Estudo Bíblico Diário

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Um diagnóstico inesperado de câncer, a repentina perda do cônjuge, a perda inesperada do emprego etc. são coisas que podem nos abalar e nos tirar de nosso equilíbrio espiritual e da alma, exaurindo-nos ao máximo. Surgem então os questionamentos: como Deus permitiu que isso acontecesse? Como vou me arranjar agora? O que foi que eu fiz para ser atingido por essa catástrofe? Como vou continuar minha vida? Por quanto tempo, Senhor? Deus é, de fato, bom? Deus pode ser considerado bom quando permite toda essa loucura, sem qualquer final em vista? Será que ele tem boas intenções para comigo? A título de modelo serve o exemplo de Jó, cuja história é conhecida pela maioria. Num curto espaço de tempo, ele perdeu tudo o que possuía de valioso. Sua conduta exemplar incentiva crentes de todas as gerações a não abandonar sua confiança em Deus. Por outro lado, a Bíblia não omite o fato de que ele começou a vacilar quando não conseguiu mais dominar a situação. Sua visão espiritual perdeu o foco, o desespero alastrou-se. Sua fé viva e clara fugiu, e ele perdeu-se em discursos de autojustificação.

Em tais situações, as bases estremecem, atingimos nossos limites e não controlamos mais nada. Nessas circunstâncias, é preciso observar algo muito importante: nossa vida está totalmente entregue nas mãos de Deus, por isso não devemos perder a esperança. Mesmo quando nosso barco ameaça afundar, podemos estar cientes de que ele o conduzirá para o bem. Talvez isso já seja a lição a aprender. É possível que até agora estávamos dominados pelas nossas habilidades, por determinados conceitos religiosos, por nossa confiança na ajuda humana, por nossa maneira de pensar e de agir. Ou talvez tenhamos nos tornado insensíveis em relação a pessoas que não conseguem se dominar, que caíram em pecado e vivem à margem da igreja. Ou então pensávamos até que algo assim nunca poderia acontecer conosco.

Pedro era um homem destemido e espontâneo, que, em seu complexo de superioridade, afirmou que nunca negaria o Senhor. No entanto, ele falhou mais do que todos os outros. Como já mencionamos, ele chorou depois de ter negado o Senhor Jesus pela terceira vez. Isso foi estarrecedor, mas, ao mesmo tempo, purificador. Tudo parecia estar perdido, mas o Senhor foi novamente ao seu encontro! Assim, com base no perdão e na graça, ele pôde continuar servindo a Jesus. Ele aprendeu a lição a respeito da sua pecaminosidade.

Deus nos conduz às dificuldades para que aquilo que está errado em nossa vida desmorone e então desponte o que é correto. Não existe filiação sem disciplina. O ramo da videira precisa ser podado para que produza ainda mais frutos. A dificuldade e o sofrimento fazem parte da vida do filho de Deus porque simplesmente não há outra maneira de nos aproximarmos mais de Deus e ficarmos firmes nele. Sobre esse tema, Spurgeon escreveu: “Quando os cachorros grandes latem para elas, as crianças não saem do lado de seus pais”.

Os abalos acontecem em nossa vida para que sejamos purificados, preparando-nos para servir com mais eficiência e misericórdia neste mundo triste. Deus dirige seus filhos de maneiras diferentes; alguns até são resguardados de tais situações. No entanto, precisa ficar claro: os vales profundos vêm pelas dificuldades; a perseverança se aprende na prática; aprendemos a ter fé exercitando nossa confiança de forma concreta. Nosso anseio pelo céu muitas vezes surge somente por meio de experiências dolorosas com as limitações da nossa existência terrena.

