter a ventura de entrar naquela pátria beata, onde já livre de todo temor nunca mais poderei separar-me do seu santo amor.

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03 Jan, 21:11


*Dia 03 de janeiro. Jesus envolto em faixas*

_Et pannis eum involvit_ - "Envolveu-o em faixas" (Lc 2, 7)

Sumário. _Imaginemos ver a Maria que toma com reverência seu divino Filho, o adora, o beija e em seguida o envolve nas faixas. O santo Menino oferece obediente as mãos e os pés, e sentindo que lhe apertam as faixas, pensa nas cordas com que um dia será amarrado no Horto. Se um Deus assim se deixa enfaixar, não será porventura justo que nos deixemos ligar também com os laços de seu amor, e nos desfaçamos de qualquer afeto terreno?_

I. Imaginai verdes a Maria que, depois de ter dado à luz seu divino Filho, O toma com reverência nos braços, adora-O primeiro como seu Deus, e em seguida O enfaixa estreitamente: _Membra pannis involuta, Virgo Mater alligat_ (Hymn. s. Crucis Pange lingua.). Vede como o Menino Jesus obediente oferece as mãozinhas, oferece os pés e se deixa enfaixar. Ponderai que, cada vez que o divino Infante se deixava enfaixar, pensava nas cordas com que um dia devia ser amarrado no Horto, naquelas que depois deviam prendê-lo à coluna, e nos pregos que deviam fixá-lo na cruz. Pensando assim, deixava-se de boa mente enfaixar, a fim de livrar as nossas almas dos laços do inferno.

Jesus, estreitado nas faixas, volve-se a nós e convida-nos a que nos unamos consigo pelos doces laços do amor. Volvendo-se em seguida a seu Eterno Pai diz: "Meu Pai, os homens abusaram de sua liberdade e, revoltados contra Vós, tornaram-se escravos do pecado. Para compensar a sua desobediência, quero ser envolto e estreitado nestas faixas. Assim ligado, ofereço-Vos a minha liberdade, a fim de que o homem fique livre da escravidão do demônio. Aceito estas faixas, que me são caras, e mais caras ainda, porque são símbolos das cordas com que, desde agora, me ofereço a ser um dia amarrado e conduzido à morte para salvação dos homens".

_Vincula illius alligatura salutaris_ (Eclo 6, 31.) - _"Os seus vínculos são ligadura de salvação"_. As faixas de Jesus foram as ligaduras saudáveis para curar as chagas de nossas almas. Portanto, ó meu Jesus, quisestes ser estreitamente envolto em faixas por meu amor, e eu me recusarei a fazer-me ligar pelos laços do vosso amor? Terei para o futuro ainda a coragem de me desligar dos vossos laços tão suaves e amáveis, para me fazer escravo do inferno? Meu Senhor, por amor meu estais ligado nesta manjedoura, quero sempre estar ligado em união convosco.

II. Dizia Santa Maria Madalena de Pazzi, que as faixas que nos devem prender são a firme resolução de nos unirmos a Deus pelo amor, desfazendo-nos ao mesmo tempo do afeto a qualquer coisa que não seja Deus. Parece que é para este mesmo fim que o nosso amante Jesus se quis deixar ficar, por assim dizer, ligado e prisioneiro, no Santíssimo Sacramento do altar, debaixo das espécies sacramentais, a fim de fazer as almas suas diletas, prisioneiras de seu amor.

Meu amado Menino, como poderei temer os vossos castigos, já que Vos vejo ligado estreitamente nas faixas, como que privando-Vos do poder de levantar as mãos para me punir? Com as faixas me dais a entender que não me quereis castigar, se eu quero quebrar os laços dos meus vícios e ligar-me a Vós. Sim, meu Jesus, quero rompê-los. Pesa-me de toda a minha alma, de me ter separado de Vós pelo abuso da liberdade que me destes. Vós me ofereceis outra liberdade mais bela, a que me livra do cativeiro do demônio e me faz aceitar no número dos filhos de Deus. Por meu amor Vos deixastes atar com essas faixas; eu quero ser cativo do vosso grande amor. Ó laços ditosos, ó formosas insígnias de salvação, que ligais as almas a Deus, por piedade, ligai também o meu pobre coração. Ligai-o tão fortemente, que para o futuro nunca mais se possa apartar do amor ao Bem supremo. Jesus meu, amo-Vos, a Vós me quero ligar, e Vos dou todo o meu coração, toda a minha vontade. Não quero mais deixar-Vos, ó meu amado Senhor.

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02 Jan, 16:43


Repetindo isto quero viver, e assim quero morrer, exalando o espírito com estas doces palavras nos lábios: _Meu Deus, amo-Vos_. Desde o primeiro instante em que entrar na eternidade quero começar a amar-Vos com um amor contínuo, que durará sempre, sem que eu possa ainda deixar de Vos amar.

Entretanto, ó meu Senhor, meu único Bem e meu único Amor, resolvo antepor a vossa vontade a qualquer querer meu. Ainda que me oferecessem o mundo inteiro, não o quero. Não quero mais deixar de amar a quem tanto me tem amado; não quero mais dar desgosto a quem merece da minha parte um amor infinito. Ajudai-me, ó meu Jesus, com a vossa graça, a realizar este desejo. Maria, minha Rainha, é à vossa intercessão que me reconheço devedor de todas as graças recebidas de Deus; não deixeis de interceder por mim. Vós que sois a Mãe da perseverança, obtende-me a perseverança final.

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02 Jan, 16:43


*Dia 02 de janeiro. Por que Jesus quis nascer criança?*

_Parvulus enim natus est nobis, et filius datus est nobis_ - "Nasceu-nos uma criança; foi-nos dado um filho" (Is 6, 9)

Sumário. _São vários os motivos pelos quais Jesus quis nascer criança. Primeiro, quis desta forma mostrar-nos a sua propensão e facilidade em dar-nos os seus bens. Quis, em segundo lugar, afastar de nós todo o temor ao vermo-Lo reduzido, por assim dizer, a um estado de impotência para nos castigar pelos nossos pecados. Mas sobretudo Jesus nasceu como criança para se fazer amar por nós, não somente de apreço, senão de ternura. Amemo-Lo, pois, de todo o coração, cheguemo-nos a Ele, e peçamos-Lhe toda a sorte de bens._

I. Considerai que ao fim de tantos séculos, depois de tantas súplicas e suspiros, o Messias, a quem os santos Patriarcas e Profetas não tinham sido dignos de verem, o Suspirado das gentes, o desejo das colinas eternas, o nosso Salvador, já veio, já nasceu e já se deu todo a nós: _Parvulus natus est nobis, et filius datus est nobis_ - "Nasceu-nos uma criança; foi-nos dado um filho". 

O Filho de Deus se fez pequenino, para nos fazer grandes; deu-se a nós, a fim de que nós nos demos a Ele, veio mostrar-nos o seu amor a fim de que nós Lhe respondamos com o nosso. Façamos-Lhe acolhida afetuosa, amemo-Lo e recorramos a Ele em todas as nossas necessidades. _Puer facile donat_. As crianças, diz São Bernardo, gostam de dar o que se lhes pede. Jesus veio como criança para se nos mostrar todo inclinado e propenso a comunicar-nos os seus bens. _“N'Ele estão encerrados todos os tesouros”_ (Cl 2, 3). _“O Pai tudo tem posto em sua mão” (Jo 3, 3)_.

Se desejamos luz, Ele veio para nos iluminar. Se queremos força para resistirmos aos inimigos, Ele veio exatamente para nos confortar. Se queremos o perdão e a salvação, ei-Lo que veio para nos perdoar e nos salvar. Se queremos, finalmente, o dom supremo do divino amor, Ele veio para abrasar-nos o coração. É sobretudo para este fim que se fez criança. Quis aparecer no meio de nós tanto mais amável, quanto mais pobre e humilde, quis tirar-nos todo o temor e ganhar o nosso amor, como observa São Pedro Crisólogo: _Taliter venire debuit, qui voluit timorem pellere, quaerere caritatem_.

