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“A Suma Teológica é o céu visto da Terra”.
(Papa Pio XI)

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ (Portuguese)

A Suma Teológica é o céu visto da Terra”.(Papa Pio XI)nnO canal Suma Teológica, disponível em Telegram com o username @sumateologica, é um espaço dedicado à exploração e discussão de temas teológicos profundos. Inspirado pela famosa citação do Papa Pio XI, o canal visa oferecer aos seus membros uma visão abrangente e enriquecedora da teologia.nnQuem é a Suma Teológica? É um ambiente virtual onde teólogos, estudantes e entusiastas da teologia podem se reunir para compartilhar ideias, questionamentos e descobertas. Os debates são incentivados e a diversidade de opiniões é valorizada, tornando o canal um local dinâmico e enriquecedor para todos os interessados no assunto.nnO que é a Suma Teológica? A Suma Teológica é uma obra clássica da filosofia e teologia escrita por Tomás de Aquino no século XIII. Neste canal, os princípios e conceitos abordados na obra são explorados e contextualizados para os dias atuais, permitindo uma reflexão contemporânea sobre temas que têm raízes históricas profundas.nnSe você é apaixonado por teologia, se interessa por debates filosóficos ou simplesmente deseja expandir seus horizontes intelectuais, o canal Suma Teológica é o lugar ideal para você. Junte-se a nós e embarque em uma jornada de descoberta e reflexão sobre as questões mais fundamentais da existência humana.

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

13 Oct, 06:41


Art. 4 – Se em Deus há potência, quanto aos atos nocionais. (I Sent., dist. VII. q. 1. a. 1; De Pot., q. 2. a. 1).

O quarto discute-se assim. – Parece que em Deus não há potência, quanto aos atos nocionais.

1. – Pois, toda potência é ativa ou passiva. Ora, nenhuma delas pode convir a Deus, quanto aos atos nocionais: a passiva nele não existe, como já se demonstrou; a ativa, por seu lado, não convém a uma Pessoa em relação à outra, por não serem feitas as Pessoas divinas, como se demonstrou. Logo, em Deus não há potência, quanto aos atos nocionais.

2. Demais. – A potência é relativa ao possível. Ora, as Pessoas divinas não são do número dos possíveis, mas, dos necessários. Logo, quanto aos atos nocionais, dos quais as divinas Pessoas procedem, não se deve admitir potência em Deus. 3. Demais. – O Filho procede como Verbo, que é concepção do intelecto; porém o Espírito Santo procede como Amor, que pertence à vontade. Ora, em Deus, a potência é relativa aos efeitos e não, ao inteligir e querer, como se estabeleceu. Logo, em Deus deve-se admitir potência, em relação aos atos nocionais.

Mas, em contrário, Agostinho: Se Deus Padre não pôde gerar o Filho igual a si, onde está a onipotência de Deus Padre? Logo, em Deus. há potência, quanto aos atos nocionais.

SOLUÇÃO. – Assim como se admitem atos nocionais em Deus, assim também devemos admitir nele a potência, quanto a tais atos; pois, esta nada mais significa senão o principio de um ato. Portanto, assim como inteligimos o Pai, como princípio da geração, e o Pai e o Filho como princípio de inspiração, necessário é atribuirmos ao Pai a potência de gerar, e ao Pai e ao Filho, a de espirar. Porque a potência de gerar é o princípio pelo qual o gerador gera; pois, todo gerador gera por algum meio; por onde, é necessário admitir a potência de gerar em todo gerador. E, no espirante, a potência de espirar.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. – Assim como, quanto aos atos nocionais, nenhuma pessoa procede, como feita, assim também não há potência, em Deus, quanto aos atos nocionais, em relação à pessoa feita, mas só em relação à pessoa procedente.

RESPOSTA À SEGUNDA. – O possível, enquanto se opõe ao necessário, resulta da potência passiva, que não existe em Deus. Por onde, nem em Deus há nada de possível, deste modo; mas só enquanto o possível está contido no necessário. E assim podemos dizer que, como é possível existir Deus, assim é possível o Filho ser gerado.

