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É preciso lembrar que na Ortodoxia não há nenhuma crença em infalibilidade de qualquer padre, bispo, arcebispo ou patriarca. Não precisamos fazer contorcionismo mental para justificar por que permanecemos na Igreja apesar da existência de certos hierarcas (alguns deles patriarcas) hereges, já que os santos ortodoxos não dizem loucuras como as seguintes:
"Se o papa errar ordenando vícios ou proibindo virtudes, então a Igreja deve crer que os vícios são bons e as virtudes ruins, a menos que se queira pecar contra a consciência." — Cardeal Roberto Belarmino (um santo para os romanos e um dos líderes da Contra-Reforma), "De Summo Pontifice", livro 4, cap. 5.
"Se Deus e o papa se reunirem num determinado sínodo, [...] o papa pode fazer [lá] quase tudo o que Deus pode fazer, [...] e o papa faz o que quiser, até mesmo violações; portanto, ele é algo maior e mais elevado do que Deus." — Cardeal Zabarella, "De Schism", Innocent. VII.
"Todos os clérigos devem obedecer ao papa, mesmo que ele ordene o que é mau, pois ninguém pode julgar o papa." — Papa Inocêncio III, Sermão de Consagração, c. 1200.
"Testemunha da Tradição? Há apenas uma; sou eu. Eu sou a Tradição." — Papa Pio IX (é muito venerado entre os romanos "tradicionalistas"), em resposta à declaração de um bispo romano de que seus pronunciamentos não poderiam ser considerados infalíveis sem o consentimento dos bispos como “testemunhas da Tradição”, registrada no diário do bispo. (Cf. Pe. August Bernhard Hasler, "How the Pope Became Infallible: Pius IX and the Politics of Persuasion", p. 9; Dr. Derek Holmes, "The Triumph of the holy See", p. 157; Butler, "The Vatican Council", Vol. II, p. 355.)
"O papa não é apenas o representante de Jesus Cristo, mas é o próprio Jesus Cristo. [...] Portanto, quando o papa fala, não temos nada a examinar." — Papa Pio IX, quando era Patriarca de Veneza, citado na edição de 13 de julho de 1895 da “Catholique Nationale”, Paris, França, Benziger Brothers Publishing.
"O papa é Deus na Terra."; "Jesus colocou o papa acima dos profetas, de João Batista e de todos os anjos."; "Jesus colocou o papa no mesmo nível do próprio Deus!" — João Bosco (considerado entre os papistas um grande santo moderno e Doutor da Igreja), “Meditazioni, Vol. 1”: 2ª ed., pp. 89–90.
"Aquele que for desobediente a Cristo na Terra, o qual está no lugar de Cristo no Céu, não participará do fruto do sangue do Filho de Deus."; "Mesmo que ele [o papa] fosse um demônio encarnado, não poderíamos levantar a cabeça contra ele, mas calmamente nos deitaríamos para descansar em seu peito." — Catarina de Siena (tida pelos romanos como santa e Doutora da Fé), citada em Catholic Insight, abril de 2001, "St. Catherine of Siena", por Mary Hansen, 3ª Ordem das Carmelitas, Barne, ON.
Os romanos precisam cada vez mais serem "popesplainers" ("explicadores do papa" em tradução livre) — apologetas que precisam fazer contorcionismo para explicar que as declarações do atual papa supostamente não são tão heréticas ou problemáticas quanto parecem, para justificar sua permanência em Roma. Nós, não: a existência de um Patriarca Bartolomeu I ou de um Arcebispo Elpidóforo não é nenhuma novidade; eles não são os primeiros na história da Igreja e provavelmente não serão os últimos. Nada de novo sob o sol, já que nenhum ser humano — seja leigo, monge ou clérigo — é infalível.