Além disso, Jesus quis vir pequenino para ser de nós amado com amor não somente de apreço, senão também de ternura. Todas as crianças sabem ganhar o afeto de todos aqueles que as veem; mas quem não armará com toda a ternura a um Deus feito criancinha, necessitado de leite, tiritante de frio, pobre, humilhado, abandonado; a um Deus que chora e está vagindo numa manjedoura sobre a palha? Isso fez o amante São Francisco exclamar: _Amemus Puerum de Bethlehem; Amemus Puerum de Bethlehem_. Vinde amar a um Deus feito criança, feito pobre, e tão amável que baixou do céu para se dar todo a vós.

II. Ó meu Jesus, tão amável e de mim tão desprezado, baixastes do céu, a fim de nos remirdes do inferno e Vos dardes todo a nós, e nós, como temos podido desprezar-Vos tantas vezes e virar-Vos as costas? Ó Deus, os homens mostram-se tão agradecidos às criaturas! Se alguém lhes faz qualquer favor, se alguém vem de longe a visitá-los, se se lhes dá alguma demonstração de afeto, não podem esquecê-lo e sentem-se obrigados a retribuí-lo. E depois são tão ingratos para convosco, que sois o seu Deus, que sois tão amável e que por seu amor não recusastes dar o sangue e a vida.

Mas, ai de mim, que tenho sido para convosco pior do que os outros, por ter sido mais amado de Vós e mais ingrato a vosso amor. Ah! Se tivésseis concedido a um herege, a um idólatra as graças que me dispensastes a mim, ele se teria tornado santo, e eu Vos tenho ofendido. Por piedade, esquecei as injúrias que Vos tenho feito. Mas, Vós já dissestes, que quando um pecador se arrepende, não mais Vos lembrais de todos os ultrajes recebidos (Is 43, 25). Se em outro tempo não Vos amei, para o futuro não quero senão amar-Vos. Vós Vos destes todo a mim e eu Vos dou toda a minha vontade; com esta amo-Vos, amo-Vos, amo-Vos; quero repeti-lo sempre: amo-Vos, amo-Vos.

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01 Jan, 15:41


*Dia 01 de janeiro. A circuncisão de Jesus e o sacramento do batismo*

_Consummati sunt dies octo, ut circumcideretur Puer_ - "Foram cumpridos os oito dias para ser circuncidado o Menino" (Lc 2, 21)

Sumário. _A cerimônia da circuncisão era figura do sacramento do batismo. Podemos, portanto, imaginar que Jesus Cristo, quando foi circuncidado, pensou em cada um de nós, e que oferecendo a seu divino Pai as primícias do seu sangue, desde então nos mereceu a graça de sermos regenerados pelo batismo. Ó, que dom inestimável é o do santo batismo! Como, porém, temos respondido a tamanho favor? Temos, porventura, manchado a vestimenta branca da inocência?_

I. Considera o Pai Eterno, que, tendo enviado seu Filho a fim de padecer e de morrer por nós, quer que no dia de hoje seja circuncidado e comece a derramar o seu sangue divino, para depois acabar de derramá-lo no dia da sua morte na cruz num oceano de dores e desprezos. E por quê? A fim de que esse Filho inocente pague assim as penas por nós merecidas. É, pois, com razão que a Igreja canta: Ó bondade admirável da misericórdia divina para conosco! Ó inestimável amor de compaixão! A fim de remires o homem entregaste teu Filho à morte! Ó Deus eterno, quem seria capaz de fazer-nos esse dom infinito, senão Vós que sois a bondade infinita? E se, com o dom do vosso Filho, me destes o que mais caro possuíeis, justo é que eu miserável me dê todo a Vós.

Considera por outro lado o divino Filho, que, todo humilde e cheio de amor para conosco, abraça a morte amargosa, que lhe está destinada, para nos salvar, a nós pecadores, da morte eterna. De boa vontade começa hoje a satisfazer por nós à divina justiça, com o preço do seu sangue. Nosso Senhor disse: _"Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a própria vida por seus amigos"_ (Jo 15, 13). O amor, porém, de Jesus Menino foi muito além, porquanto, assim como diz São Paulo, Ele chegou a sacrificar a vida por nós, seus inimigos: _Cum inimici essemus, reconciliati sumus Deo per mortem Filii eius_ (Rm 5, 10) - _"Sendo inimigos de Deus, fomos com Ele reconciliados pela morte de seu Filho"_.

Portanto, ó meu Jesus, é por meu amor que aceitastes a morte; e que farei eu? Continuarei porventura a ofender-Vos com os meus pecados? Não, Redentor meu, não mais quero ser-Vos ingrato; hoje quero com todas as veras começar a amar-Vos de todo o meu coração. Vós, porém, ó Deus todo-poderoso, concedei-me a graça para Vos ser fiel. "E já que me fizestes chegar ao começo deste ano, salvai-me pelo vosso poder, a fim de que no correr do mesmo não caia eu em nenhuma falta, e os meus pensamentos, palavras e obras tenham por único escopo fazer aquilo que com toda a justiça exigirdes de mim" (Or. Ecl.).

II. A cerimônia da circuncisão, no dizer dos santos Padres, prefigurava o sacramento do batismo. É portanto bem a propósito considerarmos que Jesus Menino, quando se sujeitou à circuncisão, pensava em cada um de nós. Oferecendo então a Deus Pai as primícias do seu sangue, começou a merecer-nos a graça de sermos regenerados na fonte batismal. Ó, que dom inapreciável é o do santo batismo! Por meio d'Ele as nossas almas deixaram de ser escravas do demônio, condenadas ao inferno, e se tornaram filhas escolhidas de Deus e herdeiras ditosas do Reino dos Céus. Mas, como é que nós temos respondido a tão grande favor? Lancemos a vista sobre a nossa consciência e vejamos se jamais temos manchado a vestimenta branca da inocência, e prostrando-nos aos pés de Jesus Cristo renovemos os nossos votos do batismo. Para que depois os guardemos fielmente, consideremos cada dia que desponta como se fosse o último da nossa vida. E, com efeito, meu irmão, quem sabe se ainda vereis o fim do ano que hoje começa?

Senhor meu amabilíssimo, prostrado na presença de vossa divina Majestade, agradeço-Vos o me haverdes adotado por filho no santo batismo. Quero hoje renovar as promessas que Vos fiz naquele dia, e Vo-las ofereço tintas no sangue que Jesus por meu amor derramou na sua dolorosa circuncisão.

♰ LITURGIA TRADICIONAL -- MEDITAÇÕES DIÁRIAS ♰

01 Jan, 15:41


Em nome da Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, protesto que de todo o coração renuncio a Satanás, às suas pompas e às suas obras. Pesa-me de haver tantas vezes profanado pelos meus pecados o caráter de cristão, e juro que para o futuro Vos quero permanecer fiel. Ó anjos do paraíso e, em particular vós, ó meu anjo da guarda, que um dia anotastes as minhas promessas, sede hoje novamente testemunhas desta minha resolução. Antes quero morrer do que faltar à promessa do meu batismo, e viver um instante na inimizade de Deus. Vós, ó meu Jesus, dai-me a santa perseverança; fazei-o pela intercessão do santo cujo nome tomei na pia batismal; fazei-o pelo amor de São José e de Maria Santíssima, que no dia da vossa circuncisão ficaram tão aflitos, vendo-Vos derramar pela primeira vez o vosso preciosíssimo sangue.

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31 Dec, 18:25


*Para o último dia do ano. Devemos aproveitar o tempo*

_Ecce breves anni transeunt, et semitam per quam non revertar ambulo_ - "Vê que passam os breves anos, e eu caminho por uma vereda pela qual não voltarei" (Jó 16, 23)

Sumário. _Com razão o Espírito Santo nos exorta a que conservemos o tempo, porquanto o tempo não é somente precioso, mas ainda de muito curta duração. Lembra-te de como se passaram depressa os doze meses do ano que hoje termina. Dize-me, irmão meu, como é que até hoje tens empregado o tempo? Esforças-te ao menos em resgatar o tempo perdido, empregando-o melhor para o futuro? Quem sabe? Talvez o ano que finda, seja o último da tua vida!_

I. O tempo, sobre ser a coisa mais preciosa, porque é um tesouro que só neste mundo se acha, é ainda de mui curta duração. _Ecce breves anni transeunt_. Lembra-te de como se passaram depressa os doze meses do ano que hoje finda! É, portanto, com razão que o Espírito Santo nos exorta a conservarmos o tempo, e não deixarmos perder-se um só momento sem o aproveitarmos bem. Mas, ai de nós! Quão diversamente vão as coisas! Ó tempo desprezado! Tu serás a coisa que os mundanos desejarão mais na hora da morte, quando ouvirem dizer que para eles não haverá mais tempo: _Tempus non erit amplius_.