RESPOSTA À TERCEIRA. – Potência significa princípio, e este importa distinção daquilo de que é princípio. Ora, há uma dupla distinção a fazer, no que dizemos de Deus: uma real e outra, apenas racional. Assim, realmente, Deus se distingue, por essência, das coisas de que é o princípio, pela criação; do mesmo modo que uma pessoa se distingue de outra, da qual é o princípio, pelo ato nocional. Mas a ação não se distingue do agente, em Deus, senão apenas pela razão; do contrário a ação seria nele um acidente. Logo, relativamente às ações pelas quais certas coisas procedem de Deus e são distintas dele, essencial ou pessoalmente, a potência pode ser atribuída a Deus, quanto à noção própria de princípio. Por onde, como admitimos em Deus a potência de criar, podemos também admitir a de gerar ou espirar. Ora, inteligir e querer não são atos tais, que designem a processão de alguma coisa, de Deus distinta, essencial ou pessoalmente. Por onde, quanto a tais atos, não se pode atribuir a noção de potência a Deus, senão apenas racionalmente e quanto ao modo de significar. Pois, em Deus, têm significações diversas o intelecto e o inteligir, embora o inteligir de Deus seja a sua essência, sem princípio.

#TratadoDeDeoUno41Art4

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

28 May, 01:13


RESPOSTA À SEGUNDA. – Quando dizemos que o Filho é gerado da essência do Pai, isso significa, segundo a exposição do Mestre das Sentenças, a relação de um como princípio ativo. Eis as suas palavras: O Filho é gerado da essência do Pai, i. é, do Pai-essência; por isso, Agostinho ensina: O que afirmo do Pai-essência é como se expressamente o afirmasse da essência do Pai. – Mas isto não basta para explicar o sentido dessa locução. Pois, podemos dizer que a criatura vem de Deus-essência, sem que todavia proceda da essência de Deus. Por onde e de outro modo, podemos dizer que a preposição desempre denota a consubstancialidade. Por isso, não dizemos que a casa procede do arquiteto, por não ser este causa consubstancial. Podemos, porém, dizer que uma coisa procede de outra, de qualquer modo que esta seja entendida como princípio consubstancial. Quer seja princípio ativo, como quando dizemos que o filho procede do pai; quer seja princípio material, como quando dizemos que o cutelo é de ferro; quer seja principio formal, somente nos seres em que as próprias formas são subsistentes e não, de proveniência intrínseca, podendo assim dizer, que um anjo é de natureza intelectual. E deste modo dizemos que o Filho é gerado da essência do Pai, enquanto esta, comunicada ao Filho pela geração, neste subsiste.

RESPOSTA À TERCEIRA. – Quando dizemos que o Filho é gerado da essência do Pai – Fazemos um acréscimo pelo qual se pode conservar a distinção. Mas quando dizemos que as três Pessoas são da essência divina – nenhum acréscimo fazemos que possa implicar a distinção expressa pela preposição. Logo, não é o mesmo caso.

RESPOSTA À QUARTA. – Quando dizemos – a sabedoria é criada – podemos entendê-la, não da sabedoria que é o Filho de Deus, mas da sabedoria criada, que Deus infundiu nas criaturas. Assim, diz a Escritura (Ecle 1, 9-10):Ele mesmo é o que a criou, i. é, a sabedoria, no Espírito Santo, e a difundiu por todas as suas obras. Nem há inconveniente em referir-se a Escritura, num mesmo texto, à sabedoria gerada e à criada, porque esta é uma certa participação da sabedoria incriada. – Ou essa expressão pode referir-se à natureza criada assumida pelo Filho, sendo o sentido: Fui criada desde o início e antes de todos os séculos, i. é, fui prevista como devendo unir-me à criatura. – Ou, quando fala em sabedoria criada e gerada, insinua-nos o modo da geração divina. Pois na geração, ensina-nos, o gerado recebe a natureza do gerador, o que é uma perfeição; porém na criação, o criador não muda, mas o criado não recebe a natureza do criador. Por isso o Filho é considerado simultaneamente criado e gerado, deduzindo-se da criação a imutabilidade do Pai, e da geração a unidade da natureza no Pai e no Filho. E assim é exposto o sentido dessa passagem da Escritura por Hilário. Quanto às citações aduzidas, elas não falam do Espírito Santo, mas do espírito criado, que, ora é chamado vento, ora ar, ora sopro do homem, ora também alma, ou qualquer substância invisível.

