1ª Aliá: Shemot 13:17-14:8
Ao saírem do Egito, os filhos de Israel foram conduzidos por um caminho inesperado. Em vez da rota mais curta para a terra de Canaã, HaShem os levou por um percurso mais longo, em direção ao deserto e ao Mar dos Juncos (Mar Vermelho). Mas por quê?
💡 *Um Caminho que Parece Mais Longo, Mas é o Correto*
A Torah nos diz:
*"E aconteceu que, quando Faraó enviou o povo, D'us não os guiou pelo caminho da terra dos filisteus, porque era próximo, pois disse D'us: Para que o povo não se arrependa quando virem a guerra e voltem ao Egito."* (Shemot 13:17)
Este versículo levanta muitas questões. Se HaShem é todo-poderoso, por que não fortaleceu os corações de Israel para enfrentarem seus inimigos de frente? E por que precisavam tomar um caminho mais longo?
O *Midrash Tanchuma* (Beshalach 1) explica que havia um perigo físico e espiritual no caminho dos filisteus. Fisicamente, os filisteus eram guerreiros formidáveis e atacariam Israel imediatamente. Espiritualmente, os ossos de Yosef, que acompanhavam os israelitas, ainda precisavam de redenção completa antes que a terra prometida fosse conquistada. Além disso, muitos judeus ainda tinham o coração no Egito.
👁 *O Teste da Fé: Um Mar à Frente e o Egito Atrás*
Quando os israelitas finalmente chegaram ao Mar dos Juncos, se viram encurralados: o exército egípcio os perseguia de um lado, e do outro, as águas do mar se erguiam como uma barreira intransponível. O desespero tomou conta do povo, e eles clamaram a Moshé:
*"Não havia sepulcros no Egito, para que nos trouxesses a morrer no deserto?"* (Shemot 14:11)
O *Midrash Mechilta de Rabbi Ishmael* nos conta que o povo se dividiu em quatro grupos:
1️⃣ *Os que queriam se entregar aos egípcios.*
2️⃣ *Os que queriam lutar contra eles.*
3️⃣ *Os que queriam se jogar ao mar.*
4️⃣ *Os que clamavam para que HaShem os salvasse.*
Mas Moshé, inspirado por HaShem, declara:
*"HaShem pelejará por vós, e vós ficai em silêncio."* (Shemot 14:14)
Aqui está um grande segredo: a salvação de Israel não viria pelo que parecesse lógico, mas pela *emuná* (fé). O mar não se abriria para aqueles que calculassem suas chances, mas para os que confiassem plenamente em HaShem.
🔥 *Nachshon Ben Aminadav: O Primeiro a Mergulhar na Fé*
O *Midrash Tanchuma* (Beshalach 10) e o *Midrash Tehillim* (Salmo 114) nos revelam que Nachshon Ben Aminadav, príncipe da tribo de Yehudá, foi o primeiro a entrar no mar. Ele caminhou até que as águas chegassem ao seu pescoço, e só então HaShem abriu o mar!
Isso nos ensina um princípio profundo: a verdadeira fé não é esperar que o milagre aconteça para então acreditar, mas *agir primeiro com fé, mesmo quando tudo parece impossível*.
💎 *O Caminho Invisível Que Se Abriu*
O *Midrash Mechilta de Rabbi Shimon bar Yochai* diz que o mar se dividiu em doze caminhos, um para cada tribo, e que as águas se tornaram como muros translúcidos. Assim, cada tribo viu as outras atravessando, garantindo que todos estavam sendo salvos juntos. Isso nos ensina que a salvação individual não é suficiente – HaShem quer que todos caminhem juntos em unidade.
📜 *A Arca de Yosef e o Mar que Fugiu*
Um detalhe curioso está no *Midrash Tanchuma* (Beshalach 8): O Mar dos Juncos só se abriu quando viu a arca com os ossos de Yosef. Isso porque Yosef manteve sua fé no Egito e garantiu que seus descendentes nunca abandonassem a promessa de HaShem.
💬 *Reflexão Espiritual*
Quantas vezes em nossas vidas nos deparamos com "mares fechados"? Situações em que tudo parece sem saída? Aprendemos com Nachshon que a fé genuína exige um passo adiante, mesmo quando tudo parece contrário.
📌 *Aplicação Prática*
✅ Quando enfrentamos desafios, em vez de perguntar "por quê?", devemos perguntar "para quê?". HaShem nos leva por caminhos mais longos para nos fortalecer.