Várias vezes, vi catástrofes acontecendo simultaneamente na minha vida. Todavia, Deus sempre estava presente e transformava o deserto em um oásis florido. Mesmo quando nossas forças naturais desaparecem, ele se torna cada vez maior em nós – e isso basta

Extraído do Guia Para Cristãos Desanimados, por Helmut Prock, Editora Chamada

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Concepções e expectativa de vida erradas: a vida não segue como nós imaginamos. Isso causa insegurança e pode até chegar a abalar profundamente nossa confiança em Deus. Lembremo-nos da expectativa dos judeus quanto ao Messias prometido: afinal, ninguém esperava por um Messias que chegasse humildemente, estabelecendo um reino espiritual e invisível sem emprego de força, e que, por fim, seria pregado na cruz como um criminoso. Em vez disso, ele deveria ter expulsado os romanos e criado uma nova era de ouro para os judeus. Essa desilusão levou muitos deles a rejeitar o Messias.

A desilusão, por outro lado, também representa a libertação da ilusão ou do engano. Este é um passo decisivo em direção à verdade. Aqui ficará evidente se nós estamos de fato andando nos caminhos do Senhor ou se continuamos nos agarrando às nossas próprias concepções.

Talvez tenhamos uma imagem errada do próprio Deus, que foi formada desde a infância e juventude, possivelmente influenciada por falsas doutrinas ou tendências da época. O crescimento na fé é um processo para a vida toda. Foi o caso de Pedro. Para ele, era inconcebível alimentar-se de animais impuros, mesmo que Deus tivesse pedido exatamente isso (ver At 10). No entanto, ele foi obediente, e assim Deus pôde abrir uma porta para o evangelho. Deus também "precisa combater" as nossas falsas concepções. A nossa autodescoberta, nossos supostos direitos, nossas ideias humanistas, a ênfase unilateral ao amor de Deus são conhecidos. Por isso, ficamos desiludidos. Essa desilusão, porém, nos liberta e nos leva a uma comunhão íntima com Deus.

Há algo que vale ainda hoje: o caminho para o seguidor de Jesus não se tornou mais largo, e “o discípulo não está acima do seu Mestre”. Assim, discipulado genuíno significa estar sempre numa posição contrária ao mundo – e isso inclui também a luta contra as tendências da carne. O verdadeiro discipulado evidencia-se quando não colocamos nossos desejos no centro das atenções, mas nos submetemos à vontade de Deus. Hoje sou grato a Deus por muitas coisas que ele não me concedeu e também por tudo que ele já permitiu que acontecesse em minha vida. Na maioria das vezes, consideramos isso como lucro apenas quando olhamos retrospectivamente. À medida que nossa confiança nele cresce, aprendemos a agradecer inclusive pelas adversidades. Estas são parte integrante do programa educacional de Deus.

Uma desilusão também pode ser decepcionante. Pode acontecer conosco e também com a igreja do Senhor. Depois de ter negado três vezes o Senhor, o coração de Pedro se partiu e ele começou a chorar amargamente por ter reconhecido a verdade sobre seu ser pecaminoso. Temos a tendência de nos subestimar e de nos atribuir qualidades que não condizem conosco. Também nessa situação Deus precisa aplicar a talhadeira, para que coloquemos nossa confiança unicamente no Senhor, e não em nós mesmos.

Muitos cristãos ficam desiludidos em relação a seus irmãos na fé. Nossas expectativas são muito elevadas, e assim ficamos decepcionados com tudo o que vemos acontecer entre cristãos. Certamente isso é uma escola dura para nós, mas o Novo Testamento fala honestamente e sem reservas sobre os erros cometidos pelos cristãos: falsas doutrinas, pecados de ordem moral, desvios espirituais, farisaísmo, mundanismo, abandono da fé no Senhor – tudo isso pode acontecer entre cristãos.

A igreja é uma construção em andamento e que será concluída somente com a volta do Senhor. Esse é um aprendizado amargo que nos é ensinado em várias lições. Apesar disso, amamos e respeitamos a igreja, mesmo com todas as derrotas e falsos conceitos, pois Deus também a ama, e ela é a guardiã do Eterno aqui na terra.

Extraído do Guia Para Cristãos Desanimados, por Helmut Prock, Editora Chamada

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Amostra do conteúdo de duas páginas do primeiro livro da lista - Pequena Enciclopédia de Símbolos e Figuras Bíblicos.