#TratadoDeDeoUno41Art3

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

28 May, 01:13


SOLUÇÃO. – O Filho não foi gerado do nada, mas, da substância do Pai. Pois, como demonstramos, a paternidade, a filiação e a natividade existem em Deus verdadeira e propriamente. Ora, entre a geração verdadeira, pela qual se procede como filho, e a produção, há a seguinte diferença: o produzir faz alguma coisa, da matéria exterior; assim, o artífice faz um escabelo, da madeira; ao passo que o homem gera um filho, de si mesmo. Mas assim como o artífice criado faz alguma coisa da matéria, assim Deus faz do nada, como a seguir se demonstrará; e não que se transforme o nada na substância da coisa, mas porque por si mesmo produz a substância inteira da coisa, sem pressuposição de nenhum outro ser. Se, pois, o Filho procedesse do Pai, tendo recebido a existência como provindo do nada, estaria para o Pai como o artificiado, para o artífice; e então é manifesto, que não lhe poderíamos atribuir a filiação propriamente dita, mas só segundo certa semelhança. Donde resulta que, se o Filho procedesse do Pai, como existindo do nada, não seria verdadeira e propriamente Filho, contrariamente ao que diz a Escritura (1 Jo 5, 20): Para que estejamos em seu verdadeiro Filho, Jesus Cristo. Logo, o verdadeiro Filho de Deus não procede do nada; nem é feito, mas somente gerado. E se certos se chamarem filhos de Deus, estes feitos do nada, sê-lo-á só metaforicamente, por alguma assimilação com aquele que verdadeiramente é Filho. Por isso, enquanto só ele é o verdadeiro e natural Filho de Deus, chama-se unigênito, segundo a Escritura (Jo 1, 18): O Filho unigênito, que está no seio do Pai, esse é quem o deu a conhecer. Porém, por semelhança com ele, os outros se chamam filhos adotivos, sendo ele chamado primogênito, por assim dizer metaforicamente, conforme a Escritura (Rm 8, 29): Os que ele conhece na sua presciência também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, para que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. Donde se conclui, que o Filho é gerado da substância do Pai, porém diferentemente dos filhos dos homens. Pois, parte da substância do gerador passa para a substância do filho. Ao contrário, a divina natureza é indivisível. Por onde, e necessariamente, o Pai, gerando o Filho, não lhe transfunde nada da sua natureza, mas lhe comunica a natureza inteira, permanecendo a distinção só pela origem, como vimos.

DONDE A RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. – Quando dizemos que o filho nasceu do Pai, a preposição designifica o principio generante consubstancial, não porém o princípio material. Pois, o que é produzido da matéria o é pela transmutação dela em alguma forma. Ora, a divina essência não é transmutável nem susceptível de outra forma.

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

28 May, 01:12


Art. 3 – Se os atos nocionais procedem de algo. (I Sent., dist. V, q. 2; III, dist. XI, art. 1).

O terceiro discute-se assim. – Parece que os atos nocionais não procedem de algo.

1. – Pois, se o Pai gera o Filho de algo, ou é de si mesmo ou de algum outro. Se de algum outro, como o ser de que um outro é gerado está nesse outro, segue-se que há no Filho algo de alheio ao Pai. O que vai contra Hilário quando diz: Nada neles é diverso ou alheio. Ou então o Pai gera de si mesmo o Filho. Ora, aquilo de que alguma coisa é gerada recebe, sendo subsistente, a predicação dessa coisa; assim, dizemos que um homem é branco, porque permanece quando – de não branco se torna branco. Donde se segue, ou que o Pai não subsiste, gerado o Filho; ou que o Pai é o Filho; o que tudo é falso. Logo, o Pai não gera o Filho de algo, mas do nada.

2. Demais. – Aquilo de que alguma coisa é gerada é princípio dessa coisa. Se pois o Pai gera o Filho da Sua essência ou da sua natureza, segue-se que a essência ou a natureza do Pai é o princípio do Filho.