E tu, irmão meu, em que empregas o teu tempo? Deus te concedeu a graça de teres chegado até o dia de hoje, com preferência a tantos milhares e milhões de pessoas, talvez da tua idade, ou mesmo mais novas, talvez fortes como tu ou ainda mais robustos, com a mesma compleição que tu, ou talvez mais sadia. Elas morreram e tu estás vivo! Elas estão reduzidas à podridão e cinzas no túmulo e tu estás aqui meditando! Elas na eternidade, e muitas infelizmente no inferno, e tu ainda no tempo! Mas como é que passas o tempo? Em que coisas o empregaste até hoje?

Faze aqui aos pés de Jesus Cristo um exame geral da tua vida. Pondera por um lado as inúmeras graças com que Deus te tem cumulado especialmente no correr deste ano; por outro recorda as faltas, as imperfeições, quiçá os pecados, com que continuamente, desde o primeiro dia do ano até este último, tens ofendido ao Senhor, retribuindo-lhe a liberdade infinita com ingratidão. Ah! Se não resgatares desde já o tempo inutilmente perdido, ou quiçá mal empregado, ele te causará remorsos amargosos, quando, no leito da morte, te achares próximo àquele grande momento do qual depende a eternidade!

II. Meu irmão, se, por desgraça, tiveres de reconhecer que passaste na tibieza o tempo do ano que se passou, procura passar no fervor ao menos este último dia. Agradece muitas vezes a Deus o ter-te conservado em vida até o dia de hoje e pede-lhe perdão das negligências passadas no seu serviço. Visto que não sabes se viverás até o dia de amanhã e se entrarás ainda no ano novo, põe hoje mesmo em ordem as coisas de tua consciência e purifica a tua alma por meio de uma confissão anual. Afinal, faze um propósito firme e eficaz de servires a Deus para o futuro com mais zelo, e de empregares melhor o ano vindouro. É assim que, no dizer do Apóstolo, andarás no caminho da salvação com circunspecção, e recobrarás o tempo: _Videte quomodo caute ambuletis... redimentes tempus_ (Ef 5, 15) - _"Vede como andais prudentemente... remindo o tempo"_.

"Ó Senhor, cuja misericórdia não tem limites, cuja bondade é um tesouro inesgotável, dou graças à vossa Majestade piedosíssima, por todos os benefícios que me tendes feito, e em particular, pelo tempo que me concedeis para chorar as minhas culpas, e reparar as minhas desordens. Quem sabe se o ano que hoje finda, não será talvez o último inteiro da minha vida? Não, não quero mais resistir aos vossos convites tão amorosos. Pesa-me, ó meu Bem supremo, de Vos ter ofendido e proponho fazer de hoje em diante contínuos atos de amor, a fim de compensar o tempo perdido".

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31 Dec, 18:25


"Como, porém, os mistérios da vida não me permitem dirigir os meus pensamentos sem interrupção para Vós, faço hoje o seguinte ajuste, que será válido durante todo o ano vindouro e todo o tempo da minha vida. Cada vez que levantar os olhos para contemplar o céu, tenho intenção de glorificar as vossas perfeições infinitas. Quantas vezes respirar, quero oferecer-Vos a paixão e o sangue de meu divino redentor, bem como os merecimentos de todos os Santos, para a salvação do mundo inteiro e em satisfação dos pecados que se cometerem".

"Toda vez que bater no peito, quero amaldiçoar e detestar cada um dos pecados cometidos desde o princípio do mundo, e quisera poder repará-los com o meu sangue. Finalmente, a cada movimento das mãos, ou dos pés, ou de qualquer outra parte do corpo, tenciono submeter-me à vossa santíssima vontade, desejando que de conformidade com esta se façam todas as coisas. Para que este meu ajuste nunca mais seja violado, confirmo-o e selo-o com as cinco Chagas de Jesus Cristo, e deposito-o em vossas mãos, ó Mãe da perseverança, Maria”⁹

9) Esta fórmula de reta intenção foi feita por São Clemente Maria Hofbauer, C.Ss.R.

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05 Nov, 15:43


Ele já teve alta .

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05 Nov, 15:12


Peço oração pelo Sidney Silveira.

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01 Nov, 16:59


MEDITAÇÃO

SEXTA FEIRA

*SÉTIMA PALAVRA DE JESUS CRISTO NA CRUZ*

*Clamans voce magna Jesus ait: Pater, in manus tuas commendo spiritum meum* – “Jesus, dando um grande brado, disse: Pai, nas tuas mãos encomendo o meu espírito” *(Lc 23, 46)*

*Sumário.* Antes de expirar, soltou Jesus um grande brado para nos dar a entender que morria, não pela malevolência de seus inimigos, mas por sua própria vontade. Entrega o espírito nas mãos de seu Pai e recomendando-Lhe a própria pessoa, recomendando-Lhe juntamente todos os fiéis, que pelos seus merecimentos deviam ser salvos. Se formos devotos da Paixão de Jesus Cristo, oh, que conforto nos darão na hora da morte estas suas palavras: Senhor, em vossas mãos encomendo a minha alma!

*I.* Diz Eutíquio que Jesus soltou esse grande brado para dar a entender a todos que era verdadeiramente o Filho de Deus, visto que chamava Deus de seu Pai. Mas, São João Crisóstomo diz que Jesus bradou em voz alta para tornar patente que não morria por necessidade, mas por sua própria vontade, falando tão alto quanto estava próximo a expirar, o que não podem fazer os agonizantes por causa da grande fraqueza que sentem. — Esta explicação do Santo é mais conforme ao que Jesus Cristo mesmo havia dito em vida, a saber: que pela sua própria vontade sacrificava a vida pelas suas ovelhas e não pela vontade e malícia de seus inimigos: *Et animam meam pono pro ovibus meis… Nemo tollit eam a me, sed ergo pono eam a meipso (1).*

Acrescenta Santo Atanásio que Jesus Cristo, recomendando-se ao Pai, recomendou-Lhe ao mesmo tempo todos os fiéis que pelos seus merecimentos deviam ser salvos; porquanto a cabeça forma com os membros um só corpo. Pelo que o Santo diz que Jesus entendeu repetir então o pedido feito pouco antes: Pai santo, guarda em teu nome aqueles que me deste, a fim de que sejam um como nós *(2).*

É o que fez São Paulo dizer, quando estava na prisão: *Patior sed non confundor (3)* — Suporto estes sofrimentos, mas não tenho pejo deles, porque depositei o tesouro de meus sofrimentos e de todas as minhas esperanças nas mãos de Jesus Cristo e sei que Ele é grato e fiel para com aqueles que padecem por seu amor. — Se Davi já punha toda a sua esperança no Redentor vindouro, quanto mais não o deveremos fazer nós, visto que Jesus já consumou a nossa redenção? Digamos-Lhe, pois, com grande confiança: *In manus tuas commendo spiritum meum; redemisti me, Domine Deus veritatis (4)* — “Em tuas mãos encomendo o meu espírito; remiste-me, Senhor Deus da verdade”.

*II.* Pai, em tuas mãos encomendo o meu espírito. Que conforto trazem estas palavras aos agonizantes contra as tentações do inferno e os temores causados pelos pecados cometidos! — Mas, Jesus, meu Redentor, não quero esperar até a hora de minha morte para Vos encomendar a minha alma; desde já Vô-la encomendo; não permitais que ela ainda se afaste de Vós. Vejo que até agora a vida me tem servido unicamente para Vos ofender; não consintais que no resto de minha vida continue a Vos causar desgostos.

