DICAS FINAIS PARA A PROVA DE PORTUGUÊS
1) Interpretação de textos é a chave da redação. Interprete com calma o comando e lembre-se de que tudo o que a banca quiser que você faça estará lá.
2) A medida do diálogo que deve ser feito com o(s) excerto(s) motivador(es) também estará no comando, por meio normalmente de modulações adverbiais ou da própria ordem. Atente-se ao fato de que cada comando pode vir com modulações diferentes, e elas devem ser analisadas em seu caso concreto.
3) Desacelere. A prova de Português não é um passeio ao ar livre, mas é muito mais tranquila que a primeira fase. Dê-se tempo para pensar e analise suas ideias com calma antes de decidir os assuntos dos seus parágrafos.
4) Tema da prova: assim como era muito difícil adivinhar redações de vestibular, também é difícil acertar temas da redação CACD. Mesmo acertando, a construção do comando pode mudar totalmente a abordagem necessária. Lembre-se, contudo, que a redação é sobre “tema geral”, o que na prática significa que esse tema estará ou nos editais das demais disciplinas (principalmente PI, HB, HG e HPEB), ou em atualidades ligadas ao âmbito internacional e nacional, ou no próprio excerto motivador.
5) Estrutura, estrutura e mais estrutura. O cumprimento do esperado em uma dissertação é condição necessária para uma boa nota. Redações mal organizadas perdem bastante nota se o Cebraspe fizer a correção que vemos normalmente dele. Para resumir: introdução clara, que crie expectativas efetivas sobre seu texto e não tangencie o assunto; desenvolvimento eficiente, com tópicos frasais diretos e analíticos; e conclusão sucinta, que feche sua tese central.
6) A redação de Português não precisa ter nível de tese de doutorado. Muito pelo contrário: todo ano vemos textos seguros, simples, claros, precisos e bem escritos entre as maiores notas. Claro que o ideal é ser tão profundo e analítico quanto você puder, mas é melhor fazer uma estrutura perfeita com uma ideia mais básica do que se meter em uma ideia ultra complexa e perder-se, levanto a penalizações de coesão, coerência e estilo.
7) Dá tempo de fazer rascunho? Para a maior parte dos alunos, na redação dá. Para quem não consegue eu recomendo o chamado rascunho híbrido: rascunhe apenas a introdução – parte mais difícil e importante do texto –, os tópicos frasais e eventuais ideias que pareçam mais difíceis. Quanto ao resumo, normalmente não se recomenda rascunho, a não ser que você escreva bastante rápido.
8) Fazer primeiro a redação ou o resumo? Há variáveis importantes a se considerar. Primeiro, o piso de nota do resumo é mais alto do que o da redação (você precisa fazer muita besteira para perder muita nota). Segundo, deixar a redação incompleta é infinitamente pior do que deixar o resumo sem um ou dois parágrafos finais. Terceiro, como o resumo é uma atividade menos intelectualmente demandante, é mais fácil fazê-la em estágios avançados de cansaço. Percebam, portanto, que eu tendo fortemente a indicar que, ceteris paribus, você faça o resumo por último. Porém, vai do gosto do freguês, e eu tenho mais de um aluno que prefere já tirar o resumo da frente logo no começo da prova. Nenhuma das abordagens está errada.
9) No resumo, vá direto para o texto. Não precisa de introduções nem de análises – aliás, as análises são informações extratextuais e poderiam inclusive ser penalizadas. Não acredita em mim, é só ver o guia de estudos do ano passado: nenhum dos melhores resumos tem algum tipo de introdução ou análise inicial.
10) Quanto mais difícil o texto do resumo, mais importante você tratá-lo como uma grande corrida de contenção de danos. Honestamente, um Euclides da Cunha, um Guimarães Rosa ou algo do tipo serão quase impossíveis de compreender completamente com o tempo que você tem para fazer a atividade na prova. Errar o mínimo torna-se o foco.
E boa sorte para quem vai fazer a prova! Vocês são heróis de terem de aguentar a absurda maratona à qual o IRBr decidiu submeter os candidatos desse ano. Força!