Não, porém, princípio material, pois que em Deus não há lugar para a matéria. Logo, é um como princípio ativo, como o gerador é princípio do gerado. Donde resulta, que a essência gera; o que antes foi contestado.

3. Demais. – Agostinho diz, que as três Pessoas não provêm da mesma essência, por não diferirem a essência e a pessoa. Mas a Pessoa do Filho não é diferente da essência do Pai. Logo, o Filho não provém da essência do Pai.

4. Demais. – Toda criatura vem do nada. Ora, o Filho na Escritura, é chamado criatura; pois, nela se diz pela boca da Sabedoria gerada (Ecle 24, 5): Eu saí da boca do Altíssimo, a primogênita antes de todas as criaturas. E em seguida, pela boca da mesma Sabedoria (Ecle 24, 14): Eu fui criada desde o princípio e antes dos séculos. Logo, o Filho não foi gerado de algo, mas, do nada. E o mesmo se pode dizer, do Espírito Santo, segundo a Escritura (Zc 12, 1): Disse o Senhor que estendeu o céu e que fundou a terra e que formou o espírito do homem dentro nele. E ainda segundo outra letra (Am 4, 13): Eis quem forma os montes e quem cria o vento.

Mas, em contrário, Agostinho: Deus Padre gerou da sua natureza e sem início o Filho, seu igual.

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

19 Apr, 16:47


🙅‍♂

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

19 Apr, 16:42


❤️ PROXYMTPROTO

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

19 Apr, 16:42


🔐 ANTI-BLOQUEIO

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Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

19 Apr, 16:41


Um pequeno tutorial para fugir da censura e do autoritarismo:

https://www.youtube.com/watch?v=0XCu2nIXj4Y

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

19 Apr, 16:41


O Supremo Tribunal Federal (STF)
iniciou, na madrugada desta sexta-feira, 19, o julgamento sobre a possibilidade de bloqueio de aplicativos de mensagens, como o WhatsApp e o Telegram, no Brasil. A
análise ocorre em plenário virtual até 26 de abril. Relator do caso, o ministro Edson Fachin votou contra o bloqueio. O ministro da Justiça Ricardo Lewandowski, argumentou
que a medida fere a liberdade de expressão.

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

10 Apr, 23:35


RESPOSTA À TERCEIRA. – Também a vontade, como natureza, quer certas coisas, naturalmente; assim, a vontade do homem naturalmente tende à felicidade. E, semelhantemente, Deus quer-se e ama-se a si mesmo. Mas, quanto ao que é diferente de si, a vontade de Deus é livre, de certo modo, como dissemos (q. 19, a. 3). Porém, o Espírito Santo procede como Amor, enquanto Deus se ama a si mesmo. Por onde, procede, naturalmente, embora proceda ao modo da vontade.

RESPOSTA À QUARTA. – Mesmo nas concepções intelectuais, fazemos a redução aos primeiros princípios, que são naturalmente intelígidos. Ora, Deus naturalmente se intelige a si mesmo. Logo, neste sentido, a concepção do Verbo divino é natural.

RESPOSTA À QUINTA. – O necessário ou é essencial ou acidentalmente. – Acidentalmente, de duplo modo. Como por uma causa agente e necessitante; assim, dizemos ser necessário o que é violento. Ou como por causa final; assim o meio conducente ao fim se chama necessário, por não podermos, sem ele, alcançar o fim ou o alcançarmos como devemos. Ora, de nenhum destes modos a geração divina é necessária, porque Deus não existe para um fim, nem se concebe nele a coação. – Porém, diz-se necessário essencialmente o que não pode deixar de existir; assim é necessária a existência de Deus. E, deste modo é necessário que o Pai gere o Filho.

#TratadoDeDeoUno41Art2

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

10 Apr, 23:35


Art. 2 – Se os atos nocionais são voluntários. (I Sent., dist. VI; IV Cont. Gent., cap. XI; De Pot., q. 2, a. 3; q. 10, a. 2, ad 4, 5).