Ó cordeiro de Deus, sacrificado sobre a cruz e morto por meu amor, qual vítima de amor e exausto pelas dores, fazei pelos merecimentos de vossa morte que Vos ame com todo o meu coração e seja todo vosso nos dias que me restam. E, quando chegar o fim de meus dias, deixai-me morrer abrasado em vosso amor. Vós morrestes por meu amor, eu quero morrer por amor vosso. Vós Vos destes todo a mim, eu me consagro todo a Vós. Em vossas mãos, ó Senhor, encomendo o meu espírito; remistes-me, ó Deus da verdade.

Ó Jesus, para minha salvação derramastes todo o vosso sangue, sacrificastes a vossa vida; não permitais que por minha culpa tudo isso seja sem fruto para mim. Meu Jesus, eu Vos amo, e pelos vossos merecimentos espero amar-Vos sempre. *In te, Domine, speravi, non confundar in aeternum.*

♰ LITURGIA TRADICIONAL -- MEDITAÇÕES DIÁRIAS ♰

01 Nov, 16:59


— Em vós, Senhor, pus minha esperança; não permitais que eu seja confundido para sempre. Ó Maria, Mãe de Deus, confio também em vossas orações; pedi que eu seja fiel a vosso Filho na vida e na morte. A vós também direi com São Boaventura: *In te, Domina, speravi, non confundar in aeternum.*

— Em vós, Senhora, pus minha esperança; não permitais que eu seja confundido para sempre. Não, minha Senhora, nunca se perdeu quem pôs as suas esperanças em vós, e de certo não serei eu o primeiro.

*Referências:*

*(1) Jo 10, 15 et 18*

*(2) Jo 17, 10*

*(3) 2 Tm 1, 12*

*(4) Sl 30, 6*

*Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 238-240. Santo Afonso Maria de Ligório*

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01 Nov, 16:59


*Liturgia Diária – 01/11/2024 – Festa de Todos os Santos*

*1ª Classe – DIA DE PRECEITO – Missa própria*

A Igreja, que, no decurso do ano, celebra incessantemente as festas dos santos, reúne-os todos hoje, numa festa comum. Além dos que pode chamar pelo seu nome, ela evoca, numa visão grandiosa, a multidão inumerável dos outros de todas as nações, tribos, povos e linguas, de pé diante de trono e diante do Cordeiro, vestidos com túnicas brancas e de palmas na mão, aclamando Aquele que os resgatou com o seu sangue.

Foi no Oriente que se começou a celebrar a memória de Todos os Santos», festa que se encontra no Ocidente no século VIII, em diversas épocas do ano. Segundo o Martiriológio Romano foi o papa Gregório IV (827-844) que teve a honra de a estender a toda a Cristandade; mas parece que já Gregório III (731-741) tinha tomado alguma decisão neste sentido. Por outro lado, comemorava-se em Roma no dia 13 de Maio a dedicação da basílica de S. Maria e de todos os mártires, o Panteão, templo de Ágripa dedicado a todos os deuses pagãos, para onde o papa Bonifácio IV tinha trasladado muitas ossadas das catacumbas. Este fato explica por que tantos textos da missa de hoje são tirados da liturgia dos mártires. O papa Gregório VII mudou para o 1º de Novembro o aniversário desta dedicação,

A festa de Todos os Santos deve suscitar em nós uma imensa esperança. Dentre os santos do Céu há os que nós conhecemos. Todos viveram na terra uma vida semelhante à nossa. Batizados, marcados com o sinal da fé, fiéis aos ensinamentos de Cristo, eles precederam-nos na pátria celeste e convidam-nos a ir ter consigo. Ao proclamar a sua felicidade, o evangelho das bem-aventuranças indica-nos a rota a seguir: só ela nos pode conduzir até lá.

*Páginas 1361 a 1365 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963).

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01 Nov, 16:59


*CALENDÁRIO CATÓLICO TRADICIONAL*

01/11 - *Sexta-feira*

📖 *Epístola do*

*Apocalipse 7,* 2-12

*Léctio libri Apocalýpsis beáti Ioánnis Apóstoli.*

In diébus illis: Ecce, ego Ioánnes vidi álterum Angelum ascendéntem ab ortu solis, habéntem signum Dei vivi: et clamávit voce magna quátuor Angelis, quibus datum est nocére terræ et mari, dicens: Nolíte nocére terræ et mari neque arbóribus, quoadúsque signémus servos Dei nostri in fróntibus eórum. Et audívi númerum signatórum, centum quadragínta quátuor mília signáti, ex omni tribu filiórum Israël, Ex tribu Iuda duódecim mília signáti. Ex tribu Ruben duódecim mília signáti. Ex tribu Gad duódecim mília signati. Ex tribu Aser duódecim mília signáti. Ex tribu Néphthali duódecim mília signáti. Ex tribu Manásse duódecim mília signáti. Ex tribu Símeon duódecim mília signáti. Ex tribu Levi duódecim mília signáti. Ex tribu Issachar duódecim mília signati. Ex tribu Zábulon duódecim mília signáti. Ex tribu Ioseph duódecim mília signati. Ex tribu Béniamin duódecim mília signáti. Post hæc vidi turbam magnam, quam dinumeráre nemo póterat, ex ómnibus géntibus et tríbubus et pópulis et linguis: stantes ante thronum et in conspéctu Agni, amícti stolis albis, et palmæ in mánibus eórum: et clamábant voce magna, dicéntes: Salus Deo nostro, qui sedet super thronum, et Agno. Et omnes Angeli stabant in circúitu throni et seniórum et quátuor animálium: et cecidérunt in conspéctu throni in fácies suas et adoravérunt Deum, dicéntes: Amen. Benedíctio et cláritas et sapiéntia et gratiárum áctio, honor et virtus et fortitúdo Deo nostro in sǽcula sæculórum. Amen.

*Leitura do livro do Apocalipse de São João Apóstolo.*

Naqueles dias, eu, João, vi outro Anjo que subia do oriente, tendo na mão o selo do Deus vivo, e clamando em alta voz aos quatro Anjos que receberam o poder de danificar à terra e ao mar, dizendo: Não façais mal à terra nem ao mar, nem às árvores, enquanto não houvermos assinalado em suas frontes os servos de nosso Deus. E ouvi o número dos assinalados: cento e quarenta e quatro mil assinalados de todas as tribos dos filhos de Israel. Da tribo de Judá, doze mil assinalados. Da tribo de Ruben, doze mil assinalados. Da tribo de Gad, doze mil assinalados. Da tribo de Aser, doze mil assinalados. Da tribo de Néftali, doze mil assinalados. Da tribo de Manassés, doze mil assinalados. Da tribo de Simeão, doze mil assinalados. Da tribo de Levi, doze mil assinalados. Da tribo de Issacar, doze mil assinalados. Da tribo de Zabulon, doze mil assinalados. Da tribo de José, doze mil assinalados. Da tribo de Benjamin, doze mil assinalados. Depois disto, vi uma grande multidão que ninguém pode contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Eles estavam de pé, diante do trono e em presença do Cordeiro, revestidos de túnicas brancas, segurando palmas em suas mãos, e clamando com voz forte: Glória ao nosso Deus que está sentado sobre o trono, e ao Cordeiro. E todos os Anjos estavam de pé ao redor do trono, dos anciãos e dos quatro seres animados; e prostraram» se com as suas faces diante do trono e adoraram a Deus, dizendo: Amen. Louvor, glória, sabedoria, ação de graças, honra, poder e força ao nosso Deus, por todos os séculos. Amen.

📖 *Evangelho segundo*

*São Mateus 5,* 1-12

*Sequéntia sancti Evangélii secúndum Matthǽum.*

In illo témpore: Videns Iesus turbas, ascéndit in montem, et cum sedísset, accessérunt ad eum discípuli eius, et apériens os suum, docébat eos, dicens: Beáti páuperes spíritu: quóniam ipsórum est regnum cœlórum. Beáti mites: quóniam ipsi possidébunt terram. Beáti, qui lugent: quóniam ipsi consolabúntur. Beáti, qui esúriunt et sítiunt iustítiam: quóniam ipsi saturabúntur. Beáti misericórdes: quóniam ipsi misericórdiam consequéntur. Beáti mundo corde: quóniam ipsi Deum vidébunt. Beáti pacífici: quóniam fílii Dei vocabúntur. Beáti, qui persecutiónem patiúntur propter iustítiam: quóniam ipsórum est regnum cælórum.

