Por que a imagem de um lider palestino, negro e revolucionário incomoda tanto o mundo cristão ocidental? Fica uma pergunta não tão simples de ser respondida, mas necessária.
Para tentar quebrar essa referência, a história de Jesus (re)contada sob o prisma da contemporaneidade, com um Cristo negro e em contexto que traz à tona temas como o drama dos refugiados no mundo e a subversão do entendimento entre fé e poder público.
O espetáculo, assinado pelo diretor Carlos Carvalho, passou pelo audiovisual durante a pandemia da Covid-19 e nesta nova versão, ganha proximidade com o público que vai contemplar a apresentação ao vivo, com as vozes dos artistas ecoando sem dublagem, em texto declamado, sem gravações.
Para a apresentação, o elenco, composto por 30 personagens, também foi renovado. No papel de Jesus está o ator negro, recifense, Asaías Rodrigues (Zaza).
Estreante na Paixão de Cristo do Recife, mas com vivências com outras versões do espetáculo, Zaza considera que sua participação lhe trará “Uma grande experiência, visto que minha ligação com essa energia ‘crística’ é imensa”.
Assim como Isaías, negra também será a atriz que dará vida a Maria, a pernambucana Gheuza, que interpretou Madalena no filme de 2021. Estas duas personagens, inclusive, representam uma troca de papéis entre as intérpretes, já que Angélica Zenit será a Madalena, no teatro, enquanto deu vida à mãe de Jesus, na película.
Outros destaques no elenco são a presença de Douglas Duan como Caifás, e Marcos Brandão, interpretando Herodes em sua estreia na Paixão. Na assistência de direção e iluminação está Eron Villar e na sonoplastia, o maestro da Orquestra Sinfônica do Recife, José Renato Accioly.
Espetáculo traz referências contemporâneas e Jesus negro - TFN
Texto Folha PE
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