O segundo discute-se assim. – Parece que os atos nocionais são voluntários.

1. – Pois, diz Hilário: O Pai gerou o Filho, não levado por uma necessidade natural.

2. Demais. – Diz a Escritura (Cl 1, 13): Transferiu-nos para o reino de seu Filho muito amado. Ora, amar pertence à vontade. Logo, o Filho foi gerado do Pai, pela vontade.

3. Demais. – Nada é mais voluntário do que o amor. Ora, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho, como Amor. Logo, procede voluntariamente.

4. Demais. – O Filho, como Verbo, procede intelectualmente. Ora, todo verbo procede do dicente, pela vontade. Logo, o Filho procede do Pai pela vontade e não, pela natureza.

5. Demais. – O que não é voluntário é necessário; se, pois, não foi pela bondade que o Pai gerou o Filho, resulta que o gerou necessàriamente, o que vai contra Agostinho.

Mas, em contrário, diz Agostinho, que o Pai não gerou o Filho pela bondade, nem por necessidade.

SOLUÇÃO. – Quando dizemos que uma coisa existe ou a fazemos pela nossa vontade, isso pode se entender de duplo modo. De um modo, designando pela preposição só a concomitância; e assim posso dizer, que sou homem pela minha vontade, a saber, porque quero ser homem. E neste sentido podemos dizer que o Pai gerou o Filho, pela vontade, assim como é Deus pela vontade, pois quer ser Deus e quer gerar o Filho. De outro modo, importando a preposição a relação de princípio, e assim se diz que o artífice opera pela vontade, porque a vontade é o principio da obra. E deste modo dizemos que Deus Pai não gerou o Filho pela vontade, mas, produziu pela vontade a criatura. Donde o cânon do sínodo Sirmiense: Se alguém disser, que o Filho foi feito pela vontade de Deus, como qualquer das criaturas, seja anátema. E a razão disto é que a vontade e a natureza, como causas, diferem, por ser esta determinada a um efeito, e aquela, não. Pois, o efeito é assimilado à forma pela qual o agente age. Ora, é manifesto, que uma coisa só tem uma forma natural, pela qual recebe o ser; por onde, age segundo o que é. Mas, a forma pela qual a vontade age não é somente uma, senão várias, segundo forem várias as noções inteligidas. Por isso, o que é feito pela vontade não se identifica com o agente, mas é tal qual o agente quer e entende que o seja. Assim, a vontade é princípio de efeitos, que podem se revestir de modalidades diferentes. Porém, daqueles que não têm senão um modo de ser, desses o princípio é a natureza. Ora, o poder ser de um ou outro modo, absolutamente não convém à natureza divina; ao contrário, isso é próprio à essência da criatura; pois Deus existe necessariamente e por si, ao passo que a criatura foi feita do nada. Por isso os Arianos, querendo concluir que o Filho é criatura, disseram que o Pai o gerou pela vontade, entendendo por vontade o princípio. Nós, porém, devemos dizer que o Pai gerou o Filho, não pela vontade, mas pela natureza. Donde a explicação de Hilário: A vontade de Deus deu a natureza ao Filho, nascido de umasubstância impassível e ingênita. Pois, todas as coisas foram criadas tais quais Deus as quis; porém o Filho, nascido de Deus, subsiste como convém a Deus.

RESPOSTA À PRIMEIRA OBJEÇÃO. – A autoridade aduzida colhe contra os que privavam a geração do Filho também da concomitância da vontade paterna, dizendo, que o Pai gerou por natureza o Filho sem, todavia, nele existir a vontade de o gerar; do mesmo modo que nós padecemos muitas coisas por necessidade natural, contra a nossa vontade, como a morte, a velhice e misérias semelhantes. Ora, o contrário é bem claro pelo que precede e se segue. Pois aí se lê: O Pai não gerou o Filho, sem querer e quase coagido, ou levado por necessidade natural.

RESPOSTA À SEGUNDA. – O Apóstolo chama a Cristo o Filho muito amado de Deus, por ser de Deus superabundantemente dileto; mas não por ser o amor o princípio da geração do Filho.

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

07 Mar, 12:09


O mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios: Santo Tomás de Aquino, o Doutor Comum da Igreja.

