Bruno Amaral de Carvalho @brunocarvalhodonbass Channel on Telegram

Bruno Amaral de Carvalho

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Repórter freelance. Escrevo sobre geopolítica // Sul Global, Leste Europeu, Balcãs e nações sem Estado // e movimentos sociais.

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Seja bem-vindo ao canal do Telegram de Bruno Amaral de Carvalho, também conhecido como brunocarvalhodonbass! Bruno é um repórter freelance que se dedica a escrever sobre geopolítica, com foco no Sul Global, Leste Europeu, Balcãs e nações sem Estado, além de movimentos sociais. Com uma abordagem crítica e aprofundada, Bruno traz análises e notícias sobre questões geopolíticas que muitas vezes não recebem a devida atenção na mídia tradicional. Se você está interessado em entender melhor as dinâmicas políticas e sociais dessas regiões, este é o canal ideal para você. Não perca a oportunidade de se manter informado e participar de discussões relevantes sobre temas importantes para o cenário global. Junte-se a nós e faça parte dessa comunidade engajada em entender as complexidades do mundo contemporâneo!

Bruno Amaral de Carvalho

19 Feb, 15:59


Na próxima segunda-feira, estarei em Almada com o Major-General Carlos Branco para um debate sobre a guerra na Ucrânia e a Europa no dia em que se assinalam os três anos da intervenção russa.

Bruno Amaral de Carvalho

13 Feb, 17:35


A antecâmara do fim da guerra é a missa de corpo presente dos propagandistas. Dos que promoveram campanhas de silenciamento, censura e ataques pessoais contra todo aquele que ousasse constatar factos óbvios, mesmo que contradissesse a narrativa dominante. Como integridade e espinha dorsal é algo que lhes é escasso, não se espera que se retractem ou que reconheçam as consequências graves dos seus actos. Os tempos da bravata acabaram e quanto mais insistirem na propaganda, mais isolados e mais deslocados da realidade vão ficar. A propaganda tem pés de barro e, como se disse desde a primeira hora, enquanto elevavam Zelensky a génio político e militar, a guerra decide-se em Washington e Moscovo. Todos os outros actores políticos são subalternos, de Zelensky a Von der Leyen. Para trás fica um rio de sangue que os propagandistas ajudaram a prolongar. Importa pouco. Estarão ocupados a fazer propaganda para as guerras do futuro.

Bruno Amaral de Carvalho

06 Feb, 20:04


A suspensão da USAID por Trump destapou que funcionários noutros países, associações, partidos, jornais, ONG, entre outros, eram pagos pelos Estados Unidos. Era também assim que financiavam golpes, que manobravam oposições, que controlavam países. Por exemplo, a maioria dos jornalistas ucranianos é paga por Washington, os guardas da fronteira na Colômbia recebiam da USAID. A muito questionável Repórteres Sem Fronteiras já veio dizer que esta medida vai atirar o jornalismo "independente" no mundo para o caos. Amigos, se o vosso jornalismo é pago por Washington então é porque é tudo menos independente.

Bruno Amaral de Carvalho

06 Feb, 20:03


Em 2014, o The Guardian, jornal britânico insuspeito de simpatias com Cuba, noticiava que os Estados Unidos, através da USAid, tinham criado secretamente uma rede social para promover a revolta entre a população cubana contra o governo. A rede social chamava-se Zunzuneo, parecida com o Twitter, e começou a funcionar em 2010. A administração norte-americana propôs que se começasse com uma base de subscritores com conteúdos inócuos como poderiam ser notícias sobre desporto, música e alertas de furacões. De acordo com a Associated Press, criaram falsas empresas que usaram contas bancárias em paraísos fiscais e a rede social chegou a ter 40 mil utilizadores. Este é apenas um dos muitos exemplos de como os Estados Unidos utilizaram o dinheiro da USAid para financiar oposições, meios de comunicação social, golpes de Estado, etc. Tudo aquilo que acusam a Rússia e a China de fazer é, na verdade, concretizado pelos Estados Unidos a uma escala e com um alcance nunca antes vistos. Quando vários países, incluindo a Rússia, decidiram proibir ou condicionar a actividade de ONG financiadas pelo exterior sabiam bem o que estavam a fazer. Desde logo porque os Estados Unidos têm uma lei parecida para evitar que lhes façam a eles o que fazem aos outros.

Bruno Amaral de Carvalho

03 Feb, 16:01


Esta tarde, estive à conversa com o jornalista Luís de Castro, apresentador do programa Sociedade Civil, na RTP2, com o major-general Agostinho Costa, com Sylvia Moretzsohn, investigadora na Universidade do Minho, e com Mário Rui de Carvalho, histórico repórter imagem em várias guerras. Falámos de guerra, jornalismo e manipulação. Em tempos convulsos, importa debater a forma como se faz a cobertura dos acontecimentos e de que forma isso tem impacto na nossa percepção da realidade.

https://www.rtp.pt/play/p14282/e827007/sociedade-civil?fbclid=IwY2xjawINu6lleHRuA2FlbQIxMQABHTSN5SnZ2MknXij8OHuaiunZ1RXFgd0EpmZUE2oew4N0aAkgp_zi4jIN2A_aem_DZaCYIhrmdG7fFUtr_Ywiw

Bruno Amaral de Carvalho

26 Jan, 21:58


COLOMBIA A PARTiR DE HOY SE ABRE A TODO EL MUNDO, CON LOS BRAZOS ABIERTOS, SOMOS CONSTRUCTORES DE LIBERTAD, VIDA Y HUMANIDAD.

Me informan que usted pone a nuestro fruto del trabajo humano 50% de arancel para entrar a EEUU, yo hago lo mismo.