♰ LITURGIA TRADICIONAL -- MEDITAÇÕES DIÁRIAS ♰

01 Nov, 16:59


Beáti estis, cum maledíxerint vobis, et persecúti vos fúerint, et díxerint omne malum advérsum vos, mentiéntes, propter me: gaudéte et exsultáte, quóniam merces vestra copiósa est in cœlis. — CREDO…

*Sequência do Santo Evangelho segundo Mateus.*

Naquele tempo, vendo Jesus as multidões, subiu a um monte, e, tendo-se assentado, aproximaram-se d’Ele os seus discípulos. E, abrindo sua boca, ensinava-lhes, dizendo: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus. Bem-aventurados os pacíficos, porque eles serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça porque deles é o Reino dos céus. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e, mentindo, falarem todo o mal contra vós, por minha causa. Alegrai-vos, e exultai, porque a vossa recompensa será grande nos céus. — CREIO…

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11 Oct, 15:06


Ó meu Jesus, pelos merecimentos de vossa morte, rogo-Vos não me desampareis no grande combate que na hora da morte terei de sustentar contra o inferno. Então todos me abandonarão e não me poderão mais valer; Vós porém não me abandoneis, Vós morrestes por meu amor e só me podereis socorrer nesse momento supremo. Fazei-o pelo merecimento da pena que sofrestes no vosso desamparo, pelo qual nos merecestes não sejamos desamparados pela divina graça, conforme os nossos pecados tinham merecido. Fazei-o também pela dor que então sentiu vossa e minha amada Mãe, Maria.

*Referências:*

*(1) Mt 26, 39*

*(2) Mt 26, 44*

*(3) Sl 33, 2*

*Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 183-186. Santo Afonso Maria de Ligório

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11 Oct, 15:06


MEDITAÇÃO

SEXTA FEIRA

*QUARTA PALAVRA DE JESUS CRISTO NA CRUZ*

*Et circa horam nonam clamavit Iesus voce magna dicens: Deus meus, Deus, meus, ut quid dereliquisti me?* – “E perto da hora nona deu Jesus um grande brado, dizendo: Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” *(Mt 27, 46)*

*Sumário.* Em castigo de nossos pecados, tínhamos merecido que Deus nos abandonasse nos abismos infernais entregues à desesperação eterna. Mas, para nos livrar, quis Jesus tomar sobre si a pena que nos era devida e ser entregue pelo Pai a uma morte sem alívio. Demos graças à bondade divina e em nossas desconsolações espirituais unamos a nossa desolação à de Jesus agonizante; lembremo-nos do inferno merecido e digamos: Senhor, seja feita a vossa santa vontade!

*I.* Escreve São Leão, que aquele brado do Senhor não foi uma queixa, mas um ensino: Vox ista doctrina est, non querela. Ensino pelo qual Jesus nos quis mostrar quão grande é a malícia do pecado, que, por assim dizer, obrigou Deus a entregar a uma pena sem alívio seu Filho amadíssimo, unicamente por se ter este encarregado de satisfazer pelos nossos crimes. — Jesus não foi então abandonado pela divindade, nem privado da glória, que fora comunicada à sua alma bendita desde o primeiro instante de sua criação; foi, porém, privado de todo o consolo sensível com que Deus costuma confortar os seus servos fiéis, no meio de seus sofrimentos e foi entregue às trevas, a temores e amarguras, penas essas por nós merecidas. No horto o Getsêmani, Jesus sofreu igual privação da presença sensível da divindade; mas a que sofreu na cruz foi mais completa e mais amargosa.

Mas, ó Pai Eterno, que desgosto Vos deu jamais vosso Filho inocente e obedientíssimo, para o punirdes com uma morte tão amargosa? Vêde como está pregado no lenho, a cabeça atormentada pelos espinhos, como está suspenso em três pregos de ferro, apoiando-se nas mesmas chagas. Abandonaram-No todos, mesmo os seus discípulos; todos ao redor o escarnecem e blasfemam contra Ele; porque é que Vós, que tanto O amais, O haveis também abandonado?

Lembremo-nos que Jesus se tinha encarregado dos pecados de todos os homens. Por isso, muito embora fosse Jesus, quanto à sua pessoa, o mais santo de todos os homens, ou antes a santidade mesma, todavia pelo ônus assumido de satisfazer por todos os pecados, parecia ser o maior pecador do mundo, como tal se fizera réu em lugar de todos e se oferecera a pagar por todos. E já que nós merecíamos ser abandonados eternamente no inferno, entregues à desesperação eterna, Jesus quis ser entregue a uma morte sem consolação alguma, a fim de nos livrar assim da morte.

*II.* Demos graças a bondade do nosso Salvador, por ter tomado sobre si as penas por nós merecidas, a fim de nos livrar assim da morte eterna. Procuremos ser d’oravante gratos ao nosso libertador, expelindo de nosso coração todo o afeto que não seja para Ele. Quando estivermos em desconsolação espiritual, privados da presença sensível da divindade, unamos nossa desolação à que padeceu Jesus na hora de sua morte. — O Senhor não ficará ofendido, se nesse desamparo dissermos o que Ele mesmo no horto disse a seu Pai divino: “Pai meu, se é possível, passe de mim este cálice” *(1)* mas devemos logo acrescentar como Ele: “Todavia não seja como eu quero, mas sim como Tu”.

Se a desolação continuar, devemos repetir o mesmo ato de conformidade, assim como Jesus o repetiu durante as três horas de sua oração no Horto: *Et oravit tertio, eumdem sermonem dicens (2)* — “Orou pela terceira vez, dizendo as mesmas palavras”. Diz São Francisco de Sales, que Jesus é igualmente amável quando se deixa ver como quando se esconde. — Pelo mais, o que mereceu o inferno e se vê fora dele, sempre deve dizer: *Benedicam Dominum in omni tempore (3)* — “Bendirei o Senhor em todo o tempo”. Senhor, não mereço consolações; fazei com que Vos ame sempre, e estou contente por viver em desolação por todo o tempo que Vos aprouver. Ah! Se os réprobos pudessem em suas penas conformar-se assim com a vontade divina, o inferno deixaria de ser inferno.

♰ LITURGIA TRADICIONAL -- MEDITAÇÕES DIÁRIAS ♰

11 Oct, 15:06


*Liturgia Diária- 11/10/2024*

*MATERNIDADE DE NOSSA SENHORA*

*Festa de 2ª classe - Missa própria*

Foi no Concilio de Éfeso, em 431 que foi proclamado o dogma da maternidade divina de Maria. Maria é mãe de Jesus; o Filho de Deus tomou dela verdadeiramente a sua carne, e é realmente seu Filho. Em 1931 por ocasião do 15º centenário do grande Concilio, Pio XI instituiu a festa que hoje celebramos. A Igreja, que associa tão de perto a Santíssima Virgem a toda a obra redentora, glorificou sempre a maternidade divina de Maria. Repete sem cessar a sua admiração pelo mistério da Encarnação que nela se operou e a sua alegria pela mensagem de salvação que ela nos trouxe, dando-nos o seu Filho. Fazendo-nos deste modo venerar a Mãe do Salvador, a Igreja quer suscitar em nossas almas um amor filial por aquela que se tornou, na vida da graça, nossa própria Mãe, dando-nos o autor da vida: Todos nós que estamos unidos a Jesus Cristo e que somos membros do seu corpo..., saímos do seio de Maria como um corpo unido à cabeça.

Ela é nossa Mãe, Mãe espiritual mas verdadeira, dos membros de Cristo. (Pio X, encíclica Ad diem illum).

*Páginas 1333 a 1335 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Leebvre, 1963)

♰ LITURGIA TRADICIONAL -- MEDITAÇÕES DIÁRIAS ♰

11 Oct, 15:06


*CALENDÁRIO CATÓLICO TRADICIONAL*

11/10 - *Sexta-feira*

📖 *Epístola do*

*Eclesiático 24,* 23-31

*Léctio libri Ecclesiasticus*

Ego quasi vitis fructificávi suavitátem odóris: et flores mei fructus honóris et honestátis. Ego mater pulchræ dilectiónis, et timóris, et agnitiónis, et sanctæ spei. In me grátia omnis viæ et veritátis: in me omnis spes vitæ et virtútis. Transíte ad me, omnes, qui concupíscitis me, et a generatiónibus meis implémini. Spíritus enim meus super mel dulcis, et heréditas mea super mel et favum. Memória mea in generatiónes sæculórum. Qui edunt me, adhuc esúrient: et qui bibunt me, adhuc sítient. Qui audit me, non confundétur: et qui operántur in me, non peccábunt. Qui elúcidant me, vitam ætérnam habébunt.

