A crise de credibilidade do jornalismo atualmente pode ser atribuída, em grande parte, à influência político-ideológica das redações.
Muitos veículos de imprensa demonstram ter uma visão partidária e/ou uma agenda oculta, o que leva a uma percepção de que eles não são imparciais e isentos ao relatar notícias.
Mas, como a militância político-ideológica das redações contribuiu para a crise de credibilidade do jornalismo?
Viés de seleção:
As redações podem escolher quais notícias ou informações são relevantes e quais são ignoradas, com base em critérios político-ideológicos.
Isso induz a sociedade a uma visão parcial da realidade.
Viés de interpretação:
Quando os jornalistas interpretam eventos ou dados, eles podem ser influenciados por suas próprias crenças e preconceitos político-ideológicos, o que pode resultar em relatos distorcidos ou tendenciosos.
Viés de linguagem:
O uso de linguagem com conotações político-ideológicas pode levar a uma percepção de que o jornalismo é manipulado e não é imparcial.
Por exemplo, usar termos como "extrema-direita" ou "fascista" para descrever determinados grupos ou indivíduos pode ser visto como uma forma de pejorar esses grupos, em vez de descrevê-los de forma neutra.
Censura ou autocensura:
Em alguns casos, as redações podem autocensurar-se ou censurar certas informações que não se alinham com sua agenda político-ideológica, o que leva a uma falta de transparência e a uma percepção de que o jornalismo é manipulado.
Duplo padrão:
A aplicação de critérios diferentes para diferentes grupos ou indivíduos, com base em critérios político-ideológicos, pode levar a uma percepção de que o jornalismo é parcial e não é imparcial.
Aqui cabe um alerta.
Nenhuma democracia converteu-se em ditadura ou tirania, de fato, sem que antes o jornalismo tivesse abandonado a imparcialidade, transparência e a coragem de ser fiel aos fatos, independente do espectro político que se beneficiaria com seu trabalho.
A história mostra que a perda de imparcialidade, transparência e coragem de ser fiel aos fatos pelo jornalismo tem sido um precursor da erosão das democracias e do surgimento de regimes autoritários.
Alguns exemplos históricos.
Alemanha nazista:
Durante o regime de Hitler, o jornalismo alemão se tornou um instrumento do governo nazista e perdeu sua independência.
O jornalismo alemão colaborou com a propaganda nazista, que difundia ideias de ódio e exclusão, contribuindo para a ascensão do regime e a perda de direitos e liberdades para milhares de pessoas dentre os mais diversos grupos sociais.
União Soviética:
Sob o regime comunista, o jornalismo na União Soviética era controlado pelo Partido Comunista e servia aos interesses do governo.
O jornalismo soviético perdeu sua independência e se tornou um instrumento de propaganda estatal, contribuindo para a repressão de dissidentes e a perda de direitos e liberdades para os cidadãos.
Venezuela:
Nos últimos anos, o mundo tem visto a erosão de sua democracia e o surgimento de um regime autoritário.
A perda de imparcialidade, transparência em relação aos fatos pelo jornalismo venezuelano tem sido um dos principais fatores que contribuíram para essa situação.
Esses são alguns exemplos que mostram que a perda de imparcialidade, transparência e coragem de ser fiel aos fatos pelo jornalismo são fatores determinantes no processo de enfraquecimento das democracias e do surgimento de regimes autoritários.
Exemplos que reforçam a constatação de que nenhuma democracia converteu-se em ditadura ou tirania, de fato, sem que o jornalismo tivesse abandonado a imparcialidade e a coragem de ser fiel aos fatos, independente do espectro político que se beneficiaria com seu trabalho.
Sem jornalismo imparcial, transparente e corajoso, os cidadãos ficam cegos e surdos às manipulações e às mentiras dos governos e das elites, o que pode levar à erosão das instituições democráticas e ao surgimento de regimes autoritários.