Que nuestra gente siembre maíz que se descubrió en Colombia y alimente al mundo

Bruno Amaral de Carvalho

26 Jan, 21:58


Gustavo Petro, presidente colombiano, impediu a aterragem de dois aviões norte-americanos com imigrantes agrilhoados. Em resposta, Trump anunciou tarifas de 50% para os produtos colombianos e a revogação de todos os vistos aos membros do governo colombiano. Em retaliação, Gustavo Petro acaba de publicar um texto nas redes sociais que reproduzo e que resumo desta forma: a Colômbia não se ajoelha.

Trump, a mi no me gusta mucho viajar a los EEUU, es un poco aburridor, pero confieso que hay cosas meritorias, me gusta ir a los barrios negros de Washington, allí ví una lucha entera en la capital de los EEUU entre negros y latinos con barricadas, que me pareció una pendejada, porque deberían unirse.

Confieso que me gusta Walt Withman y Paul Simon y Noam Chomsky y Miller

Confieso que Sacco y Vanzetti, que tienen mi sangre, en la historia de los EEUU, son memorables y les sigo. Los asesinaron por lideres obreros con la silla eléctrica, los fascistas qué están dentro de EEUU como dentro de mi país

No me gusta su petroleo, Trump, va a acabar con la especie humana por la codicia. Quizás algún día, junto a un trago de Whisky qué acepto, a pesar de mi gastritis, podamos hablar francamente de esto, pero es difícil porque usted me considera una raza inferior y no lo soy, ni ningún colombiano.

Así que si conoce alguien terco, ese soy yo, punto. Puede con su fuerza económica y su soberbia intentar dar un golpe de estado como hicieron con Allende. Pero yo muero en mi ley, resistí la tortura y lo resisto a usted. No quiero esclavistas al lado de Colombia, ya tuvimos muchos y nos liberamos. Lo que quiero al lado de Colombia, son amantes de la libertad. Si usted no puede acompañarme yo voy a otros lados. Colombía es el corazón del mundo y usted no lo entendió, esta es la tierra de las mariposas amarillas, de la belleza de Remedios, pero tambien de los coroneles Aurelianos Buendía, de los cuales soy uno de ellos, quizás el último

Me matarás, pero sobreviviré en mi pueblo que es antes del tuyo, en las Américas. Somos pueblos de los vientos, las montañas, del mar Caribe y de la libertad

A usted no le gusta nuestra libertad, vale. Yo no estrecho mi mano con esclavistas blancos. Estrecho las manos de los blancos libertarios herederos de Lincoln y de los muchachos campesinos negros y blancos de los EEUU, ante cuyas tumbas llore y recé en un campo de batalla, al que llegue, después de caminar montañas de la toscana italiana y después de salvarme del covid.

Ellos son EEUU y ante ellos me arrodillo, ante más nadie.

Túmbeme presidente y le responderán las Américas y la humanidad.

Colombia ahora deja de mirar el norte, mira al mundo, nuestra sangre viene de la sangre del califato de Córdoba, la civilización en ese entonces, de los latinos romanos del mediterraneo, la civilización de ese entonces, que fundaron la república, la democracia en Atenas; nuestra sangre tiene los resistentes negros convertidos en esclavos por ustedes. En Colombia está el primer territorio libre de América, antes de Washington, de toda la América, allí me cobijo en sus cantos africanos.

Mi tierra es de orfebrería existente en época de los faraones egipcios, y de los primeros artistas del mundo en Chiribiquete.

No nos dominarás nunca. Se opone el guerrero que cabalgaba nuestras tierras, gritando libertad y que se llama Bolívar

Nuestros pueblos son algo temerosos, algo tímidos, son ingenuos y amables, amantes, pero sabrán ganar el canal de Panamá, que ustedes nos quitaron con violencia. Doscientos héroes de toda latinoamerica yacen en Bocas del Toro, actual Panamá, antes Colombia, que ustedes asesinaron.

Yo levanto una bandera y como dijera Gaitán, así quede solo, seguirá enarbolada con la dignidad latinoamericana que es la dignidad de América, que su bisabuelo no conoció, y el mio sí, señor presidente inmigrante en los EEUU,

Su bloqueo no me asusta; porque Colombia además de ser el país de la belleza, es el corazón del mundo. Se que ama la belleza como yo, no la irrespete y le brindará su dulzura.

Bruno Amaral de Carvalho

15 Jan, 21:30


O acordo alcançado entre Israel e o Hamas é praticamente igual ao proposto em Maio e Julho. Biden permitiu que Israel arrastasse isto durante meio ano enquanto enviava armas e permitia um genocídio que ninguém vai esquecer. Biden sai como carniceiro, não como diplomata.

Bruno Amaral de Carvalho

15 Jan, 16:32


Depois do ataque ao Consulado da Venezuela, em Lisboa, com cocktails molotov, a oposição venezuelana atacou o Consulado do mesmo país em Vigo, na Galiza, e vandalizou a Embaixada da Venezuela em Oslo.

Bruno Amaral de Carvalho

15 Jan, 14:17


O director do museu Auschwitz diz que se recusa a convidar a Rússia para a cerimónia dos 80 anos da libertação do campo de extermínio nazi pelos soviéticos porque Moscovo não entende o valor da liberdade. Sabem quem foi convidado? Israel, claro.

Bruno Amaral de Carvalho

12 Jan, 00:09


A Caracas chega a notícia do ataque contra o Consulado da Venezuela em Lisboa com cocktails molotov.

