"O universo é mudança. A vida é opinião."
– Marco Aurélio
Em A Vida de Teseu, Plutarco conta como o barco de Teseu foi preservado — e deixado pronto para a batalha — por séculos. Toda vez que uma tábua do barco caía ou apodrecia, ela era substituída. Até o momento que todas as tábuas foram trocadas.
O barco ainda era o barco de Teseu? Ou era um novo barco?
O universo é um fluxo constante de mudanças e nossa percepção é como uma foto: a captura de apenas um segundo.
Nós estamos sujeitos a esse mesmo fluxo de mudanças — pense em como células novas substituem as antigas, como nossas unhas e cabelos crescem, como nossas memórias mais antigas são substituídas por novas.
Ainda somos as mesmas pessoas?
Nada é imune à mudança, nem mesmo aquilo que consideramos como mais sagrado.
Aplicação pessoal
Charles Sanders Peirce tem uma teoria chamada de Teoria da Falibilidade:
"Considerando que o universo está em constante expansão, nem mesmo as leis da natureza são princípios absolutos: são princípios evolutivos. Se a leis da natureza são evolutivas, então a ciência e a filosofia também estão em constante amadurecimento. Portanto, podemos dizer que pensamentos, por mais rigorosos e sistemáticos que possam ser, são falíveis; podem ser fórmulas rigorosas, mas provisórias. Isso nos leva à teoria da Falibilidade de Peirce." (Trecho retirado de um documento que escrevi em 2013 sobre introdução à Semiótica.)
Peirce apenas formalizou as palavras de Marco em uma teoria que compunha a base da sua filosofia. Não é à toa que a ciência evolui, que nós mudamos de opinião. Mudar faz parte da natureza humana. Como disse Marco Aurélio: "Com medo de mudança? Mas o que pode existir sem ela?"
Fixar as próprias habilidades e opiniões é uma forma muito simples e eficaz de destruir a resiliência e a capacidade de aprender.
Não se apegue ao pensamento de que você é o que é e nada pode modificar isso. Você tem muito mais margem para aprender e se modificar do que achava ser possível.
@estoicismo | texto por Sabrina A. (2017)