Santo Tomás de Aquino, ora pro nobis

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

07 Mar, 12:09


Da mihi, Domine, sedium tuarumassitricem sapientiam – Dá-me aquela sabedoria que está ao pé de ti no teu trono (3).

"Ó Deus, que ilustrastes a vossa Igreja com a erudição admirável de Santo Tomás, e a fecundastes com as suas santas obras, concedei-me compreender com minha inteligência o que ele ensinou, e imitar o que fez" (4). Fazei-o pelo amor de Jesus Cristo, e pela intercessão de Maria Santíssima.

Referências:

(1) Lect. II Noct.
(2) Lect. II Noct.
(3) Sap IX. 4
(4) Or. Festi.


Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo I - Santo Afonso Maria de Ligório

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

07 Mar, 12:08


MEDITAÇÃO

FESTA DE SANTO TOMÁS DE AQUINO

"Quasi sol refulgens, sic ille effulsit in templo Dei" - "Como o sol resplandecente, assim ele resplandeceu no templo de Deus" (Ecclus L. 7)

SUMÁRIO. É com justa razão que os fiéis dão a este Santo o nome de Sol; porquanto, assim como o sol material alumia e aquece a terra, Santo Tomás nos aquece com os seus exemplos e nos alumia com sua doutrina. Rendamos graças a Deus, por nos ter concedido este Astro benfazejo, e roguemos-lhe a graça de aproveitarmos o seu influxo salutar. Lembremo-nos, porém, de que a sabedoria celestial se adquire mais pela oração do que pelo estudo.

I. Não é sem justa razão que os fiéis dão a Santo Tomás o nome de Sol; porquanto, assim como o sol material ilumina e aquece a terra, o Santo nos aquece com os seus exemplos e alumia-nos com sua doutrina.

Ele é em primeiro lugar um belo modelo de devoção à Virgem Santíssima. Desde criança se distinguiu pelo amor a nosso Senhor, engolindo um papelzinho no qual estava escrito a Ave-Maria, e que com suas lágrimas obteve que lhe restituíssem depois de lhe terem tirado das mãos. Desde então a grande Mãe de Deus tomou posse daquele coração inocente.

– É o Santo modelo de assiduidade na oração. Sendo ainda menino, o que mais desejava era que lhe ensinassem quem é Deus, e desde a idade de dez anos passava cada dia duas horas em oração, e afim de tratar mais livremente com Deus, tomou o hábito na Ordem de São Domingos, quando tinha apenas quatorze anos de idade.

É igualmente modelo de desapego do mundo e de firmeza heróica. Para lhe tirarem a resolução de se fazer religioso, os parentes o maltrataram e encerraram num cárcere; chegaram mesmo a mandar para junto dele uma mulher perdida afim de perverter. Mas o santo jovem venceu tudo. Não podendo fugir, como fez José, repeliu de si aquela mulher impudente com um tição em braça. Em recompensa disso os anjos cingiram-no com a cinta de perpétua virgindade.

É ainda modelo de caridade e de zelo pela glória de Deus e pela salvação das almas, promovendo-a por meio da pena, da palavra e da oração; acolhendo todos com mansidão e consolando e socorrendo onde pudesse.

É modelo de humildade; não fazendo nunca ostentação da sua sabedoria, nem afagando pensamentos de vaidade, pelo que no princípio o tiveram por pouco talentoso.

Finalmente, Santo Tomás é modelo de amor para com Deus. O que o Santo provou claramente, quando, perguntado por Jesus Cristo que galardão desejava por haver tão bem escrito sobre Ele, respondeu:

"Senhor, não quero senão só a Vós mesmo" (1).

– Regozija-te com o Santo, e promete ser-lhe sempre devoto. Lembra-te, porém, do que diz Santo Agostinho:

A verdadeira devoção consiste na imitação das virtudes do Santo por quem o venera – Vera devotio est imitari quem colimus

II. Santo Tomás é chamado de Sol, não só porque nos aquece pelos seus exemplos, mas também, e mais ainda, porque nos alumia com a sua doutrina. As muitas obras com que enriqueceu a Igreja, são outros tantos monumentos da sua profunda ciência humana e divina. Cada artigo é um prodígio de sabedoria, cada linha uma sentença, digna de ser escrita em letras de ouro. Baste-nos saber que o Concílio de Trento não hesitou em se servir das próprias palavras do Santo para formular as suas decisões.