Bruno Amaral de Carvalho

10 Jan, 15:40


Nicolás Maduro acaba de tomar posse como Presidente da República Bolivariana da Venezuela para um terceiro mandato de seis anos. O juramento foi feito ante o presidente do parlamento venezuelano, Jorge Rodríguez.

Bruno Amaral de Carvalho

09 Jan, 22:14


Só depois de meios chavistas terem publicado um vídeo de Maria Corina Machado a dizer que estava livre e que estava bem é que a oposição veio assumir que não está presa. Falta esclarecer se chegou ou não a ser detida.

Bruno Amaral de Carvalho

09 Jan, 21:26


A esta hora não está muito claro o que aconteceu com Maria Corina Machado aqui em Caracas. A oposição diz que foi detida, o governo diz que é falso. Num vídeo publicado por contas oficialistas e não verificado, a dirigente opositora aparece a dizer que não foi detida mas que perdeu a carteira no momento em que desapareceu da manifestação. Vários presidentes e ex-presidentes condenaram a detenção de Maria Corina Machado e Gustavo Petro, Presidente da Colômbia, diz que esta 'detenção' é um exemplo de "fake news".

Bruno Amaral de Carvalho

08 Jan, 23:27


A dois dias da tomada de posse de Nicolas Maduro e perante a ameaça de protestos de uma parte da oposição, subi a dos prédios que compõem o emblemático bairro 23 de Enero, bastião chavista de Caracas. De manhã, dei uma entrevista a uma rádio comunitária sobre a minha experiência enquanto jornalista em diferentes cenários de guerra e ao longo do dia conversei com diferentes figuras dos movimentos sociais e antigos guerrilheiros que combateram no período que ficou conhecido como puntofijismo até à chegada de Hugo Chávez ao poder. As ruas de Caracas vivem uma tensa calma, há muita polícia e militares e são muitos os que apostam na incapacidade da direita de voltar a mobilizar e provocar distúrbios como no passado. Veremos.

Bruno Amaral de Carvalho

06 Jan, 22:19


Costumo dizer que Caracas é a mais bonita das cidades feias. Enterrada num vale, sempre que aqui venho fico fascinado com a dimensão das montanhas que separam a capital da Venezuela do mar. O oceano de favelas substitui por vezes o manto verde. Foi este oceano que levou Hugo Chávez ao poder em 1999. Caracas é testemunha de um trânsito histórico que começou em 1992, quando Chávez encabeçou uma revolta militar fracassada. No carnaval desse ano, centenas de crianças apareceram mascaradas com os uniformes dos soldados revoltosos.

Passaram décadas e Caracas continua a ser o lar dos bandos de papagaios coloridos que rasgam os céus, dos idosos que jogam xadrez nas ruas e da eterna rebeldia. Podia ser a calma antes da tormenta mas, Janeiro, não é mês de tempestades. Quando o ano começa, os caraquenhos abandonam a capital da Venezuela rumo ao mar. A banhos sobretudo nas praias a norte de Caracas, a cidade que viu nascer Simón Bolívar tem um relativo descanso do habitual caos que caracteriza a capital venezuelana.

Esta podia ser a descrição mais fiel do que acontece em Janeiro não fosse o facto de estarmos a quatro dias da tomada de posse do Presidente da República Bolivariana da Venezuela. É já na sexta-feira que Nicolás Maduro será empossado, novamente, como chefe de Estado. No mesmo dia, Edmundo González, que diz ter sido ele o eleito, pretende também aparecer em Caracas para tomar posse. Como? Não se sabe.

Num périplo de curta duração por vários países da América Latina, o candidato da oposição foi recebendo o apoio de vários presidentes e apelou aos militares venezuelanos para derrubarem Nicolás Maduro. Por outro lado, Maria Corina Machado, veterana opositora, que está em lugar desconhecido, apelou a que o povo saia às ruas na próxima quinta-feira: "Maduro no se va a ir solo, hay que hacerlo salir con la fuerza de un pueblo que no se rinde jamás".

A haver distúrbios nas ruas, será a enésima tentativa da oposição de provocar uma guerra civil no país. Profundamente dividida, a oposição perde líderes atrás de líderes, desacreditados e sem apoio da população. Foi assim com Guaidó. Insuflado pelos governos ocidentais e pela imprensa, acabou apedrejado pelos seus próprios apoiantes e ostracizado em Miami. A oposição faz desfilar candidatos atrás de candidatos. Nas outras eleições, para autarquias e estados, aceita os resultados porque consegue eleger. Nas eleições em que não consegue eleger, reclama fraude.

É verdade que há uma parte da população que está descontente com a actual situação económica. A Venezuela é um país assediado por sanções, tentativas de golpes de Estado e terrorismo. A asfixia é absoluta. É uma receita para afundar povos e derrubar governos. Há bem pouco tempo, várias bombas danificaram seriamente uma das principais refinarias de petróleo do país. Apesar de a dolarização da economia ter promovido a entrada de divisas estrangeiras e isso ter potenciado a importação num país absolutamente dependente da indústria petrolífera, também é verdade que isso gerou mais desigualdades, que o governo tem tentado travar com sucessivos aumentos salariais e suplementos.

Mas independentemente do que possamos achar da Venezuela, de Nicolás Maduro ou das suas opções políticas e económicas, o único motivo que leva a que o país seja alvo do assédio ocidental é o facto de ter as maiores reservas de petróleo e o facto de se opor aos Estados Unidos. As ruas falarão nos próximos dias e cabe-nos ouvir o que nos têm para dizer.

Bruno Amaral de Carvalho

04 Jan, 20:17


A Ucrânia atacou uma viatura com jornalistas russos em Gorlovka, no Donbass. Um dos repórteres morreu, outros cinco ficaram feridos.