*Leitura do Livro do Eclesiástico.*

Eu produzi, como a vinha, flores de suave odor, e as minhas flores são frutos de honra e de honestidade. Eu sou a mãe do amor puro, do temor, da ciência e da esperança santa. Em mim existe toda a graça do caminho e da verdade; em mim existe toda a esperança da vida e da virtude. Vinde a mim, ó vós, que me desejais com ardor, e saciai-vos comprar meus frutos; pois o meu espírito é mais doce do que o mel e a minha herança excede em doçura o próprio favo de mel! Minha memória permanecerá nas gerações de todos os séculos. Aqueles que me comerem terão ainda fome; e aqueles que me beberem terão ainda sede. Aqueles que me escutam não serão confundidos; aqueles que se orientarem em mim não pecarão; e aqueles que me tornarem conhecida alcançarão a vida eterna.

📖 *Evangelho segundo*

*São Lucas 2,* 43-51

*Sequéntia sancti Evangélii secúndum Lucam*

In illo témpore: Cum redírent, remánsit puer Iesus in Ierúsalem, et non cognovérunt paréntes eius. Existimántes autem illum esse in comitátu, venérunt iter diei, et requirébant eum inter cognátos, et notos. Et non inveniéntes, regréssi sunt in Ierúsalem, requiréntes eum. Et factum est, post tríduum invenérunt illum in templo sedéntem in médio doctórum, audiéntem illos, et interrogántem eos. Stupébant autem omnes, qui eum audiébant, super prudéntia et respónsis eius. Et vidéntes admiráti sunt. Et dixit mater eius ad illum: Fili, quid fecísti nobis sic? ecce pater tuus, et ego doléntes quærebámus te. Et ait ad illos: Quid est quod me quærebátis? nesciebátis quia in his, quæ Patris mei sunt, opórtet me esse. Et ipsi non intellexérunt verbum, quod locútus est ad eos. Et descéndit cum eis, et venit Názareth: et erat súbditus illis.

*Sequência do santo Evangelho segundo S. Lucas.*

Naquele tempo, quando voltaram para casa, ficou o Menino Jesus em Jerusalém, sem que de tal seus pais se apercebessem. Pensando que Ele viria com seus companheiros de jornada, fizeram um dia de viagem, procurando-O depois entre os parentes e conhecidos. Não O encontrando, voltaram logo a Jerusalém pelo mesmo caminho. Então aconteceu que, depois de três dias, foram achá-l’O no templo, assentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E aqueles que O ouviam estavam admirados da sua sabedoria e das suas respostas. Quando os pais O encontraram, ficaram admirados, dizendo-Lhe logo a Mãe: «Meu Filho, porque procedestes assim para connosco? Eis que vosso Pai e eu Vos buscávamos aflitos?!». Ele disse-lhes: «Porque me procuráveis? Não sabeis que é preciso que me ocupe das cousas de meu Pai?». Porém, eles não compreenderam o que Jesus lhes disse. Então desceu com eles, veio para Nazaré e era-lhes obediente.

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06 Oct, 09:59


MEDITAÇÃO

DOMINGO

*O FILHO DO RÉGULO E A UTILIDADE DAS DOENÇAS*

*20º Domingo depois de Pentecostes*

*Credidit ipse et domus eius tota* – “Creu ele e toda a sua família” *(Jo 4, 53)*

*Sumário.* Em nossas tribulações não nos é proibido pedirmos a Deus que nos livre delas; mas é necessário que nos conformemos com a sua vontade. Estejamos certos de que Deus não nos envia as cruzes para nossa perdição, mas para nossa salvação e para nos comunicar as suas graças. Vede o bom régulo de quem nos fala o Evangelho. Talvez nunca tivesse pensado em ser discípulo de Jesus Cristo; mas o Senhor atraiu-o a si por meio da enfermidade do filho, e comunica-lhe, a ele e a toda a família, o mais precioso de seus dons, a fé.

*I.* Refere São João que, tendo certo régulo vindo pedir a Jesus Cristo que quisesse acompanhá-lo até a casa dele para lhe curar um filho moribundo, o Senhor lhe respondeu: Vai, teu filho está vivo. O régulo creu nesta palavra, e, voltando à casa, soube pelos seus criados que a febre deixara o filho na mesma ora em que Jesus dissera: Teu filho está vivo. Pelo que creu ele e toda a sua família: *Credidit ipse et domus eius tota.*

Admiremos neste trecho do Evangelho uma disposição amorosa da divina Providência, que “toca de uma extremidade à outra e dispõe todas as coisas com suavidade” *(1).* Aquele bom régulo talvez nunca tivesse pensado em fazer-se discípulo de Jesus Cristo; mas o Senhor atraiu-o a si por meio da doença do filho e comunica-lhe, bem com à toda a família, o mais precioso dos seus dons, que é o da fé. — É o que Deus quer fazer também a nosso respeito, quando nos envia tribulações e, em particular, a enfermidade.

Em primeiro lugar, Deus no-las envia afim de que nos emendemos de alguma falta; porquanto, na palavra de São Jerônimo, “assim como as coisas materiais são lavadas com sabão, assim as almas se purificam por meio das enfermidades e tribulações”. — Deus no-las envia também para nos consolidar mais na virtude. Por esse meio nos faz, por assim dizer, tocar com a mão a nossa fraqueza, esclarece-nos acerca da nossa vaidade e desapega-nos das coisas terrestres. — Mas, o que é mais importante, as enfermidades, ao passo que diminuem as forças do corpo, reprimem os apetites de nosso maior inimigo, a carne; ao mesmo tempo que nos recordam que a terra é para nós um lugar de desterro, fazem-nos levar uma vida digna de um cristão e estar preparados para a passagem à eternidade. Por isso é que o Eclesiástico disse: *Infirmitas gravis sobriam facit animam (2)* – “Uma grave enfermidade faz a alma sóbria”.

*II.* Tenhamos a persuasão de que Deus não nos envia as cruzes para nossa perdição, mas para nossa salvação. Quando, pois, o Senhor nos visita por alguma doença ou outra aflição, examinemos logo a nossa consciência e reconheçamos que temos merecido essa cruz, e, mais ainda, humilhemo-nos em sua presença e digamos com o bom ladrão: *Digna factis recipimus (3)* — “Recebemos o que merecemos pelas nossas obras”. — Entretanto, sem esperarmos que outros no-lo digam, aproximemo-nos espontaneamente dos santos sacramentos, lembrados do que nos diz o Espírito Santo: Nas doenças deve-se, antes de mais nada, recorrer ao médico da alma, afim de que nos livre da doença *(4).*

Não te é proibido rogar a Deus, como o régulo do Evangelho, que te alivie os sofrimentos. Se, porém, aprouver a Deus deixar-te na tribulação, dize então o que Jesus Cristo, muito mais aflito do que tu, não deixava de dizer no Horto: “Pai meu, se não pode passar este cálice sem que eu beba, faça-se a tua vontade” — *Fiat voluntas tua (5).* Entretanto, consolemo-nos com a esperança do paraíso, que é um bem tão grande, que, para o ganharmos, todo o trabalho é leve. “Eu tenho por certo”, diz o Apóstolo, “que os sofrimentos da vida presente não têm proporção alguma com a glória futura que se manifestará em nós *(6).* A tribulação que nos vem no presente, momentânea e leve, produz em nós, de modo incomparável e maravilhoso, um peso eterno de glória.” *(7)*

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06 Oct, 09:59


Meu Jesus, agradeço-Vos as luzes com que me iluminais agora. Arrependo-me, sobre todo o mal, de Vos ter ofendido, e proponho de hoje por diante conformar-me sempre com a vossa vontade santíssima.

