02 de Dezembro de 2024
Leitura do dia:
Filemon e Judas
A breve e intensa carta pessoal foi escrita a Filemon, um rico dono de escravos cristão, no Vale do Lico, na Ásia menor. Nela, Paulo pede a Filemon que recebesse amavelmente de volta Onésimo, um escravo fugitivo que tinha se convertido durante o ministério de Paulo. A carta é um exemplo dramático de como, em Cristo, o evangelho une pessoas de todas as classes sociais.
Paulo, nesta carta, usou a linguagem dos negócios. A sua nota pessoal constituiu um reconhecimento de dívida. Se Filemon tinha perdido dinheiro por causa de Onésimo, Paulo estava disposto a pagar pessoalmente se assim Filemon exigisse.
Martinho Lutero viu isto como um retrato daquilo que Cristo fez por nós. Lutero escreveu: " Aqui vemos como Paulo se coloca como a garantia em favor de Onesimo, e como, com todos os seus meios, pleiteia a sua causa com o seu senhor, colocando-se assim como se ele fosse Onésimo, e ele mesmo tivesse feito alguma mal a Filemon. Paulo agiu, em relação a Filemon, da mesma forma que Cristo age a nosso favor na presença de Deus Pai. Todos nós somos o seu Onesimo, a meu ver".
Enxergue os outros da mesma maneira como Deus os enxerga, e você será capaz de amá-los.
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Judas
A identificação de Judas faz de si mesmo, irmão de Tiago e uma tradição muito antigo levaram a sua provável identificação como meio irmão do próprio Jesus. A humildade de Tiago ao apresentar-se apenas como servo de Jesus pode refletir a sua antiga atitude de rejeição em relação ao seu meio irmão como Messias. Embora a carta não seja datada, se o autor é Judas, o irmão de Jesus, a sua data provavelmente esteja entre 60 e 80 d.C., uma vez que ela reflete uma preocupação com os falsos mestres, uma característica das últimas cartas de Paulo e Pedro, como também de João.
Judas escreveu para advertir contra os falsos mestres na igreja, os quais certamente serão julgados por Deus. Mas os cristãos que permanecerem em Jesus e na piedade serão preservados por Deus, que merece o nosso louvor.
Referências nos Evangelhos a meio-irmãos de Jesus sugerem que existia, da parte deles, alguma hostilidade. Eles não estavam nem um pouco felizes com a notoriedade que Jesus havia alcançado, após ter começado o seu ministério de pregação e cura na Galiléia. Sem duvida alguma, como os irmãos em todos os lugares, eles pensavam consigo mesmos: "O que há de tão especial Nele? ".
No entanto, depois da ressurreição de Jesus, encontramos o seus irmãos, juntamente com Maria e o seus discípulos, orando no cenáculo. O Menino nascido da mãe deles, o Irmão mais velho que ralhava com eles e cuidava deles enquanto cresciam, era finalmente conhecido por eles como o Filho de Deus.
Uma coisa é conhecer Jesus na carne. Hoje, a consciência de milhões de pessoas que comemoram o Natal, com relação a quem Jesus realmente é, não é maior do que a que os seus irmãos tinham. Mas, quando uma pessoa passa a conhece-lo como filho de Deus e Salvador, ela, como Judas, acha nEle misericórdia, paz e graça em abundância.
É uma estranha correlação entre a época do Natal e a carta de Judas. O Natal nos traz imagens vividas do Menino Jesus, deitado em uma manjedoura como uma criança indefesa, observado por Maria José, cercado por animais que encontramos em uma fazenda. Advertências poderosas de judas contra os falsos mestres também contém imagens vivas: imagens que nos fazem sentir a nossa própria vulnerabilidade.
Judas terminou a sua carta com uma homenagem de louvor aquele que ele finalmente reconheceu como Deus, nosso Salvador, resplandecente implorei majestade, domínio e poder. Jesus nasceu como menino indefeso, mas ele nasceu como um rei, assim, como o rei que agora governa sobre todas as coisas.
Pelo fato de Jesus ser quem Ele é, "antes de todos os séculos, agora e para todo sempre", é que, apesar das nossas fraquezas, temos total confiança de que, a despeito de quaisquer divisões que possa ocorrer na igreja, permaneceremos a salvos e seguros.
Ceres Silva