Bruno Amaral de Carvalho

31 Dec, 18:58


Este foi um ano de boas e más notícias. De batalhas duras e de resistência. Forjei novas e boas amizades. Escrevi um livro e conheci muita gente que esteve do meu lado para o defender. Com o mundo à beira do abismo, como os restantes direitos, a liberdade de expressão só existe enquanto lutarmos por ela. Por fazer aquilo que eu e tantos outros tentamos fazer, conheço gente que esteve presa, conheço outros que estão agora mesmo no exílio. Outros foram assassinados. Recordo as quase duas centenas de jornalistas massacrados em Gaza para que não se saiba o que ali se passa. Perdi mais amigos e conhecidos na guerra. Regressei ao Donbass e testemunhei a barbárie dos bombardeamentos de Israel no Líbano. Este é um mundo cada vez mais perigoso, também para os jornalistas e para os que lutam pela paz e pela justiça social. O próximo ano será aquilo que fizermos dele. Um abraço a todas e a todos.

Bruno Amaral de Carvalho

24 Dec, 18:59


Pelo terceiro ano consecutivo, a Ucrânia recusou uma trégua durante o período de Natal.

Bruno Amaral de Carvalho

23 Dec, 12:51


A União Europeia promove e apoia regimes que cancelam eleições quando não ganha o candidato que queriam recorrendo ao fantasma da interferência russa. Foi o caso da Roménia. Segundo uma investigação do meio romeno Snoop, que cita os documentos classificados usados na investigação do Supremo Tribunal como prova de que a Rússia teria interferido nas eleições presidenciais romenas, foi o partido (liberal e europeísta) no poder na Roménia que pagou a referida campanha no TikTok. A notícia saiu no Politico mas pelos vistos não está a receber qualquer interesse por parte dos meios europeus, incluindo os portugueses. Recordo que o candidato, de que se diz ser pró-russo, ganhou inesperadamente a primeira volta nas eleições presidenciais romenas, e imediatamente acusou-se a Rússia de ter interferido nas eleições através das redes sociais. Como consequência, o Supremo Tribunal da Roménia cancelou os resultados da primeira volta.

Bruno Amaral de Carvalho

13 Dec, 17:38


O jornal libanês Al Akhbar está a noticiar que as milícias que agora controlam a Síria avisaram os movimentos da resistência palestiniana no país que não terão acesso a mais armas e que os seus campos de treino e quartéis serão desmantelados. A ser verdade, isto indicia um claro controlo desta dissidência da al-Qaeda e do Estado Islâmico por parte de Israel e dos Estados Unidos.

Bruno Amaral de Carvalho

11 Dec, 09:42


Havia muita expectativa sobre o que diria o novo líder da Síria sobre os bombardeamentos permanentes e o avanço das tropas de Israel, a pouco mais de 25 km de Damasco. Mohammed al Joulani, ex-combatente da al-Qaeda e do Daesh, afirmou à Sky News que "a Síria não entrará numa nova guerra. O país não está preparado para outra guerra. As maiores preocupações eram o Hezbollah, as milícias apoiadas pelo Irão na Síria e o regime [que já não existem]". Com estas declarações, al Joulani mostra ao que vem e não esconde a importância de Israel e dos Estados Unidos na nova estratégia para o país. Esta manhã, o ayatollah Khamenei, líder do Irão, tinha denunciado que o seu país havia avisado Bashar al-Assad, há três meses, que estava em preparação uma nova tentativa de queda do regime sírio. De acordo com Khamenei, os combatentes iranianos ainda tentaram suster a ofensiva mas que não só o exército sírio se mostrou inoperante como os combatentes da antiga filial da al-Qaeda estavam mais bem preparados como desta vez tinham armas ocidentais quando dantes combatiam de "calças de ganga e kalashnikovs". Independentemente destas informações serem ou não verdadeiras, o facto é que coincide com o desenvolvimento no terreno dos acontecimentos e da reacção dos diferentes actores. Recordo que muito raramente a al-Qaeda ou o Daesh atacaram território do Estado de Israel ou interesses israelitas e que há extensas evidências de colaboração entre estas forças e países ocidentais. Na maioria dos casos, o Ocidente tem permitido e estimulado estas organizações enquanto combate outras que não defendem os seus interesses. Como fez Israel com o Hamas para enfraquecer as forças progressistas e revolucionárias na Palestina. Tenham o nome de al-Qaeda, al-Nusra ou Daesh, o seu objectivo era acabar com os Estados pan-arabistas, não confessionais e anti-imperialistas e balcanizar o Médio Oriente afogando-o numa interminável guerra que promova os interesses dos Estados Unidos e da União Europeia (e neste caso também da Turquia).

Bruno Amaral de Carvalho

10 Dec, 09:43


Amanhã, ao lado da Sandra Monteiro, vou estar na Fundação Saramago a falar sobre a paz (ou a falta dela) 50 anos depois da revolução de Abril, sobretudo sobre a questão da guerra na Ucrânia.

Bruno Amaral de Carvalho

08 Dec, 09:09


Israel acaba de invadir e ocupar mais território sírio nos Montes Golan com o objectivo de criar uma "zona de segurança". O regime sírio caiu nas mãos do sucedâneo da al-Qaeda recauchutado pelo Ocidente e pela Turquia. Apesar do seu declínio, os Estados Unidos continuam a ser capazes de determinar mudanças de regime. Algumas perguntas ficam no ar. Porque é que o exército sírio entregou o país sem dar luta? Por que seguiu as ordens do seu governo para que assim fosse, por que deixou de seguir as ordens do seu governo e/ou por que passou a obedecer a actores externos? Bashar al-Assad abandonou de facto o país e, se o fez, com que acordo ou sem acordo? E porque é que não dirigiu uma única palavra ao país? Que papel teve a Rússia e o Irão nesta cedência? Havia acordos entre a Rússia e outras potências para que isto acontecesse? O que vai acontecer à base naval russa em Tartus? A ser verdade que a Rússia e/ou o Irão, membros dos BRICS, deixaram cair a Síria para a Turquia e Ocidente, é uma prova de que também nos BRICS não há amigos apenas interesses?