— “Dignai-Vos, Senhor, conceder-me benignamente, com o perdão dos pecados, a paz da consciência; para que, limpo de toda a culpa, Vos sirva com a confiança alegre e firme” *(8),* nos dias de vida que ainda me restam.

*† Doce coração de Maria, sede minha salvação.*

*Referências:*

*(1) Sb 8, 1*

*(2) Eclo 31, 2*

*(3) Lc 23, 41*

*(4) Eclo 38, 9*

*(5) Mt 26, 42*

*(6) Rm 8, 18*

*(7) 2 Cor 4, 17*

*(8) Or. Dom.*

*Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 170-173. Santo Afonso Maria de Ligório*

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06 Oct, 09:59


*Liturgia Diária – 06/10/2024 – XX Domingo depois de Pentecostes*

*2ª Classe – Missa própria*

A situação do homem perante Deus é a do pecador consciente de suas responsabilidades. Não há reinvindicação possível; resta-lhre apenas confessar-se culpado e requerer a misericórdia de Deus.
Temos, porém, títulos especiais a esta misericórdia. a começar pela própria condição de pecadores. Longe de ser obstáculo à Redenção, as nossas faltas motivam-па: Não vim para os justos disse um dia o Salvador, quando o acusavam de andar com os pecadores. A grande revelação que nos foi feita, é, perante a universal e total impotência de o homem de salvar a si mesmo, a gratuidade da salvação, que Deus nos oferece. Nada mais nos resta que por em causa a glória de Deus, comprometida na sua obra de misericórdia, pedindo-Lhe confiadamente o seu perdão e a sua paz, mais seguro d'Ele que de nós, e cantando a nossa alegria de resgatados, no meio duma vida que para Ele nos leva, entre provações e combates.

*Páginas 695 a 698 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963)*

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06 Oct, 09:58


*CALENDÁRIO CATÓLICO TRADICIONAL*

06/10 - *Domingo*

📖 *Epístola aos*

*Efésios 5,* 15-21

*Léctio Epístolæ beáti Pauli Apóstoli ad Ephésios.*

Fratres: Vidéte, quómodo caute ambulétis: non quasi insipiéntes, sed ut sapiéntes, rediméntes tempus, quóniam dies mali sunt. Proptérea nolíte fíeri imprudéntes, sed intellegéntes, quæ sit volúntas Dei. Et nolíte inebriári vino, in quo est luxúria: sed implémini Spíritu Sancto, loquéntes vobismetípsis in psalmis et hymnis et cánticis spirituálibus, cantántes et psalléntes in córdibus vestris Dómino: grátias agéntes semper pro ómnibus, in nómine Dómini nostri Iesu Christi, Deo et Patri. Subiecti ínvicem in timóre Christi.

*Leitura da Epístola de São Paulo Apóstolo aos Efésios.*

Irmãos: Tende cuidado em andar com circunspeção; não como insensatos, e sim como prudentes. Aproveitai o tempo, porque os dias são maus. Assim, pois, não sejais imprudentes, mas aplicai-vos a conhecer qual seja a vontade de Deus. E não vos embriagueis com vinho do qual nasce a impureza; mas ficai repletos do Espírito Santo. Entoai salmos, hinos e cânticos espirituais; cantai e salmodiai ao Senhor em vossos corações. Dai sempre e por tudo graças a Deus, nosso Pai, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo [pela Eucaristia]. Submetei-vos uns aos outros no temor do Cristo.

📖 *Evangelho segundo*

*São João 4,* 46-53

*Sequéntia sancti Evangélii secúndum Joánnem.*

In illo témpore: Erat quidam régulus, cuius fílius infirmabátur Caphárnaum. Hic cum audísset, quia Iesus adveníret a Iudǽa in Galilǽam, ábiit ad eum, et rogábat eum, ut descénderet et sanáret fílium eius: incipiébat enim mori. Dixit ergo Iesus ad eum: Nisi signa et prodígia vidéritis, non créditis. Dicit ad eum régulus: Dómine, descénde, priúsquam moriátur fílius meus. Dicit ei Iesus: Vade, fílius tuus vivit. Crédidit homo sermóni, quem dixit ei Iesus, et ibat. Iam autem eo descendénte, servi occurrérunt ei et nuntiavérunt, dicéntes, quia fílius eius víveret. Interrogábat ergo horam ab eis, in qua mélius habúerit. Et dixérunt ei: Quia heri hora séptima relíquit eum febris. Cognóvit ergo pater, quia illa hora erat, in qua dixit ei Iesus: Fílius tuus vivit: et crédidit ipse et domus eius tota.

*Sequência do Santo Evangelho segundo João.*

Naquele tempo, havia um oficial do rei, cujo filho estava doente em Cafarnaum. Tendo ouvido que Jesus voltara da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele, e pediu-Lhe que viesse à sua casa e curasse seu filho, que estava à morte. Disse-lhe então Jesus: Se não vedes milagres e prodígios, não credes. O oficial do rei respondeu: Senhor, vinde, antes que o meu filho morra. Disse-lhe Jesus: Vai, o teu filho vive. Acreditou o homem na palavra de Jesus e partiu. Quando ele já ia para casa, vieram-lhe ao encontro seus criados e deram-lhe a notícia de que o seu filho vivia. Perguntou-lhes então a hora em que o doente se achara melhor. Responderam-lhe: Ontem pela sétima hora, a febre o deixou. Reconheceu logo o pai ter sido aquela a mesma hora em que Jesus lhe dissera: Teu filho vive. E ele acreditou e toda a sua família.

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30 Sep, 18:09


Anônimo - Pela alma de Dom Adélio Giuseppe Tomasin, bispo emérito da Diocese de Quixadá

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24 Sep, 15:18


Chorar diante de Deus
Meditação para o Dia 20 de Setembro

Santa Teresinha desejava a perfeição de suas noviças no amor desinteressado a Jesus. Dizendo-lhe certo dia uma delas que, quando sofria, costumava ir sem demora confiar suas mágoas a Jesus, no Tabernáculo, desabafando-Lhe, a chorar, o coração, ponderou-lhe a santa:

“Derramar lágrimas diante de Jesus! Ah! Não faças mais isto! Muito menos nos devemos mostrar tristes perante Ele do que perante as criaturas. Pois se é apenas com os nossos Mosteiros que Esse bom Mestre conta para o regozijo e alegria de Seu Coração, se Ele vem a nós para repousar e se esquecer das contínuas lamentações dos seus amigos do mundo – e neste exílio todos choram e gemem – como, em vez de reconhecer o preço da cruz, havemos nós de entristecê-Lo também com as nossas mágoas e queixas, como o comum dos mortais? Francamente, tal proceder não é de quem Lhe tem um amor desinteressado. Nós é que O devemos consolar e não Ele a nós. Com o Seu Coração tão compassivo, Ele nos enxugará as lágrimas, mas se retirará triste por não ter podido repousar em nossa alma” (1)

Não se devem entender as palavras de Santa Teresinha como uma censura a quem vai desabafar o seu coração ante Jesus, chorar e pedir consolação ao Divino, Verdadeiro e Único Consolador! Não! Podemos chorar, sim, diante de Jesus, mas saibamos ser generosos, quando já tivermos aprendido a sofrer e amar. Santa Teresinha se refere às almas já adiantadas na via do amor e não aos pobres mortais que ainda ensaiam os primeiros passos nessa via e tanto precisam chorar diante de Jesus!

Referências: (1) Conseils et Souvenirs

(Brandão, Ascânio. Breviário da Confiança: Pensamentos para cada dia do ano. Oficinas Gráficas “Ave-Maria”, 1936, p. 283)

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24 Sep, 15:18


Ah, meu Jesus! Pouco amei a vida retirada, porque pouco Vos amei. Andei buscando prazeres e alívios no meio das criaturas que me fizeram perder a Vós, o Bem infinito. Ai de mim! Que vivi tantos anos com o coração dissipado, pensando só nos bens da terra e esquecendo-me de Vós. Suplico-Vos: apossai-Vos de meu coração, já que o remistes com o vosso sangue, abrasai-o em vosso amor e possui-o inteiramente. — Ó Maria, Rainha do céu, vós me podeis alcançar esta graça, e de vós a espero.

