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TEXTO DO AUDIO
Como bem nos retrata Emmanuel, Jesus em seu infinito amor precisou sair de cena para oportunizar a nossa evolução, o nosso crescimento espiritual.
Essa é uma grande sabedoria da vida, da natureza. Algo está sempre deixando de existir para que algo novo nasça.
Assim é no grande ciclo das estações do ano, no processo de cultivo, onde a semente dá lugar à planta, e a flor deixa de existir para que o fruto venha. Também no desenvolvimento humano, da concepção ao túmulo, são muitas as fases que se sucedem, infância, adolescência, fase adulta, velhice e desencarne.
Se aguçamos um pouco mais nosso olhar, podemos ver que essa dinâmica está presente em tudo.
Se a mudança é algo natural, como então nos posicionamos quando, em nossa vida cotidiana, algo nos acontece que muda o rumo das coisas?
Não nos conformamos, resistimos ou, tomamos um fôlego, avaliamos e buscamos opções e possibilidades?
Como nos colocarmos diante de uma situação desafiadora que a vida nos apresenta?
O que pensamos, o que dizemos?
“Por que eu?
Por que algo tão ruim aconteceu comigo?”
Ou, “E agora?
Qual o meu papel, o que posso fazer para melhorar as coisas e seguir adiante?”
Jesus ao deixar saber que a sua partida física estava próxima, deu seu testemunho de confiança na capacidade intrínseca do ser humano de escolher caminhos que nos deem sentido e propósito a tudo o que vivemos.
Somos convidados a assumirmos nossa própria vida.
Situações que nos causam sofrimentos se constituem em oportunidades para descobrirmos nossa força interior.
Ao confiar no fluxo, no processo, descortinamos habilidades, capacidades em nós que, de outra forma, nunca saberíamos que existem. Podemos seguir em frente em direção a novas possibilidades e perspectivas.
Não raras vezes, porém, estamos tão identificados, tão imersos na situação, na dor, que não conseguimos nos desvincular.
Como na parábola dos dois jovens peixes que, tranquilamente nadando no rio, encontram um peixe ancião que os cumprimenta e lhes pergunta – “então meus jovens, o que estão achando da água?”.
Sem entenderem, nada respondem e seguem adiante.
Depois de passarem algum tempo nadando, um dos jovens peixes olha para o outro e pergunta – “o que é água?”
Assim somos nós, muitas vezes, devastados e tomados pela dor, não reconhecemos nossa natureza divina e nosso legado interior.
Seguimos despercebidos de que são muitos os caminhos e descaminhos que a vida nos apresenta, que situações dolorosas, ou terrivelmente dolorosas, podem nos encontrar em algum momento.
Faz-se necessário, porém, lembrarmos de que não é o fim, mas antes, a oportunidade para o surgimento de uma nova forma de ser, para refletirmos o que queremos para nossa vida.
Se dói demais e não conseguimos sozinhos, podemos sempre buscar ajuda, de um amigo, na oração, de um profissional da área, em uma instituição de acolhimento espiritual, espírita ou de outra conformação religiosa...
Jesus no tempo devido esteve materialmente entre nós e nos deixou o seu legado, nos ensinou com seu exemplo como caminhar na vida, e, com todo o seu amor se despediu depositando na humanidade sua total confiança.
Agora é a nossa vez de colocarmos em prática os ensinamentos do mestre.
O que nos acontece importa, e importa ainda mais o que fazemos com o que nos acontece.
Como investimos nossa energia mental diante do que nos aflige o coração, se nos demoramos na resistência, na reclamação e protestos ou tomamos um tempo, reconhecemos a situação ruim, acolhemos, aceitamos o que estamos vivendo e buscamos a melhor forma de lidar com ela?
Sigamos em frente... Porque não há nenhum caminho isento de chorar…
Ainda sim as flores vão nascer...
Pois só o tempo sabe o que resiste um coração.
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