Bruno Amaral de Carvalho

06 Dec, 18:51


Uma breve reflexão sobre o que se está a passar na Síria empurra-nos imediatamente para entender a quem beneficia esta ofensiva de forças anteriormente ligadas à al-Qaeda. Em primeiro lugar, à Turquia que vê aqui uma oportunidade para pôr em cheque a existência do Estado sírio e cumprir o velho sonho de fazer crescer as fronteiras turcas.

Desde logo, as forças curdas que controlam parte do território sírio com o apoio dos Estados Unidos mas que, simultaneamente, olham com temor para uma movimentação apoiada pela Turquia, o seu inimigo histórico. Lembro que durante décadas muitos dirigentes separatistas curdos viviam na Síria com a protecção do mesmo regime que agora querem derrubar.

Israel, naturalmente, é um dos principais beneficiários do caos na Síria e da vitória de radicais religiosos que impeçam a Síria de ser um canal por onde passem armas e combatentes libaneses, iranianos e palestinianos. Não será por acaso que, durante meses, Israel fez uma campanha de assassinatos selectivos na Síria matando figuras ligadas ao Hezbollah, ao Irão e à resistência palestiniana. Simultaneamente, os bombardeamentos sobre o Líbano reduziram a capacidade operativa do Hezbollah para vir em socorro de Bashar al-Assad.

Vale a pena recordar que sobre o genocídio em curso na Faixa de Gaza a dita oposição democrática síria disse pouco ou nada. E vai-se percebendo porquê. Como se sabe bem porque é que combatentes que se dizem radicais islâmicos e que dizem combater os infiéis preferem combater apenas contra países desalinhados com os Estados Unidos e a União Europeia. Quantos ataques contra Israel fez o Estado Islâmico, a al-Qaeda ou a sua versão síria recauchutada?

Simultaneamente, ganha a Ucrânia porque esta ofensiva na Síria é mais problemática para a Rússia do que a invasão de Kiev à região de Kursk. E, finalmente, sobre todos, ganham os Estados Unidos e aliados que durante décadas têm apostado na balcanização do Médio Oriente. Cabe até perguntar se o momento escolhido não terá a ver com um eventual cessar-fogo na Ucrânia dentro de poucos meses (e com isso a Rússia ter capacidade para responder de outra forma).

Depois da Segunda Guerra Mundial, com as independências e o pan-arabismo, e as alianças com a União Soviética, estes países construíram Estados em que souberam conciliar religiões e culturas distintas. O Ocidente fez de tudo para destruir esse delicado equilíbrio, lançando a região no caos. Hoje, parece que a uma eventual queda do actual regime sírio só sobra a possibilidade de um Estado entregue aos fanáticos religiosos, representantes dos interesses, ainda que por vezes contraditórios, da Turquia, de Israel e dos Estados Unidos.

Sabemos como acabou o Afeganistão, sabemos como acabou a Líbia. Se alguém acha que os chamados rebeldes sírios lutam pela democracia é porque não percebe nada do que se está ali a passar.

Bruno Amaral de Carvalho

03 Dec, 11:41


Depois de violarem sucessivamente o cessar-fogo, Israel recebeu um único ataque do Hezbollah. Como resposta, o ministro israelita da Defesa adverte que se falhar o cessar-fogo (e Israel está a fazer tudo para que falhe) deixarão de distinguir entre o Estado libanês e o Hezbollah.

Bruno Amaral de Carvalho

01 Dec, 21:38


Tiago André Lopes a dizer o óbvio na CNN. A presidente da Geórgia foi escolhida em eleições organizadas pelos mesmos que organizaram as eleições parlamentares. Quando o resultado não favorece o Ocidente, as eleições são fraudulentas e têm mão russa. Quando favorecem, são eleições livres. Agora, a presidente diz que não convocará eleições presidenciais se não forem repetidas as eleições parlamentares. O que se passa na Geórgia é quase cópia daquilo que aconteceu na Ucrânia em 2014.

Bruno Amaral de Carvalho

30 Nov, 18:16


Segundo uma sondagem divulgada pelo The Times, 60% dos inquiridos não querem que Zelensky se candidate novamente e só 16% votaria no actual presidente da Ucrânia no caso de que isso acontecesse. Erguido como herói pelos meios ocidentais, Zelensky perdeu o apoio da Ucrânia.

Bruno Amaral de Carvalho

27 Nov, 07:03


O Líbano acordou desta forma na manhã em que entrou em vigor o cessar-fogo entre o Hezbollah e Israel.

Bruno Amaral de Carvalho

24 Nov, 18:44


Para além de dizer que as leis portuguesas são demasiado permissivas e que querer proteger a liberdade de expressão pode ser "um grande problema" por causa da Rússia, a embaixadora da Ucrânia em Portugal, Maryna Mykhailenko, aponta o meu livro A Guerra a Leste como um exemplo de interferência russa, através de desinformação.

Depois da campanha de perseguição e assédio contra mim e contra a publicação do livro, com o apoio desavergonhado da Embaixada da Ucrânia, que envolveu uma tentativa de invasão de uma das apresentações, a representante do Estado ucraniano volta a mostrar a verdadeira face do regime liderado por Volodymyr Zelensky. O objectivo é que apenas se mostre um dos lados da guerra e tudo o que favoreça a imagem de Kiev, o que não lhes agrade é "propaganda russa".