*Referências:*

*(1) Sb 8, 16*

*Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 139-141. Santo Afonso Maria de Ligório*

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24 Sep, 15:18


MEDITAÇÃO

TERÇA FEIRA

*DA VIDA RETIRADA*

*Venite seorsum in desertum locum, et requiescite pusillum* – “Vinde à parte a um lugar solitário e descansai um pouco” *(Mc 6, 31)*

*Sumário.* Todas as almas que amam o Senhor acham o seu paraíso na vida retirada. Ademais, sabemos que Jesus Cristo quis que, depois dos trabalhos do apostolado, seus discípulos se retirassem para um lugar solitário afim de conversarem só com Deus. Devemos portanto concluir que o retiro para a solidão, feito de tempos a tempos, é necessário a todos, mas em particular aos operários sagrados, afim de conservarem o recolhimento e refazerem as forças para novos trabalhos na conquista das almas. Sem esse retiro, serão poucos os frutos de seus trabalhos apostólicos.

*I.* As almas que amam a Deus acham o seu paraíso na vida retirada longe do trato com os homens. A sua conversação (isto é, a conversação com Deus), longe das criaturas, nada tem de desagradável, mas alegria e gozo *(1).* — Os mundanos têm motivos para fugirem da solidão, porque na solidão, onde não os absorvem os divertimentos ou ocupações terrenas, mais vivamente se fazem sentir em seus corações os remorsos da consciência. Eis porque procuram alívio ou pelo menos distração na conversação com os homens; mas quanto mais procuram alívio entre os homens ou nos negócios mundanos, tanto mais acham espinhos e amarguras.

O mesmo não sucede às almas amantes de Deus, porque na solidão acham um doce companheiro, que as consola e regozija mais do que a companhia de todos os parentes ou amigos e mesmo dos primeiros personagens do mundo. Diz São Bernardo:

*Nunquam minus solus, quam cum solus* — “Nunca me vejo menos só do que quando estou só e longe dos homens; porque então acho Deus que fala comigo e eu por minha vez estou mais atento em ouvi-Lo e mais disposto a unir-me a Ele.”

Quis o Senhor que os seus discípulos, muito embora destinados a pregarem a fé percorrendo o mundo inteiro, interrompessem de tempos a tempos os seus trabalhos e se retirassem à solidão, afim de tratarem somente com Deus. Sabemos que Jesus Cristo, já no tempo que passava sobre a terra, costumava enviá-los a diversas partes da Judéia, para converterem os pecadores; mas, findos os trabalhos, não deixava de convidá-los ao retiro a algum lugar solitário, dizendo-lhes:

*“Vinde à parte a um lugar solitário e descansai um pouco.”*

Ora, se o Senhor manda isto mesmo aos apóstolos, devemos nós concluir que para todos, mas particularmente para os operários evangélicos, é necessário que de tempos a tempos se retirem para um lugar solitário, afim de conservarem o espírito recolhido em Deus e restabelecerem suas forças para os trabalhos da conquista das almas.

*II.* Quem trabalha em prol do próximo, mas com pouco zelo ou pouco amor de Deus, com algum intuito de amor próprio, de ganhar louvores e dinheiro, pouco fruto produz nas almas. Por isso o Senhor diz a seus operários: *Requiescite pusillum* — “Descansai um pouco”. Falando assim, Jesus Cristo não pretendia de certo que os apóstolos se deitassem a dormir; senão que descansassem na conversação com Deus, pedindo-Lhe graças para viverem bem e desta maneira obtivessem forças para tratar da salvação das almas. Sem esse repouso em Deus pela oração, falta a força para cuidar bem do proveito próprio e do dos outros.

Falando da vida retirada, São Laurenço Justiniani observa com razão que ela sempre deve ser amada, mas não sempre guardada: *Semper est amanda, non semper tenenda.* Quer dizer que os que são chamados por Deus à conversão dos pecadores, não devem ficar sempre na solidão, encerrados na sua cela, porque assim faltariam à vocação divina (por obediência à qual é preciso sair do retiro); mas nunca devem deixar de amar a solidão e de suspirar por ela, porque é ali que acham Deus com facilidade.

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24 Sep, 15:17


*Liturgia Diária- 24/09/2024*

*MISSA DA FÉRIA*

*4ª Classe- Missa Própria*

Todas as partes cantadas desta missa, colhidas da antiga liturgia da dedicação, se reportam a Uma consagração de igreja. Falam da alegria do povo cristão, por poder vir à casa do Senhor oferecer-lhe o louvor e sacrifício de que só Ele é digno. Na epístola, S. Paulo da graças por quanto a vocação cristã representa de benefícios sobre a terra, esperando que Jesus Cristo chegue, para nos produzir na cidade do Céu. A cura do paralítico e o perdão, que lhe fora acedido, lembram, no evangelho, as condições de fraqueza humana e de misericórdia divina, em que vamos caminhando para Deus, pela mão da Igreja.

*Páginas 687 a 690 do Missal Quotidiano (D. Gaspar Lefebvre, 1963).

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24 Sep, 15:17


*CALENDÁRIO CATÓLICO TRADICIONAL*

24/09 - *Terça-feira*

📖 *Epístola aos*

*I Coríntios 1,* 4-8

*Léctio Epístolæ beáti Pauli Apóstoli ad Corínthios.*

Fratres: Grátias ago Deo meo semper pro vobis in grátia Dei, quæ data est vobis in Christo Iesu: quod in ómnibus dívites facti estis in illo, in omni verbo et in omni sciéntia: sicut testimónium Christi confirmátum est in vobis: ita ut nihil vobis desit in ulla grátia, exspectántibus revelatiónem Dómini nostri Iesu Christi, qui et confirmábit vos usque in finem sine crímine, in die advéntus Dómini nostri Jesu Christi.

*Leitura da Epístola de São Paulo Apóstolo aos Coríntios.*

Irmãos: Sem cessar, agradeço a meu Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi concedida pelo Cristo Jesus. Em tudo n’Ele fostes enriquecidos, em toda a palavra e em toda a ciência; também o testemunho do Cristo foi confirmado em vós, de maneira que nenhuma graça vos falta, a vós, que esperais a manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele vos confirmará até o fim, para serdes irrepreensíveis no dia da vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo.

📖 *Evangelho segundo*

*São Mateus 9,* 1-8

*Sequéntia sancti Evangélii secúndum Matthaeum.*

In illo témpore: Ascéndens Iesus in navículam, transfretávit et venit in civitátem suam. Et ecce, offerébant ei paralýticum iacéntem in lecto. Et videns Iesus fidem illórum, dixit paralýtico: Confíde, fili, remittúntur tibi peccáta tua. Et ecce, quidam de scribis dixérunt intra se: Hic blasphémat. Et cum vidísset Iesus cogitatiónes eórum, dixit: Ut quid cogitátis mala in córdibus vestris? Quid est facílius dícere: Dimittúntur tibi peccáta tua; an dícere: Surge et ámbula? Ut autem sciátis, quia Fílius hóminis habet potestátem in terra dimitténdi peccáta, tunc ait paralýtico: Surge, tolle lectum tuum, et vade in domum tuam. Et surréxit et ábiit in domum suam. Vidéntes autem turbæ timuérunt, et glorificavérunt Deum, qui dedit potestátem talem homínibus. — CREDO…

*Sequência do Santo Evangelho segundo Mateus.*

Naquele tempo, subiu Jesus a uma barca, atravessou para o outro lado e foi à sua cidade [Cafarnaum]. E eis que Lhe apresentaram um paralítico, prostrado num leito. Vendo Jesus a fé que eles tinham, disse ao paralítico: Tem confiança, filho, os teus pecados te são perdoados. Pensaram logo alguns dos escribas em seu íntimo: Este homem blasfema. E Jesus, penetrando-lhes os pensamentos, disse: Por que pensais mal em vossos corações? Que é mais fácil dizer: Teus pecados te são perdoados, ou dizer: Levanta-te, e anda? Sabereis, pois, que o Filho do homem tem, na terra, o poder de perdoar pecados. E disse então ao paralítico: Levanta-te, toma o teu leito, e vai para a tua casa. E ele levantou-se e foi para sua casa. As multidões, vendo isto, encheram-se de temor e glorificaram a Deus, que tal poder confiava aos homens. — CREIO…