– Numa palavra, é tão vasta a ciência do Santo, que mereceu o título de Doutor Angélico, de Padroeiro das escolas católicas. Jesus Cristo mesmo se dignou tecer-lhe elogio com estas palavras notáveis:

Bene scripsisti de me, Thomas – "Tomás, escreveste bem sobre mim" (2).

Agradece a Deus o ter feito surgir na sua Igreja este novo Astro, que alumiará até ao fim dos séculos, e pede-lhe pelos méritos do Santo a graça de aproveitares as suas luzes. Para este fim é necessário que imites a Santo Tomás, que adquiriu tamanha ciência não só pelo estudo, mas também e muito mais pela oração assídua, acompanhada de penitências e jejuns: Nunca o Santo se pôs a estudar sem que primeiro recorresse ao Pai das luzes:

Sᴜᴍᴀ Tᴇᴏʟᴏ́ɢɪᴄᴀ

07 Mar, 12:06


SANTO TOMÁS DE AQUINO, CONFESSOR - 07 DE MARÇO

“Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra” (São Mateus 5,14).

São Tomás de Aquino é para a Igreja, o que o sol é para o mundo. Ele a ilustrou com sua ciência e com sua santidade. A partir dos 5 anos, ele orava duas horas por dia. Entrou na Ordem de Santo Domingo, e nela perseverou depois de resistir com integridade às ameaças de seus parentes, que se esforçaram para fazê-lo renunciar à sua vocação. Todos os dias ele celebrava uma missa e ouvia outra. Aos pés do crucifixo foi onde ele buscou a solução das dificuldades que encontrou no estudo da teologia. Ele morreu em 1274.

MEDITAÇÃO SOBRE SANTO TOMÁS DE AQUINO

I. Santo Tomás foi para a Igreja como um sol brilhante. Sua prodigiosa erudição lhe valeu o título de Doutor Angélico. Seus escritos tinham o único propósito de tornar conhecido como Deus é admirável, em si mesmo e em suas obras. Ele mereceu, portanto, ouvir dos próprios lábios de Nosso Senhor: “Tomás, você escreveu bem de mim”. Que recompensa tu pedes? O que a ti teria respondido, que estuda apenas por vaidade, curiosidade, interesse? Este santo não queria outra recompensa que o próprio Deus. Se em teus estudos e trabalhos tu procuras algo que não seja a glória de Deus e tua salvação e a de seu próximo, perdes teu tempo.

II. Este sol aqueceu tanto quanto iluminou; Ele queimou os corações dos outros com o fogo do amor divino, porque o seu próprio coração foi completamente tomado por Deus. Venha, com Santo Tomás, buscar este fogo sagrado no Coração do Salvador: nele aprenderemos a ciência dos santos, sem a qual nossas luzes são apenas brilho que nos levará ao precipício. Para nada serve a erudição, se a ciência de Deus não a coroar. (São Jerônimo)

III. O conselho é atualidade perene. Em vão Santo Tomás brilharia com tal brilho se não tivesse trabalhado para a glória de Deus; mas sua virtude não era menos admirável que sua ciência, e o que ele ensinou aos outros, ele foi o primeiro a praticar. Homens sábios, Deus espera muito de vós: porém serão mais culpados do que os outros se não forem virtuosos. Vamos nos humilhar segundo o exemplo de Santo Tomás, porque tudo o que temos vem de Deus. Não temos nada do que se gabar, porque nada é nosso. (São Cipriano)

O apego à oração.
Ore pelas crianças da escola.

ORAÇÃO: Ó Deus, que iluminastes sua Igreja mediante a maravilhosa erudição de vosso bem-aventurado confessor Santo Tomás, e que a fecundais pela santidade de suas obras, nos conceda a graça de compreender os seus ensinamentos e imitar suas virtudes. Por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.