O livro é uma expressão do meu trabalho como jornalista e de experiências pessoais da estadia de mais de 8 meses no Donbass. Eu não tento favorecer a Rússia. Tento mostrar o que vi e ouvi. Quando o embaixador russo criticou os insultos de Pedro Abrunhosa contra a Rússia num concerto, o governo português, e bem, não só condenou a reacção da Embaixada da Federação Russa, através de canais diplomáticos, como se mostrou solidário com o músico português. João Cravinho, então ministro dos Negócios Estrangeiros, afirmou "a liberdade de expressão, com particular ênfase no domínio cultural e artístico, como um valor inalienável em Portugal".

Num país plural, democrático e soberano, qualquer governo reagiria de igual forma se a Ucrânia fizesse a mesma coisa com um músico, escritor ou cineasta. Não parece ser o caso. Ao longo de quase três anos, tenho vivido situações que não são próprias de um Estado democrático. Fui atacado publicamente por um membro do governo anterior, vários jornalistas atacaram-me em matilha, houve revistas que, ilegalmente, não se dignaram a publicar o meu direito de resposta a artigos insidiosos, com o objectivo de denegrir a minha imagem. Houve membros da comunidade ucraniana que insinuaram que eu devia estar preso ou morto.

Em momento algum recebi a solidariedade do Sindicato dos Jornalistas ou qualquer outro tipo de reconhecimento ou apoio de instituições. Quando digo que o apoio de milhares de anónimos e amigos, onde também se incluem dignos jornalistas, militares, sindicalistas e artistas, tem sido fundamental nesta caminhada, não estou apenas a ser simpático. É a solidariedade dos que não se revêem na podridão que me faz querer continuar. Mostrar o que outros não querem mostrar, estar onde outros não querem estar, iluminar o que outros querem na escuridão.

Bruno Amaral de Carvalho

21 Nov, 12:13


Tribunal Penal Internacional emite ordens de prisão para Netanyahu e o ex-ministro israelita da Defesa por crimes de guerra.

Bruno Amaral de Carvalho

20 Nov, 15:59


A embaixadora da Ucrânia diz que as leis portuguesas são demasiado abertas e que querer proteger a liberdade de expressão pode ser "um grande problema" por causa da Rússia. Usar o inimigo externo como desculpa para restringir e limitar direitos é uma prática habitual do fascismo.

Recordo que a Embaixada da Ucrânia interferiu várias vezes nos assuntos internos do nosso país e tentou condicionar debates e outras iniciativas pela paz. É absolutamente inqualificável que a representante de outro país afirme que Portugal deve limitar a liberdade de expressão.

A Ucrânia proibiu praticamente toda a oposição, também todos os idiomas que não o ucraniano nas instituições, fechou canais de televisão, impôs um telejornal único supervisionado pelo Estado e persegue padres que não rompam com o papa ortodoxo.

Bruno Amaral de Carvalho

18 Nov, 14:46


Esta manhã, a Ucrânia bombardeou Energodar, a cidade onde está a maior central nuclear europeia. Nesse ataque, morreu um jovem. As televisões e jornais portugueses só falam dos ataques russos. Porquê?

Bruno Amaral de Carvalho

16 Nov, 09:17


Finalmente, Zelensky assumiu que a guerra vai acabar mais cedo com Trump na Casa Branca. Completamente alheado da realidade, havia apresentado um plano para acabar a guerra a que chamou Plano da Vitória, como se a Ucrânia estivesse em condições de sair vitoriosa deste conflito. Naturalmente, a ideia foi um fiasco e não ganhou qualquer tracção entre os aliados. Ainda ontem, Zelensky mostrava-se muito desagradado com a chamada do chanceler alemão Olaf Scholz a Vladimir Putin, dizendo que isso reduz o isolamento do presidente russo, algo que tampouco é certo tendo em conta que a esmagadora dos países mantém relações com a Rússia. Olaf Scholz, como Zelensky, não tem qualquer noção da realidade e pediu a Putin para retirar as tropas russas e começar a negociar com o presidente ucraniano.

Mas hoje saem notícias de que Zelensky assume que com Trump na Casa Branca a guerra vai acabar mais cedo. "É claro que, com as políticas da equipa que agora vai liderar a Casa Branca, a guerra vai acabar mais cedo. Esta é a sua posição e a sua promessa à opinião pública, e é muito importante para eles". Sem qualquer pudor, assume que Kiev não tem qualquer voto na matéria. Como até aqui, quem manda é Washington.

Foram quase três anos de uma profunda ofensiva mediática e política contra quem pedia a paz e o fim da guerra. Quem o fazia era considerado putinista e pró-russo. Agora é mais do que evidente que a guerra nunca foi a solução, mas quem participou nessa campanha de perseguição não o vai assumir e não vai pedir desculpa. Para a história ficam os líderes ocidentais e um presidente ucraniano que preferiram empurrar um país para a morte do que negociar.

Bruno Amaral de Carvalho

15 Nov, 15:07


Agora mesmo, Ireneu Teixeira, no Now, a dizer que 30% da população russa nunca tinha visto uma sanita nem tinha acesso a electrodomésticos. Quase três anos depois do começo da intervenção russa, ainda acham que este tipo de propaganda pega junto dos telespectadores. Com as tropas russas a aproximarem-se de Kupiansk e com novas conquistas todos os dias, outros comentadores já admitem que a Ucrânia vai ter de aceitar ceder territórios à Rússia. Um milhão de mortos e feridos depois, entre soldados e civis dos dois lados, a derrota da Ucrânia vai ser ainda pior do que se tivesse prosseguido as negociações em Março de 2022 na Bielorrússia, interrompidas por pressões do Ocidente. Uma geração inteira destroçada, milhões que fugiram do país e cidades arrasadas para nada. Tudo com dinheiro dos nossos impostos.

Bruno Amaral de Carvalho

12 Nov, 18:15


Os governos e meios ocidentais tentaram meter na gaveta o ódio racial e o nacionalismo de Alexei Navalny, fazendo dele o líder da oposição russa apesar de nunca ter liderado a oposição russa, tanto eleitoral como organicamente. Navalny foi também o homem que apoiou a anexação da Crimeia por parte da Rússia. Como sempre, há heróis fabricados que nem sempre correspondem à realidade.

Bruno Amaral de Carvalho

12 Nov, 14:04


Amanhã, vou participar numa sessão pública organizada pelo CPPC na Casa do Alentejo e, na quinta-feira, vou estar numa conversa promovida pela revista Seara Nova no BOTA, também em Lisboa.

Bruno Amaral de Carvalho

05 Nov, 16:37


Os eleitores norte-americanos vão escolher hoje o futuro responsável por golpes de Estado, invasões e massacres noutros países. Não há lugar para nos perguntarmos sobre que tipo de regime é este em que não há um único eleito que não pertença aos partidos democrata e republicano em qualquer um dos órgãos legislativos e executivo e em que nenhum outro partido tem a mais remota possibilidade de eleger.

A forma serviçal como tantas vezes a cobertura noticiosa decorre é reveladora do carácter cada vez mais passivo da União Europeia na sua relação com os Estados Unidos. Mas uma coisa é certa: entre Kamala Harris e Donald Trump, não se espera que haja países a exigir a apresentação das actas eleitorais depois do anúncio dos resultados.

Bruno Amaral de Carvalho

30 Oct, 09:36


Lisa Johnson, embaixadora dos Estados Unidos no Líbano, apela a um levantamento popular naquele país contra o Hezbollah. Isto porque, considera, Israel "não consegue tudo sozinho". É a especialidade dos Estados Unidos: imiscuir-se nos assuntos internos dos outros países.

Bruno Amaral de Carvalho

29 Oct, 08:59


Naim Qassem é o novo secretário-geral do Hezbollah. Era vice-secretário-geral desde 1991. Em 2006, publicou um livro sobre a história da organização. Tem sido ele o porta-voz da organização desde a morte de Hassan Nasrallah.

Bruno Amaral de Carvalho

17 Oct, 15:12


A ser verdade que Israel conseguiu matar Yahya Sinwar, isso significa que, ao contrário do que dizia Telavive, o líder do Hamas não estava escondido num túnel rodeado de reféns. Estava à superfície, uniformado e a lutar ao lado dos seus combatentes. O homem que terá planificado a operação de 7 de Outubro do ano passado passou 20 anos nas prisões israelitas. Estando preso fez parte da equipa negocial do Hamas que conseguiu a libertação de 1026 palestinianos em troca de um único soldado israelita, Gilad Shalit. Quando saiu, prometeu libertar os milhares que restavam nas cadeias de Israel. Independentemente da leitura e caracterização que se possa fazer da forma como se desenrolou a operação de 7 de Outubro, um dos objectivos era precisamente capturar soldados e colonos israelitas para a seguir propôr um acordo que conseguisse tirar os presos palestinianos das cadeias.

Bruno Amaral de Carvalho

15 Oct, 15:34


À terceira foi de vez. Depois de dois voos cancelados, consegui, finalmente, partir. Quando o avião descolou do aeroporto de Beirute, vários edifícios continuavam em chamas no subúrbio a sul da capital libanesa. O taxista que atravessou comigo a zona mais perigosa da cidade dorme dentro do táxi porque é também ele refugiado. Contou-me que Israel assassinara 16 membros da sua família em Bekaa num ataque aéreo. Na sala de embarque, uma mulher chorava copiosamente abraçada às duas filhas adolescentes.

Cheguei no dia anterior ao ataque que matou Hassan Nasrallah. Ouvi a explosão e os gritos na rua. Palmilhei as ruas de Haret Hreik, onde centenas de voluntários, ambulâncias e escavadoras se concentaram para resgatar as vítimas. Durante vários dias, fiquei alojado no coração de Beirute, em Hamra, antes de partir para um bairro cristão bem perto de Dahieh, a zona mais perigosa da cidade. Visitei as ruínas do ataque contra os três palestinianos da FPLP, cujos cadáveres foram levados em ombros por milhares através de todos os campos de refugiados. Assisti à alegria de quem acompanhava o ataque do Irão através dos telemóveis nas ruas. Membros do Hezbollah disparavam para os céus em celebração.

Entrevistei médicos, políticos, professores e deslocados. Conheci membros do Hezbollah, comunistas e outros integrantes históricos da resistência libanesa. Também apoiantes de Israel entre a comunidade cristã. É impossível ler o Líbano sem compreender todas as invasões anteriores de Israel e sem perceber que enquanto a questão palestiniana não for resolvida não haverá paz na região. Antes de haver Hezbollah, já Israel tinha invadido o Líbano. A agressão aos capacetes azuis é apenas mais uma prova de que não há linhas vermelhas para os líderes israelitas e a incapacidade de Israel se defender sem o apoio dos Estados Unidos mostra como há uma cumplicidade permanente entre Washington e Telavive.

Foi um intenso mergulho de 15 dias numa tormenta na qual trabalhei para vários meios de rádio, imprensa e televisão. Com todas as dificuldades de um lugar onde reina a suspeição sobre estrangeiros, sobretudo jornalistas, depois da profunda infiltração israelita no interior do Hezbollah, fazer reportagem exige, ali, um esforço incomensurável. O povo libanês enfrenta uma invasão que provocou até ao momento 1,2 milhões de refugiados, quase 2 mil mortos e muita destruição. É sobre eles que pesa a indiferença do Ocidente.

Bruno Amaral de Carvalho

13 Oct, 20:33


Drone do Hezbollah matou três soldados israelitas e feriu quase 70 num ataque contra uma base a sul de Haifa. O Hezbollah diz que é uma resposta ao massacre no centro de Beirute nos bairros de Basta e Nweiri.

Bruno Amaral de Carvalho

11 Oct, 12:56


Israel volta a atacar torre de observação das forças da ONU na fronteira do Líbano. Há dois soldados feridos. Imagine-se se tivesse sido a Rússia, o Irão ou o Hezbollah. É a indiferença do Ocidente que permite que Israel ultrapasse todas as linhas imaginárias.

Bruno Amaral de Carvalho

10 Oct, 18:30


O número de mortos no ataque de Israel aqui no centro de Beirute sobe para 11. Há pelo menos 50 feridos.

Bruno Amaral de Carvalho

10 Oct, 17:04


Uma enorme explosão acaba de fazer estremecer as janelas. A cerca de um quilómetro do lugar onde me encontro, Israel bombardeou o bairro de Ras al Nabaa com o que parecem ser dois ataques selectivos nesta zona de Beirute.

Bruno Amaral de Carvalho

10 Oct, 12:09


Esta manhã, dois capacetes azuis ficaram feridos depois de um tanque israelita disparar sobre uma torre de observação dos soldados das forças de manutenção de paz da ONU em Naqoura, no Líbano, denuncia a própria ONU, algo que viola a lei humanitária internacional.

Bruno Amaral de Carvalho

10 Oct, 06:41


Israel matou cinco trabalhadores de emergência médica no sul do Líbano. São cem os profissionais de saúde mortos até ao momento, com Israel a atacar deliberadamente vários centros médicos. Cerca de meia centena dos 137 existentes na região sul já fechou por falta de segurança.

Bruno Amaral de Carvalho

05 Oct, 21:17


Mais uma noite de terror e angústia em Beirute.

Bruno Amaral de Carvalho

04 Oct, 16:19


O enviado dos Estados Unidos avisou o governo libanês que não vai haver mais diplomacia ou negociações por agora. Segundo o Pentágono, "Israel vai ficar no sul do Líbano por algum tempo". Washington parece, uma vez mais, dar luz verde a uma nova agressão de Telavive.

Bruno Amaral de Carvalho

03 Oct, 12:16


Um dia depois de o Hezbollah convidar os jornalistas a visitar o bairro de Dayhe para ver o grau de destruição causado pelos ataques israelitas, Israel anuncia que acaba de atacar em Beirute aquilo que diz ser o centro de relações para os media do Hezbollah.

Bruno Amaral de Carvalho

02 Oct, 19:56


Na noite anterior ao seu assassinato pela aviação israelita, Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, tinha dado luz verde a um cessar-fogo com Israel, anunciou o ministro libanês dos Negócios Estrangeiros.

Bruno Amaral de Carvalho

02 Oct, 12:26


Fontes israelitas disseram à Sky News que terão morrido 14 soldados israelitas na emboscada do Hezbollah no sul do Líbano. Com a censura militar sobre os meios israelitas é provável que só se saiba mais pormenores nos próximos dias.

Bruno Amaral de Carvalho

02 Oct, 07:22


O Hezbollah garante que há mortos e feridos entre os soldados israelitas que tentavam penetrar em território libanês por Odaisseh. Meios israelitas reconhecem que houve um "incidente sério de segurança" com helicópteros a evacuar feridos.

Bruno Amaral de Carvalho

30 Sep, 22:17


Beirute, neste momento, está assim.

Bruno Amaral de Carvalho

30 Sep, 20:29


A população de três bairros de Beirute deve abandonar imediatamente as suas casas. À pressa e apenas com a roupa que trazem no corpo. Israel vai fazer de Beirute esta noite novamente o inferno. Milhares de civis vão juntar-se a outros milhares que dormem nas ruas.

Bruno Amaral de Carvalho

30 Sep, 18:58


Começou a invasão terrestre do Líbano. É a quarta vez que Israel invade este país. Em 1978, em 1982, em 2006 e agora. Ao longo da região a sul do rio Litani, unidades do Hezbollah e outras forças da resistência esperam as forças israelitas para defender o país de uma nova agressão terrestre.

Bruno Amaral de Carvalho

30 Sep, 18:48


Perante a concentração de tropas israelitas na fronteira, o exército libanês abandonou as suas posições e está a ser substituído em muitas zonas fronteiriças pelo Hezbollah.

Bruno Amaral de Carvalho

30 Sep, 16:31


A invasão terrestre do Líbano está por horas. Sem aviação, a resistência está a preparar-se para combater uma força muito superior em armas e em tecnologia. O Hezbollah, os comunistas, os refugiados palestinianos e muitas outras forças vão estar na linha da frente. Apesar da morte de Hassan Nasrallah, há que não esquecer que o cenário de confrontação terrestre é menos favorável a qualquer força invasora do que o recurso exclusivo a ataques aéreos.

Bruno Amaral de Carvalho

30 Sep, 01:02


Vários meios estão a dar a notícia de que o ataque no centro de Beirute ia dirigido a dirigentes da Frente Popular de Libertação da Palestina. Dois membros do Bureau Político da organização comunista terão morrido no bombardeamento israelita.